quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Conduta de ministro do TCU será investigada

Por Fausto Macedo e Bruno Boghossian, no Estadão: 

Integrantes da organização que comprava pareceres técnicos de órgãos públicos tramaram no início de dezembro de 2010 a saída do ministro José Múcio, do Tribunal de Contas da União (TCU), como relator de um processo relativo à Tecondi — empresa que, segundo a Operação Porto Seguro da Polícia Federal, foi beneficiada em contrato de arrendamento no Porto de Santos.  No dia 16 de dezembro daquele ano, de fato, Múcio alegou impedimento por “foro íntimo” e se afastou do caso. 

O Ministério Público Federal em São Paulo vai investigar os motivos que levaram o ministro a tomar essa atitude, “sem justificação objetiva”. A investigação será feita em âmbito de inquérito civil. Na esfera criminal, um procedimento poderá ser instaurado em Brasília. 

Ao propor a apuração, o procurador da República José Roberto Pimenta faz menção a troca de e-mails entre Paulo Vieira, apontado como articulador do grupo dentro do governo, e o empresário Carlos César Floriano, vice-presidente da Tecondi. ”Uma medida extravagante, se não for possível adotar as anteriores, seria o ministro Múcio solicitar a redistribuição do processo para outro relator, alegando impedimento por motivos de foro íntimo”, escreveu Paulo Vieira a Floriano, em 1.º de dezembro de 2010 – 15 dias antes de Múcio se declarar impedido. 

O delator do esquema, Cyonil Borges, então auditor do TCU, declarou à Procuradoria que Vieira pretendia levar integrantes do PT a uma reunião com Múcio. 

”O sr. Paulo Vieira afirmara que, em encontro com políticos do Partido (leia-se: PT), no mês de dezembro, discutiriam diretamente com o Ministro José Múcio Monteiro sobre o desenrolar do processo, para convencê-lo da legitimidade quanto à manutenção do contrato”, escreveu Cyonil, em 2011. 

O procurador destaca que Cyonil afirma que Múcio “declarou seu impedimento por razões políticas, não por ter recebido vantagem indevida”. 

“Cumpre investigar (…) o móvel que levou o ministro a suscitar o impedimento, que fora uma das medidas cogitadas por Paulo e César para a ‘solução do problema”, anotou o procurador. Seu despacho foi juntado aos autos em fevereiro de 2012, mas a apuração ficou em aberto ao longo da investigação principal. Nesse período o procurador não abriu investigações específicas para que não houvesse risco de vazamento da Porto Seguro.

Aparelhamento até no TCU? Isto é o lulopetismo em ação.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Procurador decide pedir investigação de acusações de Valério a Lula

Operador do pior escândalo de corrupção do governo do petista prestou depoimento em setembro, durante o julgamento do caso no Supremo, e acusou o ex-presidente de ter recebido dinheiro do esquema 

Felipe Recondo e Alana Rizzo, O Estado de S. Paulo 

O Ministério Público Federal vai investigar o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva com base na acusação feita pelo operador do mensalão, Marcos Valério, de que o esquema também pagou despesas pessoais do petista. 

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, decidiu remeter o caso à primeira instância, já que o ex-presidente não tem mais foro privilegiado. Isso significa que a denúncia pode ser apurada pelo Ministério Público Federal em São Paulo, em Brasília ou em Minas Gerais. 

A integrantes do MPF Gurgel tem repetido que as afirmações de Valério precisam ser aprofundadas. A decisão de encaminhar a denúncia foi tomada no fim de dezembro, após o encerramento do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). Condenado a mais de 40 anos de prisão, Valério, que até então poupava Lula, mudou a versão após o julgamento. 

Ainda sob análise do procurador-geral da República, o depoimento de Valério em setembro do ano passado, revelado pelo Estado, e os documentos apresentados por ele serão o ponto chave da futura investigação que, neste caso, ficaria circunscrita ao ex-presidente. 

O procurador da República que ficar responsável pelo caso poderá chamar o ex-presidente Lula para prestar depoimento. Marcos Valério também poderá ser chamado para dar mais detalhes da acusação feita ao Ministério Público em 24 de setembro, em meio ao julgamento do mensalão. 

Petistas envolvidos no esquema sempre preservaram o nome de Lula desde que o escândalo do mensalão foi descoberto, em 2005.

Já passou da hora esta investigação...

E apesar de tudo ainda aplaudem Genoino, por Luiz Garcia

Luiz Garcia, O Globo 

A posse do ex-presidente do PT José Genoino na Câmara dos Deputados teve importância especial. Pela primeira vez na história da República (se não foi a primeira, trata-se certamente de caso raríssimo e nenhum político ou jurista citou precedentes), um cidadão condenado pelo Supremo Tribunal Federal, última instância do Judiciário, assume um mandato no Legislativo como se fosse um cidadão de ficha limpa. 

Se alguém não estava prestando atenção, Genoino está devendo seis anos e 11 meses de cadeia, por decisão do STF, pelos feios crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha. 

A sentença é definitiva: falta apenas que a decisão histórica do tribunal transite em julgado. Não se trata de uma última etapa do julgamento: esse já acabou. 

Para o PT, há uma situação de duplo constrangimento. Além da condenação de Genoino, existe o problema relativamente recente do seu irmão, o também deputado José Nobre Guimarães: há alguns anos, um assessor seu foi flagrado com uma quantidade de dólares na cueca. 

Se há inocentes na plateia, informamos que ninguém carrega dólares na cueca por falta de bolsos no resto da indumentária: em geral, é falta de vergonha na cara mesmo. Mas é preciso registrar que aparentemente nada foi provado contra o cuequeiro. 

Não parece possível que Genoino tenha a mesma sorte do irmão. A sua condenação ainda não é definitiva: falta o tal trânsito em julgado. E, nesse trânsito, todos os sinais estão vermelhos para ele. 

É lamentável que tenha sido aplaudido como um herói na semana passada, ao tomar posse na Câmara, junto a outros 14 suplentes. 

Os aplausos podem ter sido apenas uma forma comum de saudar novos deputados. Espera-se que os seus companheiros na Câmara não tenham, com isso, lançado alguma espécie de desafio aos membros do Supremo Tribunal Federal, que cumpriram de forma exemplar a sua obrigação de fazer justiça.

Só no Brasil um condenado pela Justiça assume um mandato: país da piada pronta esse.

Governo manipula dados e reduz confiança no país (Editorial)

O Globo 

A conquista da estabilidade econômica não foi instantânea. Levou tempo para o Brasil passar a ser considerado como alternativa para grandes investidores globais. E entre os fatores de atração com que passou a contar o país incluem-se, além da estabilidade política, a seriedade e a transparência na condução da política econômica. 

Pois esta seriedade e transparência estão seriamente abaladas depois de uma série de artifícios usados para melhorar as contas públicas, culminando com um pacote baixado no último dia útil do ano. 

Não fossem a atenção de analistas e até mesmo a sofisticação da contabilidade pública brasileira, o “jeitinho” para fazer o superávit primário de 2012 formalmente atingir a meta de 3,1% do PIB teria passado despercebido. 

Do pacote constaram dois decretos, uma medida provisória - assinados, portanto, pela presidente Dilma - e quatro portarias do Ministério da Fazenda, de responsabilidade de Guido Mantega. 

Pouco antes, foram transferidos R$ 12,4 bilhões do Fundo Soberano com o mesmo objetivo de inflar o superávit primário, como se fosse dinheiro derivado de corte de despesas ou acréscimo de arrecadação. 

Os decretos, a MP e as portarias, em linguagem cifrada, trataram de algumas operações, incluída a emissão de títulos públicos, pelas quais o BNDES e a Caixa Econômica, como já ocorreu no passado, anteciparam o pagamento de dividendos à União. 

No jogo de maquiagem, para justificar essas transferências, a CEF recebeu do BNDES, a fim de se capitalizar, ações de empresas das quais o banco participa. Assim, a instituição financeira estatal voltada à construção civil e projetos de saneamento se tornou sócia de um frigorífico (JBS), entre outras empresas. Tanto que a Caixa passou a ser chamada de “BNDESdoB”. 

A situação é tão esdrúxula que se espera com certa ansiedade a publicação das respectivas exposições de motivos dos atos baixados no dia 28. É grande a curiosidade sobre como a manobra será justificada.

Golaço da corrupção, por Carlos Alberto Di Franco

Aprovada em comissão especial da Câmara dos Deputados, a proposta de emenda constitucional que restringe os poderes de investigação do Ministério Público é um golaço para o time da corrupção. 

Ainda não foi aprovada em plenário, mas deve ser encarada como um grave entrave ao combate à corrupção. O Ministério Público corre o risco de ser impedido de investigar. E isso, certamente, não será bom para o Brasil. 

É preciso refletir sobre os riscos de uma proposta que visa cercear, tolher e manietar a instituição que, de forma mais eficaz e notória, combate a crônica impunidade reinante no País. De fato, o Ministério Público, em colaboração com a Polícia Federal, tem conseguido esclarecer diversos casos de corrupção. Tratam-se de instituições que prestam inestimável serviço à sociedade. 

Será que o Ministério Público, que é quem forma as convicções sobre a autoria do crime, não pode fazer diligências para ele mesmo se convencer? 

Está em andamento um movimento para algemar a instituição. Se o Congresso excluir o MP do processo investigatório, o reflexo imediato será o questionamento sobre a legalidade e até a completa anulação de importantes apurações. 

Vejo com bons olhos o protagonismo do Ministério Público no combate aos predadores da sociedade. Se membros do MP cometem abusos, é preciso aperfeiçoar os mecanismos de controle, em vez de restringir sua atuação. 

Se não houver uma mobilização da opinião pública contra a chamada PEC da Impunidade, a sociedade pode descobrir tarde demais que os corruptos estão ganhando um passaporte definitivo para a impunidade. 

Alguns políticos vislumbram abusos em certas ações do Ministério Público e querem esvaziar as atribuições investigatórias da instituição. Trata-se de uma proposta contraria aos interesses da sociedade.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Olivio Dutra vai ser expulso do PT, por ter falado a verdade?

O ex-governador do Rio Grande do Sul, o petista Olívio Dutra disse, nesta segunda-feira, durante programa ao vivo da “Rádio Guaíba”, que o deputado José Genoino (PT-SP) não deveria ter assumido o cargo após ter sido condenado a 6 anos e 11 meses pela participação no esquema do mensalão. Sem saber que seria confrontado, no ar, com Genoino, Dutra teve que repetir o que havia dito. O ex-governador criticou ainda o que considerou as “más companhias” do PT e o aparelhamento do Ministério das Cidades. 

“Eu acho que tu deverias pensar na sua biografia, na trajetória que tem dentro do partido. Eu acho que tu deverias renunciar. Mas é a minha opinião pessoal, a decisão é tua. Não tenho por que furungar nisso”, disse ele a Genoino, que negou durante entrevista ter cometido algum crime.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Brasil: Um país administrado por incompetentes. O que faz este país ser hoje o que é, é seu povo trabalhador. E o papel do governo? Atrapalhar o cidadão!

Sempre que ouvimos os noticiários internacionais, há dados que apontam a burocracia, o aparelhamento político do Estado e os impostos que são criados pelos governantes como fatores que atrapalham o desenvolvimento do país. 

Na década de 90, após a implantação do Plano Real (Itamar Franco e FHC, para raiva dos lulistas), tivemos melhorias e estabilidade, o que ocasionou o desenvolvimento de melhores e mais eficientes técnicas de governança. E, com isso, o cidadão (povo, para alguns) teve acesso à telefonia móvel, automóveis melhores e com muita tecnologia, computadores, tablets e tudo o mais que o capitalismo pode criar e produzir. 

Para tanto, algumas coisas foram postas em seu devido lugar: telefonia não é função estatal, mas sim da iniciativa privada; instituições bancárias devem ser da iniciativa privada; e outros setores que não eram função primordial do Estado. 

Assim, ao Estado foi reservado o papel de regulador, através de suas Agências Reguladoras, hoje, aparelhadas por apadrinhados políticos do governante de plantão. 

A função destas Agências seria ótima se tivéssemos um eficiente estado regulador, em vez um ineficiente estado interventor, lotado de larápios que utilizam seu poder para fazer “negócios” com o setor privado. E os consumidores e usuários de serviços públicos não são respeitados. 

Se alguns destes usuários reclamarem, por exemplo, da bagunça nos aeroportos, será acusado de estar com inveja, porque agora, como “nunca antes neste paíz”, o povo anda de avião... Se reclamarem de congestionamentos, é porque não estão felizes que o “pobre” agora anda de carro... 

Lógica infeliz! É o corolário do subdesenvolvimento intelectual e político: só daremos telefone a todos se o serviço for péssimo e servir para outros fins (contratos escusos); só daremos educação a todos se o serviço for uma porcaria (e ainda, elegemos o ex-ministro como Prefeito da maior cidade do país).

A qualidade? A qualidade vem depois... 

Estes exemplos citados nos trazem um pensamento que, sendo o Brasil uma democracia, os cidadãos são iguais e, portanto, podem ser diferentes, mas tendo respeito às leis. Quando éramos uma ditadura, em nome da igualdade, os poderosos esmagavam as individualidades, mas não víamos malversação do dinheiro público. Hoje, na tirania em vigor, os homens, porque são diferentes, então, são obrigados a ser iguais, não tendo direito a nada, a não ser que pertençam a “classe” dos amigos do poder.

domingo, 6 de janeiro de 2013

46% dos gastos via cartão corporativo são mantidos em segredo

Alana Rizzo, Estadão 

Em 2012, ano em que a Lei de Acesso à Informação entrou em vigor, quase metade dos gastos com cartões corporativos do governo federal foi mantida em segredo. O argumento é que são informações estratégicas para a segurança da sociedade e do Estado brasileiro. 

Entre janeiro e setembro, 46,2% das despesas via cartão foram classificadas como sigilosas – as informações referentes aos meses finais de 2012 ainda não foram enviadas pelo Banco do Brasil à Controladoria-Geral da União (CGU) para divulgação no Portal da Transparência do governo. 

Ao todo, na administração pública, os portadores dos mais de 13 mil cartões de pagamento do governo espalhados pelo País gastaram, de forma secreta, R$ 21,3 milhões dos R$ 46,1 milhões pagos pelo chamado suprimento de fundos. A maioria é de compras e saques da Presidência da República, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Polícia Federal. Na Presidência, 95% das despesas com cartões são sigilosas.


Informações estratégicas para a segurança? Sei.....devem ser estratégicos o consumo de bebidas, compras no exterior, tapiocas, etc....

São 13 MIL PESSOAS com gastos secretos, isto em um país democrático! 

Esta é a ditadura lulopetista.

Renan, o indestrutível, por Josie Jeronimo

Seis anos depois de deixar a presidência do Senado acossado por denúncias de corrupção, Renan Calheiros manobra nos bastidores e se torna favorito para comandar o Congresso 

Josie Jeronimo, ISTO 

É Há seis anos, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) deixou a presidência do Senado pela porta dos fundos. Acusado de ter despesas pessoais pagas por uma empreiteira, Renan teve suas contas devassadas, perdeu musculatura política e não lhe restou outra saída senão renunciar ao posto. 

Conseguiu, porém, evitar a cassação do mandato em plenário e, agora, é considerado nome certo para comandar o Congresso até 2014, ano da corrida presidencial. 

Convencido do seu amplo favoritismo, Renan procurou fugir dos holofotes nos últimos dias. Só uma catástrofe tira a sua vitória. Como maior bancada do Senado, o PMDB tem a prerrogativa de indicar o novo presidente. 

Além de não possuir adversários em condições de derrotá-lo no interior do partido, Renan conta com a simpatia de legendas da oposição, como o PSDB, partido que ajudou a fundar na década de 1980. 

No apagar das luzes de 2012, senadores da chamada ala rebelde do PMDB até ensaiaram lançar uma candidatura alternativa. Foram cogitados os nomes dos senadores Luiz Henrique (SC) e Waldemir Moka (MS), mas eles recuaram, cientes da falta de votos para superar Renan. 

“Só entro na disputa se tiver a certeza da vitória”, blefou Luiz Henrique, praticamente jogando a toalha. 

A recuperação de Renan e sua volta ao comando do Senado, seis anos depois de ser defenestrado da principal cadeira do Congresso, confirmam a máxima de que a Casa é uma espécie de associação entre amigos. O político disposto a atender aos anseios do “clube” se credencia politicamente até ser alçado ao poder.

Na lógica desse modelo, só pode alcançar o posto máximo do Senado quem for capaz de conciliar os interesses – muitas vezes escusos e nem sempre salutares para a democracia – de todos. 

Conhecedor dos meandros e subterrâneos do Legislativo, Renan soube trilhar esse caminho com desenvoltura. 

Com a eleição de José Sarney (PMDB-AP) para a presidência da Casa, ele se rearticulou e voltou a ter o comando do PMDB e de partidos da base aliada. 

A retomada da força política de Renan ficou clara durante a CPI de Carlinhos Cachoeira, quando o governo precisou de seu partido e ele atuou para evitar maiores transtornos para aliados do Planalto durante as investigações. Teve êxito na iniciativa.

Vergonha é pouco....Cara-de-pau este cidadão. Mas, como sempre, tá lá o povo otário votando nestas  figuras...

Rosemary Noronha intermediava pleitos do BB junto a Lula, diz VEJA

Agenda da ex-secretária da Presidência em SP mostra 25 reuniões com vice-presidentes da instituição 

O Globo 

A ex-secretária da Presidência da República em São Paulo de Rosemary Noronha intermediava pleitos do Banco do Brasil junto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre 2007 e 2010, Rose, como era conhecida, teve 39 reuniões com ocupantes de postos importantes na instituição, 25 delas com vice-presidentes. 

As informações foram divulgadas pela “Veja” e, segundo a revista, as reuniões constam na agenda de Rose, apreendida durante a Operação Porto Seguro, da Polícia Federal. Rose foi indiciada pela PF pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva. 

A atuação de Rose como intermediária entre diretoria do Banco do Brasil e Lula foi confirmada à revista pelo pelo ex-vice presidente do Banco do Brasil, Ricardo Oliveira: "A Rose levava as demandas instituição do banco para presidente. Esse contato direto foi muito positivo", disse Oliveira à revista. 

Na agenda da ex-secretária constam 16 reuniões com Oliveira, que seria um dos aliados de Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil. 

Oliveira disse ainda, segundo a revista, que Rose foi acionada, por exemplo, para convencer o presidente a aprovar a compra da Nossa Caixa pelo banco, um negócio bilionário, de R$ 5,3 bilhões. 

O escritório da Presidência da República em São Paulo funciona no prédio do Banco do Brasil. De acordo com a reportagem, Rose teria usado seu prestígio para interceder por dois candidatos a presidente do banco em 2009 - Bendine e Ricardo Flores, que acabou alçado à presidência da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do BB. 

À Veja, Flores disse não se lembrar das reuniões com Rose. Tanto Oliveira quanto Flores foram demitidos pela presidente Dilma Rousseff. 

O Banco do Brasil informou em nota encaminhada à revista que a relação da instituição com Rose sempre foi institucional. A revista afirma que Rose cobrava, em troca, ingressos para shows, eventos em resorts e almoços em restaurantes caros, que eram pagos pelo banco. 

A Operação Porto Seguro revelou que, além de receber "pequenos agrados", Rose foi beneficiada duas vezes pelo Banco do Brasil. Seu ex-marido José Cláudio Noronha foi nomeado para o conselho de administração da Aliança Brasil Seguros, a seguradora do BB que hoje se chama Brasilprev, usando um diploma falso de curso superior. 

O atual marido, João Batista de Oliveira, dono da pequena empresa New Talent, conseguiu um contrato de R$ 1,1 milhão com a Cobra Tecnologia, subsidiária do banco, para uma obra de reforma. 

Também neste caso, houve documento falso: um atestado de capacidade técnica emitido para a New Talent pela Associação Educacional e Cultural Nossa Senhora Aparecida, mantenedora da faculdade Facic, que pertencia a Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas também indiciado pela PF. 

A agenda de Rose registra ainda reuniões com José Salinas, vice-presidente do BB até junho de 2010, e pelo menos um encontro com José Antonio Dias Tóffoli, em março de 2009, quando ele era ministro da Advocacia Geral da União (AGU). 

Rose teria participado da posse de Tóffoli no Supremo Tribunal Federal. A secretária teria ainda realizado cinco reuniões com Newton Carneiro, diretor administrativo e financeiro da Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, e duas com um representante da Funcef, o fundo de pensão dos servidores da Caixa Econômica Federal. 

A revista diz ainda que Rose recebia até mesmo representantes de empresas estrangeiras que chegavam ao país, como a francesa Boiron, do setor de medicamentos, com quem manteve dois encontros. À revista, a empresa informou que os encontros foram para apresentar seu projeto para o Brasil. 

A Assessoria de Imprensa do Instituto Lula informou que as informações contidas na reportagem não atingem o ex-presidente Lula. Em relação à declaração do ex-vice-presidente do BB que, segundo a revista, teria dito que Rose "levava demandas institucionais do banco para o presidente", a assessoria comunicou que essa era uma das atribuições do cargo de Rose como chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo e que não vê irregularidades nisso. A assessoria informou ainda que o ex-presidente não é objeto de investigação da Operação Porto Seguro.

Como sempre, elle diz que "nunca neste paíz", elle soube de nada.....

Estadão: Ex-diretor da Antaq ajudou grupo ligado a José Sarney

Apadrinhado político do presidente do Congresso Nacional, José Sarney (PMDB-AP), e atual secretário do governo Roseana Sarney (PMDB) no Maranhão, Fernando Fialho assinou, quando comandava a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), uma resolução que beneficiou um empresário ligado ao senador, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. 

De acordo com a revista Veja, a medida evitou que o Grupo Rodrimar disputasse licitação para se manter em área do terminal do Porto de Santos, cujo arrendamento venceria em 2011. O contrato prestes a caducar foi unificado a outro, com vencimento previsto para 2013, sem que nova concorrência fosse feita. 

Fialho deixou o comando da agência no início de 2012 e foi substituído no cargo por Pedro Brito. O dono da Rodrimar é Antônio Celso Grecco, que tem ligações com o clã Sarney e é amigo pessoal de Fialho. As investigações da Polícia Federal na Operação Porto Seguro desmantelaram um esquema que atuava em favor de empresários com interesses, entre outros, no Porto de Santos. Diretores de agências reguladoras, como Paulo Vieira (ex-Agência Nacional de Águas), foram denunciados. Ainda segundo a publicação, a resolução assinada por Fialho não é alvo da investigação.

Genoino abusa da desfaçatez e diz sentir-se confortável ao tomar posse na Câmara dos Deputados

Sob o ponto de vista legal, nada impedia José Genoino de tomar posse como deputado federal, o que aconteceu na quinta-feira (3), no Congresso Nacional. Se ilegalidade não existiu, sob a ótica da moralidade e da ética foi um acinte sem medidas. Mas Genoino não estará sozinho nessa empreitada, pois no Parlamento brasileiro há muitos transgressores contumazes que ainda não foram flagrados pela Justiça e como lobos continuam disfarçados sob pele de cordeiro. 

Até dias antes do fim do julgamento do Mensalão do PT, no Supremo Tribunal Federal, José Genoino enfrentava um processo de depressão, a ponto de precisar do incentivo dos amigos para sair daquela situação. Jogo de cena muito bem ensaiado, pois ao tomar posse na Câmara o petista não exibiu nenhum traço de alguém que é depressivo ou esteve nessas condições. Ao contrário, José Genoino exibiu a soberba de sempre e que marca nove em cada dez integrantes do PT, não sem antes afirmar que se sentia confortável. Qualquer brasileiro que saiba fazer contas também diria o mesmo. Genoino custará até a perda do mandato, o que será determinado pelo STF, pouco mais de R$ 130 mil por mês. Colocará no bolso R$ 26,7 mil, em valores brutos, a cada trinta dias, além das mordomias financeiras do cargo que podem render algum dinheiro extra ao final do mês. 

Tão logo foi condenado pelo STF, Genoino pediu demissão do cargo que tinha no Ministério da Defesa, pois não queria causar qualquer constrangimento ao governo da companheira de armas Dilma Rousseff. Contudo, constranger a parcela de bem da população brasileira é permitido. Às favas os 90 mil eleitores que votaram em José Genoino e o fizeram segundo suplente de uma coligação partidária que algumas vezes patrocina, outras endossa a corrupção. 

No momento em que o Brasil precisa de uma profunda assepsia na política, extirpando os que têm vocação ao banditismo, surge alguém amparado na lei para afrontar a moralidade que deveria ser o primeiro tom do Estado, como um todo. 

Nós continuamos insistindo que a posse de José Genoino ocorreu dentro da legalidade, mas é no mínimo imoral, quiçá não seja amoral. Os brasileiros precisam se unir, não cada um no sofá de casa, mas na rua, e exigir dos políticos a imediata mudança da legislação, impedindo que cenas vexatórias se repitam como se representassem a regra da normalidade.