sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A ONG é o de menos; grave é o que Padilha fez nesta quarta

Alexandre Padilha, ainda ministro da Saúde, anunciou que o Ministério vai romper o contrato com a ONG de que seu pai é dirigente — ver posts anteriores. Certo! É uma decisão de candidato. É sinal, então, de que ele também acha que não pega bem. Ao fazê-lo, tenta demonstrar que é um homem sensível às críticas, que não se fecha em sua própria bolha… Era tão evidente que o convênio daria bochicho que dá para desconfiar de que foi firmado só para ser rompido. Mas talvez não seja nada disso. Os políticos brasileiros estão tão acostumados a usar o público como se fosse privado que já fazem as coisas assim, distraidamente. Querem saber? Não acho isso tão importante.
Não conheço a tal ONG, mas dou de barato que cumpre o que promete. De resto, nem é tanto dinheiro assim. A questão é mais, digamos, de princípios. Grave mesmo, insisto, foi o que o Padilha fez nesta quarta-feira. O seu pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, anunciando uma campanha de vacinação que começa em… março é um acinte. Tratou-se de campanha eleitoral descarada. Até porque, como se viu, ele não se limitou ao objeto do suposto anúncio. Tratou de outros programas da sua pasta, na linha “nunca antes na história deste país”.
Esse negócio da ONG é café pequeno.
Por Reinaldo Azevedo

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