sábado, 22 de setembro de 2012

E essa "coisa" já foi deputado! Quem deve sifu... é ele.

Ex-líder do PT na Câmara, Paulo Rocha bebeu R$ 620 mil na fonte do mensalão. Agora, aguarda na fila do cadafalso do STF.

 Na quinta (20), enquanto os primeiros beneficiários de valerianas eram empurrados para o patíbulo, Rocha circulava por um shopping brasiliense. Foi avistado pela repórter Maria Lima. Provocado, disse meia dúzia de palavras sobre o julgamento. 

Em timbre aziago, criticou o relator Joaquim Barbosa –“Está movido pelo ego”—, queixou-se dos demais ministros –“Não foram colocados lá para apenar como estão apenando”— e destilou pessimismo –“Vai ser todo mundo condenado e preso.” 

 Indagado se está preparado para a prisão, o companheiro abespinhou-se: “Você nunca me ouviu sobre o processo e agora quer saber se estou preparado para ser preso? Ah! Vai se foder!” 

Logo, logo Rocha haverá de retirar da encrenca que o engolfa um ensinamento básico: quem tem calos não deve se meter em apertos.

E imaginar que uma pessoa dessas já foi deputado. Deveria é, na penitenciária, freqüentar curso de boas maneiras. Se liga, petralha!

SE ISSO NÃO FOR ESCÂNDALO NÃO SEI O QUE SERÁ

por Ricardo Noblat 

Vanessa cobrou água. O governador abriu as torneiras 

Extraído do site Transparência Brasil Folha de S. Paulo (SP) - 10/09/2012 

 Distribuição gratuita de água no AM causa polêmica em eleição  

 Problema histórico de Manaus, a falta de água se tornou o principal foco de polêmica na campanha eleitoral na capital do Amazonas. Em meio a bate-bocas sobre o tema, o governador radicalizou: abriu as torneiras e passou a distribuir água de graça para a população, medida que já está sob análise da Justiça Eleitoral. 

 O caso ganhou destaque no início da semana passada, quando a candidata Vanessa Grazziotin (PC do B) disse que um reservatório da cidade, quando inaugurado, atenderia às famílias sem o drama do racionamento de água.

 Imediatamente após a declaração, o governador Omar Aziz (PSD) determinou a abertura do reservatório e a distribuição gratuita de água. 

 O ex-governador e líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB), já havia dito, em programa de rádio, que "o Omar vai entregar água de graça para o povo". 

Braga e Aziz são cabos eleitorais da candidata comunista.

 A Justiça Eleitoral está analisando a propaganda da candidata sobre a oferta de água. O promotor Jorge Cavalcante disse que a decisão do governador deveria ter sido justificada por decreto. "Pode configurar uma conduta vedada no período eleitoral."    

Mui amigo esse vice.

Para melhorar a segurança na Capital paranaense, o candidato a vice-prefeito na chapa de Ratinho Jr, Ricardo Mesquita, propõe distribuir um apito para cada morador de Curitiba. A proposta foi apresenta em entrevista no Crea-PR, e não é menos surpreendente quanto o próprio Ratinho, na televisão, afirma que um de seus principais compromissos é colocar placas de ruas em Curitiba. “É muita criatividade”, disse um curitibano indignado com a falta de “ter o que falar. Então que fique quieto”. 

O cara deve ter fumado maconha, só pode, para ter uma idéia imbecil destas. E quando for roubado, o cidadão enfia o apito na...cavidade oral do ladräo? 

Parece que a oposição ao candidato está mais perto do que ele imagina....

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Barbosa dá prazo para Dilma se manifestar sobre reajuste ao MP

Ministro do Supremo é relator de pedido de aumento a servidores do MP. Procurador pediu inclusão de reajuste de 29,5% no projeto do Orçamento.

 Mariana Oliveira, G1 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa deu prazo de dez dias (a contar desde segunda, 17) para que a presidente Dilma Rousseff apresente manifestação sobre pedido de inclusão de reajuste de 29,5% para os servidores do Ministério Público da União (MPU) na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2013. 

O pedido foi feito pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em mandado de segurança impetrado na segunda (17). Na ação, Gurgel solicitou que seja tomada uma decisão liminar (provisória) antes da análise completa da questão e criticou a presidente por não ter incluído na proposta orçamentária os valores integrais pedidos pelo MPU. 

Na própria segunda, Barbosa deu prazo de 10 dias para que a presidente se manifeste. A decisão foi incluída no andamento processual no site do Supremo nesta quarta (19). "Após o recebimento da manifestação, examinarei o pedido para concessão da medida liminar", afirma Barbosa na decisão.

Até que enfim temos um MINISTRO DECENTE no STF e não aquelas coisas, que nada vêem, nada sabem e, por conivência política, absolvem tudo e contrariam as leis.

João Paulo diz que não vai ‘entregar’ o mandato. É o mensaleiro afrontando o STF. Do jeito que vai, o ministro Joaquim Barbosa acaba preso. É um acinte!

Primeiro político a amargar veredictos adversos no julgamento do mensalão, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) disse a companheiros de partido que não entregará o mandato “de mão beijada”. Informou que brigará para não ser preso e para permanecer na Câmara até o término da atual legislatura, em 2014. 

Condenado por três crimes –corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro— João Paulo prepara dois movimentos. Num, recorrerá contra as decisões do Supremo. Noutro, apelará à solidariedade dos colegas de Parlamento para salvar o que lhe resta de mandato. 

Sabendo-se inelegível por oito anos, o ex-presidente da Câmara alega que a sobrevivência no Legislativo é essencial para que consiga reestruturar sua vida. Segundo diz, não dispõe de reservas financeiras que lhe permitam dispensar do dia para a noite o contracheque de deputado (R$ 26,7 mil mensais). 

Em seus diálogos privados, João Paulo chega mesmo a inventariar seu patrimônio: R$ 80 mil no banco, três carros usados, a casa onde mora em Osasco e um flat que lhe rende aluguel de R$ 2 mil por mês. 

Embora condenado, João Paulo não conhece o tamanho do seu castigo. A chamada dosimetria da pena só será aplicada ao término do julgamento. Porém, o suplício foi insinuado no voto de Cezar Peluso. Como votou às vésperas de aposentar-se, Peluso teve de se pronunciar sobre a pena. 

Afora a perda do mandato, fixou a pena em seis anos de cadeia, algo que garantiria a João Paulo o regime semiaberto. O problema é que a conta de Peluso não inclui a lavagem de dinheiro, crime do qual absolveu o réu. A pena mínima prevista no Código Penal para esse delito é de três anos de reclusão. 

Para livrar-se do regime fechado, o deputado precisa torcer para que os colegas de Peluso não sejam mais draconianos do que ele na fixação das penas por corrupção e peculato, aprovadas por 9 votos a 2. Mais: depende da revisão da condenação por lavagem de dinheiro, aprovada por maioria estreita: 6 a 5. 

Para tentar atingir o segundo objetivo, a defesa de João Paulo protocolará no STF um “embargo infringente”. É um tipo de recurso que permite requerer a reversão da condenação. Pode ser usado sempre que a decisão não é unânime e que o condenado tenha obtido em plenário pelo menos quatro votos a seu favor. No caso de João Paulo, há cinco –o de Peluso e os dos ministros Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Dias Toffoli e Marco Aurélio Mello. 

Quanto à perda do mandato, a posição de Peluso deve ser endossada pelos colegas. Em entrevista, Marco Aurélio Mello já declarou que, uma vez decretada pelo Supremo, a extinção do mandato é automática. Mas o presidente da Câmara, Marco Maia, companheiro de partido de João Paulo, pensa de outro modo. 

Para Maia, a palavra final é do plenário da Câmara, não do Supremo. Assim, é preciso que um partido político formalize o pedido, que a Mesa Diretora defira e que o requerimento siga os trâmites usuais. Com pressa, é coisa para seis meses. Com vagar, mais de um ano. 

Nesse contexto, as manobras judiciais ganham especial relevo. João Paulo não pode ser considerado culpado antes que todos os recursos ajuizados por ele sejam apreciados pelo plenário do STF. Só então o processo atingirá a fase que os advogados chamam de ‘trânsito em julgado’. 

Além do “embargo infringente” que usará para questionar a condenação por ‘lavagem’, João Paulo planeja protocolar no STF dois “embargos de declaração” –um para a corrupção passiva e outro para o peculato. É um tipo de recurso que não permite senão pedir que sejam esclarecidos eventuais pontos obscuros do acórdão condenatório. 

Ainda que malsucedidos, os três recursos podem empurrar a execução das penas para meados de 2013. O jogo de João Paulo estará jogado se ele for preso. Atrás das grades, não terá como dar expediente na Câmara. 

Do contrário, beneficiado pelo espírito de corpo da corporação e pelo rito prescrito por Marco Maia, não são negligenciáveis as chances de o condenado se manter na folha da Câmara pelo prazo que deseja. Um golpe de barriga aqui, um recesso ali e chega-se facilmente a dezembro de 2014.

Renda comprometida das famílias com dívidas bate recorde de 22,38%

Eduardo Cucolo, Estadão.com.br 

O comprometimento de renda das famílias brasileiras com o pagamento de dívidas bateu novo recorde em junho. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 20, pelo Banco Central, naquele mês, 22,38% dos ganhos mensais dos brasileiros eram destinados a essas despesas. O recorde anterior era de outubro de 2011, quando o porcentual estava em 22,35%. Em maio deste ano, o comprometimento era de 21,93% da renda. 

Segundo o BC, 8,01% dos ganhos foram usados para pagamento de juros em junho, abaixo do recorde de 8,13% verificado em outubro de 2011. Outros 14,37% foram para amortização do principal das dívidas, porcentual recorde. Os dados mostram ainda que a dívida total das famílias brasileiras correspondia, em junho, a 43,94% da sua renda acumulada nos últimos 12 meses, outro recorde, superando os 43,42% de maio.

Era lógica essa questão: o mito Lula não mandou todos consumirem mais, adquirirem tudo o que queriam? Foi o resultado.

E agora? Ele pagará as faturas do povo que confiou nele?

Ex-presidente articulou com aliados a divulgação do texto

Vera Rosa, Estadão.com.br 

A ideia de preparar uma nota de desagravo a Luiz Inácio Lula da Silva, assinada por partidos aliados do governo Dilma Rousseff, partiu do próprio ex-presidente. Lula fez a sugestão ao participar de ato da campanha de Fernando Haddad (PT) no domingo, 16, no Centro de Tradições Nordestinas, em São Paulo. 

Em conversa com o presidente do PT, Rui Falcão, e com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos – que comanda o PSB –, Lula pediu aos aliados que se unissem para repudiar "calúnias e mentiras" contra ele. Seu argumento era que a estratégia vem sendo usada para prejudicar não só o PT, mas todos os partidos governistas nas eleições. Declarações atribuídas ao empresário Marcos Valério pela revista Veja, naquele fim de semana, jogavam Lula no centro da crise, apontando-o como "chefe do mensalão".

Era lógico que o chefão iria ordenar a seus capangas que agissem por ele. Elementar!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Vitimização é indicativo de doença emocional

"Sou inocente e não cometi nenhum crime. Fui só presidente do PT." 

José Genoíno, ex-presidente do PT, ao dizer que tem esperança de ser absolvido no julgamento do mensalão.

Ó que dó...francamente! Porque este senhor não para de tentar passar a imagem de vítima e assume logo seus atos?

E sabe porque não faz isso? Não o faz porque lhe falta caráter e vergonha na cara.

Se fosse uma pessoa digna, não teria entregado seus "companheiros guerrilheiros" aos militares...Se tivesse caráter, abandonaria a função (?) que exerce no Ministério da Defesa e devolveria os polpudos salários que recebe para nada fazer...

Era só presidente do PT? Há, então era você que assinava odas as falcatruas cometidas, que o STF está aí a mostrar ao povo?

Então era você que, ao longo do período lulista, abocanhou valores com a desculpa de que seriam "verbas partidárias" e os encaminhou para pagamentos indevidos?

Então é você que, apesar de sua pose de vítima, sobrevive às custas do dinheiro do povo?

Quanta hipocrisia seu Genoíno. Quanta mentira ainda resta a ser contada?

Cuidado, pois em qualquer dia desses, você pode ser canonizado e tornar-se mais um santo brasileiro! Ou, quem sabe, figure na galeria dos heróis nacionais! 

Santa paciência! e nós temos que ouvir e aguentar as barbaridades que este petralha comete.

Modelo falido, por Merval Pereira

Merval Pereira, O Globo 

O debate ontem entre senadores do PT e do PSDB sobre o mensalão é bastante representativo do nível baixo de nossa política atual. Não tendo mais como defender seu partido, o PT, dos crimes que estão sendo provados sessão após sessão no julgamento do Supremo Tribunal Federal, o senador do Acre Jorge Viana resolveu atribuir ao PSDB a origem do esquema criminoso, alegando que os petistas foram “alunos mal aplicados” que tentaram repetir “o modelo profissional do PSDB e do PFL”. 

O líder do PSDB, senador Álvaro Dias, saiu-se bem de início, defendendo que, “se o PT sabia do episódio de 1998 em Minas, deveria ter denunciado em vez de repetir o modelo cinco anos depois”. Mas depois se perdeu na tentativa de tapar o sol com a peneira, alegando que desconhecia o tal “mensalão mineiro”. É o roto falando do esfarrapado. 

A atitude de Viana reflete a repercussão, nas eleições municipais, do julgamento do mensalão, especialmente nas capitais, inclusive Rio Branco. O PT vem encontrando dificuldades nos grandes centros, onde a opinião pública é mais interessada em questões que dizem respeito a valores e comportamentos, e tenta levar consigo o PSDB. 

Enquanto isso, o que está em julgamento pelo STF são nossos hábitos e costumes. Os políticos acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro têm chances reais de serem condenados, a persistirem os critérios já utilizados pela maioria dos ministros do STF nas sessões anteriores. 

Há um entendimento majoritário no STF de que a corrupção passiva acontece quando existe a possibilidade de utilização do cargo para recebimento de pagamentos indevidos, até mesmo que não se realize o ato corrupto.

Juro do cartão crédito no Brasil é de 238% ao ano

Lucianne Carneiro, O Globo 

Apesar da queda dos juros básicos da economia — que estão no seu menor patamar histórico — os brasileiros ainda pagam a maior taxa média no cartão de crédito. Levantamento em nove países — Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Venezuela, México, EUA e Reino Unido, além do Brasil — mostrou que o país cobra 238,30% ao ano. O número é mais de quatro vezes o registrado pelo Peru, o segundo colocado, com taxa de 55%, muito próxima aos 54,24% do Chile. 

A Argentina é o quarto país com a maior taxa, de 50%, seguido por México (33,8%), Venezuela (33%) e Colômbia (29,23%). Nos EUA e no Reino Unido, a taxa é muito inferior, de 16,89% e 18,7%, respectivamente. O estudo incluiu dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), da Proteste e dos sites Index Credit Cards e Money Facts, dos EUA e Reino Unido, respectivamente.

Enquanto isso, o governo petista diz que tudo vai bem...

Uma anatomia da loucura de Lula

Os deuses primeiro tiram a razão daqueles a quem querem destruir. “Quos volunt di perdere dementant prius.” Já lembrei aqui este adágio latino a Lula, mas ele, claro!, não me ouve. No que, do seu ponto de vista, faz muito bem! Se ouvisse, creio que não teria sido eleito presidente da República, porque eu, por óbvio, teria reprovado, como reprovo, os métodos a que recorreu para construir seu partido, para se eleger e para se manter no poder. E é assim não é de hoje — desde quando, ainda bem jovem, rasguei a minha filiação, apostando que ele chegaria ao poder. Foi quando criei a expressão “burguês do capital alheio” (eu ainda era de esquerda) — e, aí sim, tive uma antevisão: não será bom para as instituições e para a verdade dos fatos. Em seus oito anos de mandato, Lula já havia depredado a história o bastante. Um dia, creio, a onda estupidificante petista na academia reflui, e se poderá, então, serenamente, narrar o que se deu. De todo modo, o Apedeuta encerrou seus oito anos de poder elegendo sua sucessora, o que é uma conquista e tanto. Uma aposentadoria política digníssima se lhe afigurava, com o mito relativamente preservado. MAS NÃO! O DIABO É QUE, NA CABEÇA DE LULA, SUA OBRA ESTÁ INCOMPLETA. 

Ainda há no Brasil, vejam que ousadia!, quem lhe faça oposição intelectual — não me refiro aos partidos, não! — e quem não esteja disposto a se ajoelhar a seus pés. Ainda há no Brasil setores que ele considera recalcitrantes, que merecem a pecha de “golpistas” porque ousam não concordar com ele. Ainda há no Brasil, por exemplo, uma imprensa livre também no espírito, não apenas na letra da lei. Se o PT foi malsucedido no seu esforço de criar um mecanismo de censura, sabe, no entanto, que foi muito bem sucedido em tornar influentes alguns de seus valores, hoje bovinamente repetidos por franjas engajadas também da grande imprensa. Há dias, li em dois grandes jornais textos de “analistas” que afirmavam, por exemplo, literalmente, que “ninguém ganha com a guerra entra bandidos e polícia em São Paulo”. Ainda preciso escrever um texto só sobre esse assunto. Imaginem vocês… Quando alguém escreve essa enormidade, está a igualar os dois lados da suposta “guerra”, vislumbrando, então, a necessidade de uma “pax”; o que se está a pedir é uma solução negociada com os… bandidos! Mas não quero me desviar do foco. 

Lula poderia estar exercendo dignamente o seu papel de ex-presidente — ele prometeu, como sempre, ser muito melhor do FHC nisso também… É o que vemos? Não! Dias antes de encerrar seu mandato, anunciou que ele próprio investigaria essa história de mensalão, sustentando ser uma grande tramoia da oposição. Passou a se articular freneticamente nos bastidores para impedir que o Supremo Tribunal Federal cumprisse seu papel. No encontro com um ministro, falou abertamente a língua da chantagem. Conversas de Marcos Valério, reveladas por reportagem de VEJA, informam que aquele que sempre esteve no controle do mensalão (segundo o publicitário), dava garantias que só poderiam sair da boca de um tirano. O Supremo estaria no bolso. 

Em associação com José Dirceu e com outros “duros” do PT, armou a CPI do Cachoeira não para investigar falcatruas — o que seria meritório; mas está aí a Delta, protegida pelos petistas —, mas para intimidar a oposição e, de novo!, a imprensa. Lula apostou tudo na comissão. Era o seu bilhete premiado para as eleições de 2012 e de 2014! Não haveria de sobrar pedra sobre pedra dos oposicionistas, da imprensa livre, da Procuradoria-Geral da República — lembrem-se de que Collor foi o escalado para atacar Roberto Gurgel — e do próprio Supremo. 

Dos bastidores, chegavam os ecos trevosos: “Não haverá julgamento! Isso irá para 2013 e, de 2013, para nunca mais!”. Ao mesmo tempo, ainda que a presidente Dilma negue (e ela nega), o seu próprio governo passou a entrar no radar do lulismo. O Apedeuta não concordava com a ideia de uma “faxina ética”, na qual a presidente surfou. Isso fazia parecer que seu governo era condescendente (ora vejam!) com a corrupção. O Babalorixá de Banânia, como sabem, havia prometido “desencarnar”, para empregar o verbo a que ele próprio recorreu, mas quê… Foi tomado, assim, por uma espécie, se me permitem, de paixão carnal do espírito. A história política de Lula também poderia ser contada a partir dos seus ódios. E poucos são capazes de odiar como ele. Ao longo de sua trajetória política, à diferença do que muitos pensam, não liquidou apenas adversários políticos, não! Também destruiu aliados. Para tanto, bastava-lhe ser contrariado. E, como ninguém, soube, desde os tempos de sindicato, usar as falhas alheias e as circunstâncias em benefício próprio e na construção de sua própria mitologia. 

Lula poderia, reitero, estar curtindo a sua aposentadoria, mesmo depois do drama pessoal que viveu com a doença — e até por isso também —, mas ele não se entende fora do poder e da disputa pelo poder. Reparem que passou oito anos demonizando FHC, usando a estrutura do estado para atingir a reputação do antecessor. Como nunca, vimos uma máquina de publicidade oficial dedicada de modo contumaz à mentira. Lula tem menos prazer em vencer do que em derrotar o outro. Isso distingue, devo lembrar, um governante virtuoso de um tirano. E Lula só não é esse tirano porque as instituições que herdou não lhe permitiram. Ele as depredou e infiltrou nelas germens do mal — inclusive no Supremo —, mas não conseguiu subordiná-las a suas vontades. 

Enlouquecendo 

Tentou fazer da CPI a razia final contra o que resta de oposição e contra a imprensa. Não deu! Tentou destruir a reputação do procurador-geral da República. Não deu. Tentou macular a independência do Supremo. Não deu. Tentou se construir como a alternativa a Dilma (“caso ela não queira disputar a reeleição”, ele sugeriu…). Não deu. Tentou impedir o julgamento dos mensaleiros. Não deu. Tentou criar uma mentira sobre aqueles fatos escabrosos. Não deu. Tenta agora eleger Fernando Haddad em São Paulo para ter como chantagear depois o próprio governo Dilma. O jogo não está jogado, mas está difícil. Sai Brasil afora a vociferar contra candidatos a prefeito de partidos de oposição, numa espécie de guerra santa desesperada contra os dragões da maldade. O resultado, por enquanto ao menos, não é muito animador. Ainda que seu projeto paulistano dê certo — não parece que vá —, o PT pode sair dessa disputa municipal menor do que entrou. 

E eu ousaria dizer que o principal culpado pelas dificuldades que o partido passou a enfrentar é Lula. Acostumado a jamais ser contestado — e pobre daquele que a tanto ousar —; incensado como dotado de uma intuição genial, que lhe teria sido transmitida pelo leite materno por mãe nascida analfabeta (a minha já nasceu citando Schopenhauer no original…); aplaudido por gente como Marilena Chaui como aquele que, ao falar, ilumina o mundo; recentemente reverenciado por Marta Suplicy como o próprio “Deus” (nada menos!), Lula foi perdendo a razão, caminho certo para a autodestruição. 

É claro que ele não vai acabar. Continuará a ser uma pessoa influente na política e no PT por muito tempo. Mas é o mito que passa — e, nesse particular, sua loucura é um bem para o país — por um processo acelerado de corrosão. Talvez ainda se elegesse presidente no primeiro turno (em São Paulo, quem está na frente é Russomanno, afinal…), mas são as suas virtudes demiúrgicas junto a setores influentes da política que estão se esfarelando. 

Lula errou feio. Errou quando decidiu emparedar o Supremo. Errou quando decidiu emparedar a imprensa livre. Errou quando decidiu usar uma CPI como instrumento de vingança. Errou quando decidiu que basta mandar para o eleitor obedecer. Errou quando decidiu ser um condestável da República, disputando influência com a própria presidente da República. 

Errou feio, em suma, quando acreditou que, de fato, era Deus. E ele é apenas um homem, mais falível, em muitos aspectos, do que a esmagadora maioria. Afinal, o destino lhe sorriu e lhe foi dado governar um país por oito anos. Poderia ter seguido seu antecessor num particular: entregar instituições mais sólidas do que encontrou. Ele preferiu depredá-las de forma sistemática, contínua e dedicada. ]

Lula, quem diria?, ainda será o melhor biógrafo de Lula. A ambição desmedida do homem acabará por revelar os pés de barro do mito. 

Por Reinaldo Azevedo

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sorry!


MPF responsabiliza Lula por prejuízo de R$ 10 milhões e autopromoção

Vinicuis Sassine, O Globo 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de ser responsável por um prejuízo de R$ 10 milhões aos cofres públicos, buscar autopromoção, fazer publicidade pessoal e favorecer o Banco BMG, ao enviar a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) uma carta com informações sobre o programa de crédito consignado do governo federal. As acusações foram listadas pelo Ministério Público Federal em documento anexado ao processo que investiga atos de improbidade administrativa atribuídos a Lula. 

A denúncia pede que o ex-ministro da Previdência Social Amir Lando devolva os R$ 10 milhões ao Erário. Lula e Lando são réus no processo, que começou a tramitar na Justiça Federal no Distrito Federal em janeiro de 2011. O documento do MPF, de agosto deste ano e ao qual O GLOBO teve acesso, é uma réplica da procuradora da República Luciana Loureiro à defesa preliminar apresentada por Lula, por meio da Advocacia Geral da União (AGU). O juiz Paulo César Lopes, diz que decidirá até o fim deste mês se dá prosseguimento à ação.

Alguma coisa começa a ser feita com a herança maldita lulista...

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Lula vai manter silêncio sobre o caso Valério

José Maria Tomazela, Agência Estado 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai manter-se em silêncio sobre as acusações atribuídas ao operador do esquema do mensalão, Marcos Valério, de que o então presidente era chefe do esquema. 

De acordo com sua assessoria, ele decidiu não rever a decisão já tomada de não falar sobre o caso enquanto estiver sob julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). 

Um interlocutor revelou que Lula esperava ser atacado na reta final da campanha para as eleições municipais, mas considerou que a oposição - à qual atribuiu o ataque - "passou do limite". Segundo ele, as acusações são "forçadas" em razão do período eleitoral. De acordo com a fonte, que conversou com Lula a respeito, o ex-presidente e o PT chegaram à conclusão de que a repercussão do caso só interessa à oposição, que fará de tudo para que o assunto permaneça na imprensa até a eleição. 

Apesar disso, o ex-presidente não estaria preocupado com o que "ainda pode vir" até as eleições. Nesta segunda, o ex-presidente recebeu no Instituto Lula o assessor especial para Assuntos Internacionais do governo Dilma, Marco Aurélio Garcia, mas conforme a assessoria de Lula, os dois discutiram questões relativas à América Latina.

E o governo continua a ser usado para fins particulares!

Pior que isso, só a oposição e a Justça (cega, surda e muda), que nada fazem.

A quarta cópia, por Ricardo Noblat

Dá-se a prudência como característica marcante dos mineiros. Teria a ver, segundo os estudiosos, com a paisagem das cidadezinhas de horizonte limitado, os depósitos de ouro e de pedras preciosas explorados no passado até se esgotarem, e a cultura do segredo e da desconfiança daí decorrente. 

Não foi a imprudência que afundou a vida de Marcos Valério. Foi Roberto Jefferson mesmo ao detonar o mensalão. Uma vez convencido de que o futuro escapara definivamente ao seu controle, Valério cuidou de evitar que ele se tornasse trágico. Pensou no risco de ser morto. Não foi morto outro arrecadador de recursos para o PT, o ex-prefeito Celso Daniel, de Santo André?  Pensou na situação de desamparo em que ficariam a mulher e dois filhos caso fosse obrigado a passar uma larga temporada na cadeia. E aí teve uma ideia. 

 Ainda no segundo semestre de 2005, quando Lula até então insistia com a lorota de que mensalão era Caixa 2, Valério contratou um experiente profissional de televisão para gravar um vídeo. Poderia, ele mesmo, ter produzido um vídeo caseiro. De princípio, o que importava era o conteúdo. Mas não quis nada amador. Os publicitários de primeira linha detestam improvisar. Valério pagou caro pelo vídeo do qual fez quatro cópias, e apenas quatro. Guardou três em cofres de bancos. A quarta mandou para uma das estrelas do esquema do mensalão, réu do processo agora julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Renilda, a mulher dele, sabe o que fazer com as três cópias. 

Se Valério for encontrado morto em circunstâncias suspeitas ou se ele desaparecer sem dar notícias durante 24 horas, Renilda sacará dos bancos as três cópias do vídeo e as remeterá aos jornais O Estado de São Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo. (Sorry, VEJA!) 

O que Valério conta no vídeo seria capaz de derrubar o governo Lula se ele ainda existisse, atesta um amigo íntimo do dono da quarta cópia. Na ausência de governo a ser deposto, o vídeo destruiria reputações aclamadas e jogaria uma tonelada de lama na imagem da Era Lula. Lama que petrifica rapidinho. 

A fina astúcia de Valério está no fato de ele ter encaminhado uma cópia do vídeo para quem mais se interessaria por seu conteúdo. Assim ficou provado que não blefava. 

Daí para frente, sempre que precisou de ajuda ou consolo, foi socorrido por um emissário do PT. 

Na edição mais recente da VEJA, Valério identifica o emissário: Paulo Okamotto. Uma espécie de tesoureiro informal da família Lula da Silva, Okamotto é ligado ao ex-presidente há mais de 30 anos. 

No fim de 2005, um senador do PT foi recebido por Lula em seu gabinete no Palácio do Planalto. Estivera com Valério antes. E Valério, endividado, queria dinheiro. Ameaçava espalhar o que sabia. Lula observou em silêncio a paisagem recortada por uma das paredes envidraçadas do seu gabinete. Depois perguntou: "Você falou sobre isso com Okamotto?" O senador respondeu que não. E Lula mais não disse e nem lhe foi perguntado. Acionado, Okamotto cumpriu com o seu dever. 

Pulou-se outra fogueira. Foram muitas as fogueiras. Uma delas foi particularmente dramática. Preso duas vezes, Valério sofreu certo tipo de violência física que o fez confidenciar a amigos que nunca, nunca mais voltará à prisão. Prefere a morte. 

Valério acreditou que o prestígio de Lula seria suficiente para postergar ao máximo o julgamento do processo do mensalão, garantindo com isso a prescrição de alguns crimes denunciados pela Procuradoria Geral da República. Uma eventual condenação dele seria mais do que plausível. Mas cadeia? E por muito tempo? Impensável! 

Pois bem: o impensável está se materializando. E Valério está no limiar do desespero