quarta-feira, 3 de abril de 2013

Paulo Bernardo admite: há militantes do PT que querem controlar também a imprensa escrita


Por Sérgio Roxo, no Globo

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, defendeu nesta terça-feira a regulação da mídia e disse que o projeto sobre o tema pode ser apresentado até o final do governo da presidente Dilma Rousseff no próximo ano. Admitiu também usar elementos da proposta que estava sendo formulada no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva pelo ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Franklin Martins. 

“(Vou) dizer o que sempre disse: sou favorável à regulação da mídia. Como qualquer outro segmento, tem que ser regulado.

De acordo com o ministro, Dilma não se contrapôs à regulação. “Acredito que se tivermos um projeto ela vai avaliar.” Bernardo, que entrou em polêmica com militantes do PT por causa do assunto, afirmou que sempre defendeu a regulação, mas reconheceu que alguns petistas querem censurar os meios de comunicação.

“O que às vezes me faz contrapor com meus companheiros, alguns militantes que discutem esse tema, é que algumas pessoas veem a capa da revista e não gostam e querem que eu faça um marco regulatório. Isso não é possível porque a Constituição não prevê esse tipo de regulação para mídia escrita.”

O ministro acredita que deve haver uma lei que garanta o direito de reposta e citou como exemplo a lei recentemente implantada na Inglaterra. “Tem que ter uma lei regulando o direito de resposta. Se a pessoa se sente ferida na honra ou acha que uma determinada matéria contém inverdades, não foi correta, tem que ter um direito de resposta.”

Para rádio e televisão, o ministro se disse favorável às discussões sobre propriedade. Paulo Bernardo não sabe ainda quando o tema será tratado no governo. “Pode ser prioridade. Mas a primeira prioridade vai ser fazer um grande plano de investimento de infraestrutura de telecomunicações”.


terça-feira, 2 de abril de 2013

ele só deu um tempo para se refazer: Hermas Brandão volta à política



O filho dele, Hermas Brandão Junior, o Herminhas, deputado estadual pelo PSB, poderá tentar a Câmara Federal.
O neto de Hermas Brandão, o deputado estadual Evandro Junior, do PSDB, da região de Maringá, buscará a reeleição em 2014.

Políticos nunca ficam sem uma boquinha

A presidente Dilma Rousseff nomeou o ex-governador do Paraná, Orlando Pessuti (PMDB), como Conselheiro da Itaipu Binacional. A indicação foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União, que também exonera o ministro da Defesa, Celso Amorim, que ocupava o cargo.

domingo, 31 de março de 2013

MP do Rio é acusado de avisar deputado Eduardo Cunha sobre inquérito que apurava sua ligação com quadrilha de sonegadores


Por Leslie Leitão e Thiago Prado, na VEJA.com:

Está para chegar às mãos do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, um documento de 35 páginas que traz à luz uma história estarrecedora. Trata-se de um relatório secreto da Polícia Civil do Rio de Janeiro escrito dias depois da súbita interrupção das investigações que apuravam o tráfico de influência do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do filho do ministro de Minas e Energia, senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA), em prol de um esquema milionário de sonegação fiscal. Ele era operado, segundo a polícia, pelo empresário Ricardo Magro, dono da refinaria de Manguinhos, na Zona Norte carioca. 

O relatório, ao qual VEJA teve acesso, mostra que, por oito meses, a polícia seguiu, filmou e grampeou essas e outras dez pessoas na órbita de Magro. Os investigadores flagraram conversas comprometedoras e até encontros em viagens e shows, que não deixam dúvida sobre o estreito elo entre os dois políticos e o empresário. O material subsidiou um inquérito contra o grupo que está agora sob análise do Supremo Tribunal Federal. Tal investigação seguiu de vento em popa até 2009, quando de repente paralisou. Não havia mais como avançar. De uma hora para outra, os suspeitos não se falaram mais ao telefone. A polícia já sabe o motivo: o grupo foi alertado sobre o grampo pelo então procurador-geral do Ministério Público (MP) do Rio, Cláudio Lopes.

Cada vez mais desmoralizado este MP. Não investiga, e quando o faz, acontecem as lambanças...

Lula, o homem público mais financiado pelo capital da história, defende que financiamento privado de campanha seja crime inafiançável


Ai, ai…

Lula nunca teve limites e sempre se beneficiou disso. E, é evidente, muita gente permitiu que não tivesse. Então ele segue adiante. O homem participou, ao lado de Felipe González, ex-primeiro ministro da Espanha, do Fórum “Novos Desafios da Sociedade”, promovido pelo jornal “Valor Econômico”. Antes que fale sobre ele propriamente, um comentário sobre o espírito do tempo. Acho o máximo os nomes desses fóruns. Sempre tem um “novo alguma coisa”. Imaginem como seria constrangedor para a nossa inteligência fazer fóruns sobre os “velhos desafios” que não superamos. Vamos ver:

“O Velho Desafio da Educação de Qualidade”;
“O Velho Desafio da Eficiência dos Portos”;
“O Velho Desafio de uma Tributação não Extorsiva”…

E vai por aí. Debater o presente é chato. Erra-se com mais grandeza e com mais generosidade sobre o futuro. Ninguém cobra nada. Nunca ninguém perdeu dinheiro no Brasil sendo um mau profeta. Nem dinheiro nem poder, né, Guido? Eita! Vontade de ficar falando sobre esse assunto divertido em vez de ocupar meu tempo com Lula, mas é necessário porque apontar a sua mais recente hipocrisia é um dever cívico.

Na presença do espanhol, vejam vocês!, Lula reconheceu que houve avanços no governo FHC… Ah, bom! Espero que tucanos não saiam alardeando isso por aí como um diploma de aprovação: “Vejam o que ele disse!”. Quando começar o processo de demonização da oposição e do passado, na campanha eleitoral, aí quem sabe se possam resgatar as raras vezes em o próprio Lula e Dilma disseram a verdade sobre a história — ainda que verdade tímida. “Avanços” é uma palavra-gaveta. Cabe qualquer coisa aí. Qual avanço? Que proposta tinha o PT à época para dar um jeito na inflação, por exemplo, e o que o partido fez durante o lançamento do Real?

Lula só estava evitando parecer bronco, imbecil mesmo!, diante de um convidado ilustre, que conhece o mundo. Fora das quatro paredes daquele evento, retomará a sua ladainha de sempre contra o passado, as elites etc. A própria Dilma, para consumo interno, aderiu à farsa, negando até a evidência escandalosa de que o cadastro único dos atendidos por programas sociais começou a ser elaborado no governo FHC.  Não pensem que Lula mudou, que Lula aprendeu, que Lula passou a ser mais justo. Ele distingue muito bem as esferas: o discurso para plateias selecionadas é diferente da fala palanqueira. A diferença não é só de estilo, mas também de conteúdo.

Financiamento público de campanha

Lula, segundo informa Paulo Gama, na Folha, voltou a defender a farsa do financiamento público de campanha como princípio, entende-se, de moralização da política. O homem fartamente financiado por empreiteiras para correr o mundo “em defesa dos interesses nacionais” — e, claro! nesse caso, não vê mal nenhum! — tenta nos convencer de que a mãe de toda corrupção é o financiamento privado — e legal!!! — de campanha, o que é mesmo um piada.

O problema, desde sempre, é o financiamento ilegal, não é mesmo? De campanhas e de eleitos, prática que não pode ser punida por uma Justiça Eleitoral que não tem lá tantos instrumentos. Alguém pode explicar, com base na lógica, por que o financiamento público impediria o caixa dois? Ninguém consegue. Quando se proibirem formalmente as doações privadas, haverá, isto sim, é uma explosão de financiamentos ilegais porque alguns que hoje contribuem dentro da lei vão migrar para a clandestinidade. E, evidente, os cofres públicos serão sangrados um pouco mais.

Entre repasses do fundo partidário e as compensações fiscais para os veículos de radiodifusão tanto para o horário político como para o horário eleitoral, o estado brasileiro já gasta algo que roça aí no meio bilhão de reais a cada ano. Assim, já existe financiamento público — não na dimensão pretendida pelo Apedeuta.

Mais: é claro que ele não faria uma proposta dessas naqueles tempos em que o PT tinha oito deputados. Hoje, é o maior partido da Câmara, e a divisão do dinheiro destinado à eleição teria de obedecer a algum critério. O tamanho da bancada já regula a distribuição do tempo de TV e do fundo partidário. Certamente seria quesito fundamental também na repartição da verba destinada à eleição. Agora que o PT chegou lá, quer mudar as leis para… não sair mais de lá.

Imaginemos uma lei que funcionasse à perfeição, só com financiamento público: com mais dinheiro, o PT teria melhores condições de enfrentar as outras legendas, e isso faria com que tivesse mais condições de permanecer como maior legenda; uma vez sendo a maior, terá mais verba… E estaria criado o círculo vicioso do poder eterno…

Audácia do Apedeuta

Lula, o presidente do MSL — o Movimento dos Sem-Limite —, foi longe. O brasileiro mais fartamente financiado pelo capital privado de que se tem notícia na história (e, à diferença de Eike Batista, o de hoje em dia, nem precisa apresentar resultados…) se diz contra a financiamento privado de campanhas. Dinheiro de empresas e de particulares, ele só acha legítimo quando patrocina esta instituição da humanidade chamada “Luiz Inácio Lula da Silva”. Nesse caso, tudo bem! Aí é por uma boa causa!

Fora disso, ele é contra. Ousaria dizer, violando a língua, que ele é “contríssimo”!!! Tanto que, segundo disse, o financiamento privado de campanhas eleitorais deveria ser “crime inafiançável”. Já o financiamento público de algumas empresas privadas, bem, nesse caso, ele pode ceder um pouco. Afinal, não nos esqueçamos de que as andanças do lobista Lula geram despesas para os cofres públicos, conforme já ficou demonstrado.

Qualquer outro que fosse flagrado na situação em que Lula foi no caso das empreiteiras não falaria de corda em casa de enforcado. Com ele, é diferente. Isso mais o anima a defender o que seria, então, um privilégio só a ele mesmo concedido: o farto financiamento privado. Lula, já escrevi centenas de vezes, nada tem de burro. Mas é espantoso o que este senhor concorre para emburrecer a política!!!

PS –  Ah, sim: ele também recomendou cuidado com esse negócio de combate à corrupção. Deu a entender que vê muito falso moralismo e diz que alguns que acusam são piores do que os acusados. Ele só não quis falar dos que foram mesmo flagrados, com provas. As alianças que o PT fez nos últimos dez anos demonstram, com efeito, que o PT vê esse negócio de corrupção sem preconceitos.
Texto publicado originalmente às 20h11 desta terça
Por Reinaldo Azevedo

Governadores controlam máquina de 105 mil cargos sem concurso público



Daniel Bramatti José Roberto de Toledo, Estadão
A primeira pesquisa completa sobre a estrutura burocrática dos Estados, realizada pelo IBGE, revela que os 27 governadores empregavam em 2012, em conjunto, um contingente cerca de 105 mil funcionários que não fizeram concurso para entrar na administração pública. Se todas essas pessoas se reunissem, nenhum dos estádios da Copa de 2014 - nem mesmo o Maracanã - teria capacidade para acomodá-las.

Apenas na chamada administração direta, da qual estão excluídas as vagas comissionadas das empresas estatais, o número de funcionários subordinados aos gabinetes dos governadores ou às secretarias de Estado sem concurso público chega a 74.740, o suficiente para ocupar 98% do maior estádio do Brasil.