terça-feira, 26 de julho de 2011

Senadores estão liberados para ameaçar jornalistas com surra

Doravante, qualquer senador que se sinta incomodado por alguma pergunta feita por jornalista pode adotar contra ele os seguintes procedimentos:

a) ameaçá-lo com uma surra, perguntando: "Você quer apanhar?"

b) tomar seu gravador;


c) apagar a memória do gravador e só depois devolvê-lo;


d) debochar do jornalista no twitter.


Foi o que fez o senador Roberto Requião (PMDB-PR) no último dia 26 de abril depois de ouvir do jornalista Victor Boyadjian, da Rádio Bandeirantes, uma pergunta sobre sua aposentadoria como ex-governador de Estado no valor mensal de R$ 24 mil.


A Justiça, mais tarde, cancelou o direito de Requião à aposentadoria - bem como o de outros ex-governadores do Paraná.


O Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal pediu ao Senado a abertura de inquérito acusando Requião de quebra de decoro.


Parecer da advocacia do Senado entendeu que não houve quebra de decoro.


Assinado pelos advogados Fernando Cunha e Hugo Souto Kalil e endossado pelo advogado-geral Alberto Cascais, o parecer considerou que a reação de Requião foi adequada.


Um trecho do parecer: "O sindicato representante imputou ao senador representado (Roberto Requião) apenas os seguintes fatos: apropriação indevida de aparelho gravador utilizado pelo jornalista; ameaça de agressão física com o dizer "você quer apanhar?" e chacota pública do profissional na Internet, ao chamá-lo de "engraçadinho".


José Sarney, presidente do Senado, mandou arquivar o parecer e deu o caso por encerrado.


Que tal?


O Senado Federal virou vergonha nacional...

Só neste caso

As drogas constituem problema grave, ameaça a crianças e jovens, vetor gravíssimo de dano à saúde, à família e à sociedade. Mas há um segmento convencido de que, neste caso, sua própria liberdade de escolha deve estar acima do interesse social

Blog do Alon

Os promotores da liberalização do consumo de drogas abordam o tema por dois ângulos. O central é a defesa da liberdade individual.


O segundo é a busca de abordagem mais flexível para algo que supostamente não pode ser evitado: a busca humana por substâncias-muleta para o espírito.


Mais recentemente, diante da recusa popular às ideias liberalizantes, políticos engajados nessa trip organizaram certo recuo tático. É uma nova fase, mascarada, no proselitismo.


Agora, o melhor combate à epidemia das drogas será reduzir a dureza das punições e dar prioridade ao tratamento e ao desestímulo, para o usuário deixar de sê-lo.


É a legalização benevolente e limpinha. Como se não houvesse consenso absoluto para a necessidade de ajudar as vítimas do mal. Como se houvesse antagonismo entre combater o vício e ajudar quem nele vai mergulhado.


Notei outro dia a assimetria argumentativa quanto a certos valores. Dei o exemplo do contraste entre duas formas de olhar o direito à vida.


A vida das plantas e animais merece engajamento irrestrito. Corta uma árvore para ver o que te acontece.


Já a vida do embrião ou feto humano deve estar, segundo esse viés, submetida ao livre arbítrio da mulher que carrega o novo ser.


Em nome da liberdade irrestrita de a mulher decidir o que fazer com o próprio corpo. Ainda que o embrião ou feto não faça parte do corpo materno. Ela apenas o abriga.


São discussões complexas, mobilizam convicções religiosas e filosóficas profundas, e precisam ser tratadas com os devidos respeito e seriedade.


Nenhum segmento deve ser excluído. Na última campanha eleitoral, por exemplo, causou espécie aos autonomeados modernos que igrejas se mobilizassem contra a legalização do aborto.


Para certos democratas, a defesa do direito a abortar é legítima bandeira político-eleitoral, ensejando inclusive o lançamento de organizações para a promoção da tese.


Mas quem se opõe deve ficar calado, pois representa o “atraso”.


São democratas mesmo, como se vê. Compreendem a expressão “fazer o debate” como sinônima de “suprimir a opinião contrária”.


Nas drogas é algo parecido. É evidente que elas são problema grave, ameaça a crianças e jovens, vetor gravíssimo de dano à saúde, à família, à sociedade.


Mas há um setor convencido de que, neste caso, sua própria liberdade de escolha deve estar acima do interesse social. Mas só neste caso, claro.


E volta a guerra do “avanço” contra o “atraso”.