quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Política e suas palhaçadas: Lindberg e Collor dão à História um formato de lenda

O encontro amistoso de dois personagens deu à História uma aparência de viaduto ligando o inacreditável ao inimaginável.

Confraternizaram-se no plenário do Senado o ex-cara-pintada Lindberg Farias e o ex-presidente Fernando Collor. Inimigo de Collor no verbete da enciclopédia que trata do impeachment, Lindberg é, hoje, cúmplice de governismo do ex-desafeto.

Felizes apoiadores do governo petista de Dilma Rousseff, os neocompanheiros foram ao plenário para votar a favor da tetrapresidência de José Sarney.


Observaram-se à distância por mais de duas horas. Só depois de encerrada a sessão, com o entorno já esvaziado, achegaram-se um ao outro.
Trocaram sorrisos e apertos de mão. Apalparam-se na altura dos braços. Tentavam, por assim dizer, provar a si mesmos que não eram personagens fictícios.

"Aquele foi um momento da história do país. Ele foi gentil comigo, apertou minha mão", disse Lindberg aos repórteres.

Uma casualidade proveu assunto para um diálogo improvável. A ex-moralidade e o ex-aético conversaram sobre a comissão de Infraestrutura do Senado.


Lindberg é candidato a presidente da comissão. Se prevalecer, irá a uma cadeira que, até dezembro, era ocupada por Collor.


"Ele disse que, se eu for sucedê-lo na comissão, vai passar tudo para mim", festejou Lindberg.


Compelidas pelas circunstâncias a reescrever os livros, a ex-ética e a ex-imoralidade dão à História um formato de lenda.


No final da fábula, numa evidência de que o tempo é mesmo Senhor da razão, todos vivem felizes para sempre.

Blog do Josias


Comento:

Se o tempo é o senhor da razão e vivem felizes para sempre, o povo só pode ser idiota de acreditar nestes políticos.

Num dia, defendem a ética, noutro, escancaram sua falta de caráter. Isto é Brasil, onde tudo acaba em pizza, ninguém quer saber de nada, e a população que se dane.

Brasil: um país de tolos!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Conta da reabertura do Congresso vai a R$ 1 milhão

Sérgio Lima/Folha

A posse dos cerca de 260 "novos" deputados e senadores eleitos em 2010 vai custar à Viúva algo como R$ 500 mil.

Incluindo-se na conta os congressistas reeleitos, o espeto se agiganta. Vai às cercanias de R$ 1 milhão.

Estão incluídas na conta passagens e diárias para os parlamentares e seus acompanhantes.

Dá-se à cerimônia o apelido de “festa”. Festeja-se decerto o exercício do mais festivo dos privilégios: o direito de gastar o dinheiro alheio como se fosse grátis.

Notícia velha: Sarney é reeleito presidente do Senado

O senador José Sarney (PMDB-AP) foi reeleito como presidente do Senado para o biênio 2011-2012 em votação realizada há pouco no plenário.

Esse será o quarto mandato de Sarney como presidente do Senado. Além dele, concorreu à vaga o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP).

O placar final ficou 70 votos para Sarney, 8 para Rodrigues, 2 brancos e 1 nulo.


Na tarde de hoje devem ser definidos os demais integrantes da Mesa Diretora do Senado.

São Paulo tem queda de homicídios, roubos e furtos

Sérgio Roxo

O Globo

O estado de São Paulo registou no ano passado queda nos principais índices de criminalidade. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública, houve redução de homicídios, roubos, latrocínio (roubo seguido de morte), roubos de carga, roubos de veículos, roubos a banco e furtos.

Depois de elevação em 2009, que interrompeu uma sequência de 10 anos de redução, os homicídios recuaram 4,5% no ano passado. O estado teve 10,47 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes.

Um índice superior a 10 assassinatos por 100 mil é considerado epidemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em números absolutos, foram 4.320 homicídios em 2010, contra 4.564 no ano anterior.

O governo paulista destacou a redução dos assassinatos na comparação com 1999, quando a estatística começou a ser contabilizada. Na ocasião, o estado teve 35,27 homicídios por 100 mil habitantes, o que representa uma queda superior a 70%.

Os roubos em geral tiveram uma queda de 9,47%. Os latrocínios caíram 16,5% em 2010, de 303 para 253. Os roubos de carga tiveram redução de 6,2% e os de veículos, 4,54%. A queda mais acentuada aconteceu nos roubos a banco: 16,6%. Os furtos caíram 4,26%.

PAC tapou rombo de R$ 11,7 bi em 2010

Adriana Fernandes e Fabio Graner

O Estado de S.Paulo



A equipe econômica prometeu até os últimos dias de 2010 - mas não conseguiu - cumprir a meta de superávit primário das contas do setor público. Mesmo com forte crescimento econômico, arrecadação recorde, e uso de manobras contábeis que engordaram o caixa, o governo ainda teve de recorrer ao artifício de desconsiderar parte das despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para cumprir a meta.

Embora o resultado, o segundo menor do governo Lula, já fosse esperado pelos analistas, a divulgação dos números finais ontem pelo Banco Central (BC) alimenta as dúvidas sobre a promessa do governo de que 2011 será ano de ajuste fiscal.


Cada vez mais, o mercado quer ver o governo apresentar um pacote fiscal que vá além de um mero contingenciamento das despesas do Orçamento.


Como antecipou o Estado no dia 25, o setor público (que reúne o Governo Central, Estados, municípios e empresas estatais) fechou 2010 com superávit primário de 2,78% do Produto Interno Bruto (PIB) - 0,32 ponto porcentual abaixo da meta. Para que o alvo fosse atingido oficialmente, a diferença - de R$ 11,7 bilhões - foi coberta pelas despesas pagas do PAC.

Ótima definição

“No Brasil, prostituta se apaixona, traficante cheira, cafetão tem ciúme, cristão é comunista, empresário é socialista, e oligarca se emociona”.

Eis a geléia geral brasileira!


Reinaldo Azevedo

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Quem diria...ou, a política e suas nuances

Renan vira ‘escudo’ protetor da oposição contra o PT

Roosewelt Pinheiro/ABr

Líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL) tornou-se, para o Planalto, um aliado de dois gumes. No gogó, Renan é governista. Na prática, distancia-se do PT e faz aliança tática com os oposicionistas PSDB e DEM.

Nas próximas horas, serão rateados entre os partidos os postos de comando na Mesa diretora e nas comissões do Senado.

Em combinação com o Planalto, o petismo ergueu a tese segundo a qual a divisão das poltronas deve levar em conta os blocos partidários, não os partidos.
Se prevalecesse tal entendimento, PSDB e DEM, já alquebrados pela artilharia eleitoral de Lula, seriam humilhados pelo PT.

No comando de um bloco que inclui outros cinco partidos (PSB, PR, PRB, PCdoB e PDT), o PT desceria ao front com uma tropa de 30 senadores.

E a infantaria oposicionista, reduzida a dez tucanos e cinco ‘demos’, evoluiria do Waterloo de 2010 para uma espécie de exílio napoleônico de Santa Helena.


Renan, que dispõe da alternativa de tonificar o seu PMDB num bloco com PP e PTB, converteu seus exércitos em escudo protetor da oposição.
Para o general pemedebê, prevalecem os partidos, não os blocos. A oposição perde poder, mas livra-se da asfixia tramada pelo PT e torna-se devedora de Renan.

Pela regra da proporcionalidade, cada partido escolherá as poltronas que deseja ocupar segundo o tamanho de sua bancada.

Maior legenda do Senado, o PMDB reacomodará José Sarney (AP) na cadeira de predidente. Será a quarta presidência dele. Mais dois anos.
Ao desbancar o PSDB do posto de segunda maior bancada, o PT desalojará o tucanato da 1ª vice-presidência. O posto será ocupado, em sistema de rodízio, por Marta Suplicy (SP) e José Pimentel (CE). Um ano para cada um. Resta definir quem vai primeiro. O PMDB tem a prerrogativa de escolher mais uma posição na Mesa, a 2ª vice-presidência. Só então o PSDB, terceira maior bancada, fará a sua pedida.

O tucanato cairá da 1ª vice para a 3ª Secretaria. É uma espécie de prefeitura do Senado. Dispõe de orçamento anual de cerca R$ 3 bilhões. Trata-se de um cobiçadíssimo ninho de escândalos à espera de moralização. Ex-reduto do DEM, vai ao colo do tucano Cícero Lucena (PB). Ex-prefeito de gestão duvidosa, Lucena chega à posição enrolado em ação do Ministério Público. Sua biografia não rima com a higienização que o posto pede.

Na fila do rateio, vêm a seguir o DEM e o PTB, ambos com cinco senadores. Na legislatura que termina, os 'demos' eram 13. Saíram das urnas com seis. Mas um deles, Eliseu Resende (MG), morreu. Líder do DEM, o senador José Agripino Maia (RN) agarra-se ao regimento para tentar “ressuscitar” Eliseu. Agripino alega que vale a conta da época da diplomação, não a de hoje. Seja como for, o ex-poderoso DEM terá de optar por uma secretaria subalterna –3ª ou 4ª.

Num esforço para atenuar o prejuízo, Agripino rogou a Renan que o PMDB ceda para o DEM a 2ª vice-presidência. Aguarda por uma resposta.

Rateados os postos da Mesa diretora passa-se à divisão das comissões. São duas as mais relevantes: a de Justiça e a de Assuntos Econômicos.
A primeira será do PMDB. A outra, do PT. O PSDB cobiça a de Infraestrutura, por onde passam as nomeações para agências reguladoras e os projetos do PAC. Se vingasse a manobra do PT –blocos em vez de partidos— o tucanato daria adeus à Infraestrutura. Graças a Renan, conserva as chances de obter o posto.

O DEM, que controlava a poderosa comissão de Justiça, terá de se contentar com coisa menos relevante –Agricultura, Assuntos Sociais ou algo assemelhado.

Como Renan não dá ponto sem nó, o PT e o Planalto farejam na movimentação dele um cheiro de 2013.
Expurgado da presidência do Senado em meio a denúnicas, o senador tramaria retornar ao posto nas pegadas de Sarney. Renan adula a oposição para reunir apoios que lhe permitam dar as cartas no Senado nos dois últimos anos da gestão Dilma Rousseff.

Até ontem, o PSDB chamava Renan de adjetivos impublicáveis. Hoje. é fiador do partido.

Depois, querem reclamar que o povo tenha ética e caráter. Vá entender...