sexta-feira, 23 de maio de 2014

Guilherme Boulos, o coxinha extremista e interlocutor de Dilma e Haddad, ameaça o país com uma Copa sangrenta. É o novo queridinho dos engajados!

Guilherme Boulos, aquele coxinha extremista, oriundo de família rica, mas que decidiu fazer a revolução em lugar dos pobres e se transformou no queridinho dos engajados, reuniu nesta quinta 15 mil pessoas, segundo a PM, num protesto na Zona Oeste de São Paulo em favor de moradia. Ele é o chefão do MTST, o dito Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. Bloquearam avenidas, causaram um congestionamento dos diabos, infernizaram a vida das pessoas. Mas a imprensa diz que a manifestação foi “pacífica”. Por enquanto ao menos. Boulos já deixou claro que, se o poder público não ceder às suas chantagens, vai correr sangue.

A sua turma invadiu um terreno privado nas imediações do Itaquerão, nomeou a área de Copa do Povo e de lá ninguém sai, assegura o rapaz. Hoje haverá uma audiência pública para tratar do assunto. Ele ameaça: “Se a opção da construtora e dos governos for tratar a questão como caso de polícia e buscar garantir posse sem nada para as famílias, vai haver resistência. Se querem produzir uma Copa com sangue, essa é a oportunidade que eles têm.”
Por que esse rapaz fala assim, com esse desassombro? Porque o prefeito Fernando Haddad já subiu num caminhão do som do seu movimento para discursar. Porque a presidente Dilma Rousseff, hoje a chefe da baderna nacional, já o recebeu depois de ele liderar invasões. Agora ele se tornou personagem frequente do noticiário e chega a conceder entrevistas, na linha papo social-cabeça, para o encantamento da ignorância deslumbrada.

E depois alguns idiotas se espantam que motoristas de ônibus descontentes com um reajuste de salário promovam o caos da cidade. Ora, por que não? Se o Guilherme, da família Boulos, pode, por que o Severino, da família Silva, não pode? Todos estão cometendo crimes. A questão é saber por que algumas práticas criminosas causam indignação, e outras, encantamento.

Considero, sim, que a eventual reeleição de Dilma fará um mal gigantesco ao país. E, por isso, eu poderia estar a aplaudir, em razão, digamos, de afinidades e “desafinidades” eletivas, esses movimentos de protesto contra a Copa. Mas não aplaudo! Sempre achei essa conversa de “educação e hospital padrão Fifa” uma besteira, uma bobagem. O país gastou uma soma razoável com a Copa — e poderia tê-lo feito sem roubalheira —, mas é uma conta energúmena achar que esse dinheiro contribuiria para minorar de forma significativa a pobreza.

Não é verdade que o Brasil gaste pouco com a área social. Ao contrário! Caso gastasse um pouco menos e houvesse um pouco mais de investimentos, haveria menos pobres e a necessidade de gastar ainda menos na área social, o que liberaria mais para investimentos e resultaria em ainda menos pobres. Entenderam a lógica? Investir pouco e torrar muito em custeio é o caminho da reprodução da pobreza, não da riqueza. Mas vá tentar explicar isso a um esquerdista estúpido. Se estúpido não fosse, esquerdista não seria.

A Folha publica nesta segunda um pequeno e precioso texto, de Gustavo Patu, Dimmi Amora e Filipe Coutinho. Reproduzo um trecho em azul:

Mesmo mais altos hoje do que o previsto inicialmente, os investimentos para a Copa representam parcela diminuta dos orçamentos públicos. Alvos frequentes das manifestações de rua, os gastos e os empréstimos do governo federal, dos Estados e das prefeituras com a Copa somam R$ 25,8 bilhões, segundo as previsões oficiais. O valor equivale a, por exemplo, 9% das despesas públicas anuais em educação, de R$ 280 bilhões. Em outras palavras, é o suficiente para custear aproximadamente um mês de gastos públicos com a área. A comparação deve ser relativizada porque haverá retorno, no futuro, de financiamentos. O Corinthians, por exemplo, terá de devolver os recursos que custearam o Itaquerão. Além disso, os gastos da Copa começaram a ser feitos há sete anos — concentrados nos últimos três.

Retomo

Há, evidentemente, uma grande diferença entre gastar bastante na área social e gastar de forma adequada. Mas esse tipo de debate não viceja na demagogia. O país é hoje refém de grupelhos extremistas que os petistas, na sua, digamos, ânsia inclusiva, transformaram em interlocutores privilegiados. E com eles é assim: ou tudo ou sangue.


Por Reinaldo Azevedo

Doleiro preso depositou dinheiro em conta de Collor

O Globo

O juiz da 13ª Vara Criminal Federal do Paraná, Sérgio Fernando Moro, informou nesta quinta-feira ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, que a Polícia Federal encontrou no escritório do doleiro Alberto Youssf comprovantes de depósitos bancários em espécie no valor de R$ 50 mil, em nome do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL).

Os comprovantes foram encontrados durante busca e apreensão da Operação Lava-Jato feita em março no escritório do doleiro. O juiz informa ao ministro Zavascki que Collor de Mello não é investigado e apenas comunica a existência dos depósitos em nome do ex-presidente da República.

Doleiro preso depositou dinheiro em conta de Collor

O Globo

O juiz da 13ª Vara Criminal Federal do Paraná, Sérgio Fernando Moro, informou nesta quinta-feira ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, que a Polícia Federal encontrou no escritório do doleiro Alberto Youssf comprovantes de depósitos bancários em espécie no valor de R$ 50 mil, em nome do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL).

Os comprovantes foram encontrados durante busca e apreensão da Operação Lava-Jato feita em março no escritório do doleiro. O juiz informa ao ministro Zavascki que Collor de Mello não é investigado e apenas comunica a existência dos depósitos em nome do ex-presidente da República.

Doleiro preso depositou dinheiro em conta de Collor

O Globo

O juiz da 13ª Vara Criminal Federal do Paraná, Sérgio Fernando Moro, informou nesta quinta-feira ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, que a Polícia Federal encontrou no escritório do doleiro Alberto Youssf comprovantes de depósitos bancários em espécie no valor de R$ 50 mil, em nome do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL).

Os comprovantes foram encontrados durante busca e apreensão da Operação Lava-Jato feita em março no escritório do doleiro. O juiz informa ao ministro Zavascki que Collor de Mello não é investigado e apenas comunica a existência dos depósitos em nome do ex-presidente da República.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

É o fim da picada! Deputado estadual do PT, um ex-presidiário e aliado do secretário de transportes de Haddad, participou em março de reunião com membros do PCC que, segundo a Polícia, planejavam ataques a ônibus

Atenção, leitores! A história que vem agora é do balacobaco! No primeiro dia da greve dos motoristas de ônibus em São Paulo, na terça, eu tinha recebido uma informação certa, mas não consegui a prova, de que, no dia 17 de março, no auge dos incêndios a ônibus em São Paulo, a 6ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Facções Criminosas e Lavagem de Dinheiro havia estourado uma reunião na sede da Cooperativa Transcooper, em Itaquera, na Zona Leste, em que membros do PCC planejavam as ações criminosas. Sabem quem estava presente ao encontro? Ninguém menos do que o deputado estadual petista Luiz Moura (PT-SP), que estaria lá na condição de “convidado”. 

Muito bem! Ontem, critiquei duramente no blog o secretário de Transportes da cidade, Jilmar Tatto. Em vez de tentar articular uma resposta para o caos da cidade, ele concedeu uma entrevista atacando a PM, acusando-a de fazer corpo mole, como se policiais militares pudessem sair por aí conduzindo ônibus. Eu tinha, sim, a informação certa sobre a participação do tal deputado naquela reunião da bandidagem, mas não a prova. Mesmo assim, não os deixei na mão. Publiquei, então, o que segue em azul:

“ (…) Terei eu de lembrar que Jilmar Tatto tem dois aliados importantes que são, digamos assim, ligados à área de transporte? Um é o deputado estadual Luiz Moura, um ex-presidiário que não cumpriu os 12 anos a que estava condenado porque se tornou um fugitivo. Hoje, é deputado petista. Outro é Senival Moura, vereador, também do partido, irmão de Luiz.

O agora deputado estadual se fez líder dos perueiros, uma área que a família Tatto conhece muito bem.”

E lembrei, então, trecho de uma reportagem da VEJA publicada em 2006, a saber:

Há três semanas, a polícia prendeu Luiz Carlos Efigênio Pacheco, presidente da Cooper Pam, uma das principais cooperativas de perueiros da capital paulista, suspeita de ligação com a organização criminosa. Conhecido como “Pandora”, o perueiro é acusado de ter financiado, com dinheiro de lotações, uma tentativa frustrada de resgate de preso de uma cadeia de Santo André (região do ABC paulista), em março passado. Detido, ele negou pertencer ao crime organizado, mas admitiu a infiltração do PCC no setor perueiro e disse que foi por ordem de Jilmar Tatto, ex-secretário de Transportes da prefeita Marta Suplicy, que sua cooperativa incorporou integrantes da organização criminosa.

Rasgando o verbo

A informação que eu tinha estava certa. Em entrevista ao programa do apresentador José Luiz Datena, da Band, Márcio Airth, secretário de comunicação do governo de São Paulo, rasgou o verbo. A operação aconteceu mesmo! A reunião da bandidagem, de fato, estava em curso, e o objetivo era planejar novas ações contra ônibus na cidade. Um dos “convidados” para o evento era o deputado estadual petista Luiz Moura, ex-presidiário (condenado a 12 anos) e ex-fugitivo, que se reinventou como líder dos perueiros, que foi como conheceu Jilmar Tatto, ligado ao setor.

Aith foi adiante e afirmou que, em março, no curso da investigação dos ataques, a polícia solicitou diretamente a Tatto a relação de empresas que atuam no setor de transportes público. “Ele [Tatto] é o primeiro a dizer que a polícia é truculenta e se excede, mas, quando interessa a ele barrar uma investigação, como de fato ele barrou, ao não responder o delegado, ele fica quieto. A polícia poderia investigar muito mais se o deputado Jilmar Tatto tivesse feito o trabalho dele, respondido ao ofício e chamado a atenção do colega deputado dele para que não comparecesse a locais que não são recomendáveis a qualquer pessoa pública”.

Nas moscas, né?

Tatto falou no mesmo programa e disse que nunca soube da reunião. Pois é… Soube, sim, né, secretário? O senhor sabe que sim! A informação lhe foi passada pela própria polícia. O secretário não revelou por que não passou a lista que a Polícia lhe pediu. Limitou-se a dizer: “Eu falo por mim”. E desconversou: “Não me parece adequado, num momento desses, tentar imputar a mim qualquer atitude, ação de atrapalhar investigação. Ao contrário, estou inteiramente à disposição”.

Então tá. Entre os convocados para aquela reunião a que compareceu o deputado estadual petista estava, ora vejam, Carlos Roberto Maia, vulgo Carlinhos Alfaiate, ladrão de bancos então foragido. Ontem, a imprensa não conseguiu achar Luiz Moura. 

Tudo gente fina!


Por Reinaldo Azevedo

Otávio Cabral vai assessorar Aécio. E o que diz o JEG, o Jornalismo da Esgotosfera Governista. Ou ainda: PT 9 X PSDB 2

Eu poderia deixar quieto, mas não deixo. Cada um tem seu estilo, eu tenho o meu. E gosto de fatos. Otávio Cabral, jornalista de VEJA, um profissional de altíssimo gabarito, vai deixar a redação para trabalhar na assessoria do pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves.

Os espadachins da reputação alheia, os idiotas, os ressentidos e os bandidos disfarçados de jornalistas já começaram a gritar: “Olhem lá, um jornalista da VEJA trabalhando para Aécio”. Uma ova!

No que concerne à revista, Cabral passará a ser um “ex-VEJA”, sem que o respeito profissional de que ele é merecedor seja minimamente arranhado. Eu, que o conheço, estou certo de que ele vai fazer um excelente trabalho em sua nova jornada.

Não, Cabral não é o primeiro! Márcio Aith, hoje na secretaria de Comunicação do governo Alckmin, já trabalhou na VEJA. Quando entrou na assessoria da campanha eleitoral de José Serra, em 2010, estava na Folha.

Aí, aquela turma que tem os dois pés no chão e as duas mãos também, para citar Ivan Lessa, relincha: “Ah, estão vendo? A revista só fornece assessores para o PSDB…”. É mesmo? Então vai uma lista de profissionais que são ex-VEJA ao lado dos políticos que eles decidiram assessorar (nem todos, hoje, permanecem na mesma função):

1 – João Santana – Lula, Dilma, Palocci e Delcídio Amaral;
2 – Thomas Traumann – porta-voz de Dilma e, depois, ministro de estado da “presidenta”;
3 – Luiz Rila – José Dirceu e campanha do Lindbergh Farias;
4 – Luciano Suassuna – Alexandre Padilha;
5 – Eduardo Oinegue – Patrus Ananias e Alexandre Padilha;
6 – Ronaldo França – Dilma;
7 – Chico Mendez – campanha do Fernando Pimentel ao governo de Minas;
8 – Lula Costa Pinto – Agnelo Queiroz;
9 – Mario Rosa – várias consultorias ao governo e ao PT (Palocci, Dirceu, Agnelo…)

E devo estar esquecendo alguns nomes. Como se nota, nos nove casos listados acima, jornalistas que passaram por VEJA foram assessorar políticos do… PT!!! No topo, digamos assim, da cadeia alimentar do poder, o marqueteiro do partido e um ministro de estado.

Será que, por isso, VEJA pode ser considerada, afinal, uma redação petista, já que tantos assessores de nomes estrelados do partido passaram por sua redação?

Ora, vão catar coquinho! Se uma, duas ou mais das pessoas listadas acima fizeram coisas impróprias — não sei de nada; falo apenas em tese —, isso não se deve nem ao fato de terem passado por VEJA nem de terem assessorado ou assessorarem ainda hoje os petistas. São profissionais dignos como quaisquer outros, só que fazendo outro trabalho, que não o jornalismo, que tem um código de ética distinto de uma assessoria.

Desejo boa sorte a Cabral em sua nova empreitada e espero que demonstre a competência que conhecemos.

Todos os profissionais que citei aqui fizeram escolhas conhecidas, públicas, às claras. Feio, asqueroso, coisa de bandido — aí, sim — é uma outra prática.

Coisa de bandido é receber dinheiro de governos e de estatais para fazer a defesa de partidos políticos, de governantes e de candidatos — dedicando-se, adicionalmente, a atacar a imprensa independente — e não contar isso aos leitores.

Feio é ser sustentado pela máquina pública, fazer campanha político-eleitoral e se dizer um jornalista independente e progressista. Aí, não. Gente assim não é jornalista, não é independente nem é progressista. É só um pau-mandado, exercendo a mais antiga profissão do mundo: é só pagar, e eles fazem. Não importa o quê. Começam cedendo a honra. Aí o resto vai é fácil.


Por Reinaldo Azevedo

PF menciona existência de ‘organização criminosa’ dentro da Petrobras

Jaílton de Carvalho, O Globo

Num ofício enviado à Justiça Federal de Curitiba, a Polícia Federal levanta suspeita sobre superfaturamento e pagamento de propina na compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, um negócio de mais de US$ 1,1 bilhão.

No texto, o delegado Cairo Costa Duarte, chefe da Divisão de Repressão a Crimes Financeiros, faz referência a recursos de origem ilegal enviados ao exterior depois da compra da refinaria e menciona até a existência de uma “organização criminosa” dentro da maior empresa brasileira.

Brasil perde três posições em ranking de competitividade

Henrique Gomes Batista, O Globo

O Brasil perdeu mais três posições no ranking mundial de competitividade do IMD em 2014 e “confirma” posição entre as dez piores nações do mundo.

O país está na 54ª posição do levantamento, que conta no total com 60 países, é é feito anualmente International Institute for Management Development, IMD, e no Brasil pela Fundação Dom Cabral.

O país só está à frente de Eslovênia, Bulgária, Grécia, Argentina, Croácia e Venezuela. Para Carlos Arruda, responsável pela etapa brasileira do levantamento, o problema é que, em quatro anos, o país perdeu 16 posições e saiu do nível mediano de países para figurar entre as nações menos competitivas do estudo.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Ibope ainda não terminou pesquisa, mas boato de que resultado é bom para Dilma circula desde o dia 18; período do levantamento favorece PT; Instituto trabalha para a Presidência da República

Há certas coisas que dão uma enorme preguiça porque revelam o padrão de sempre — no fato ou no boato. Comecei a ouvir — atenção! — no dia 18, em pleno domingão, que a próxima pesquisa Ibope trará números positivos para a presidente Dilma Rousseff e nem tão bons assim para os candidatos de oposição. Aquela gente que faz campanha governista e que insiste em se fingir de jornalismo diz que ela pode ter um subido um pouquinho, e Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) ou teriam caído um pouquinho ou ficado onde já estavam. Mas seria o suficiente para indicar, então, que a petista parou de cair, e eles, de subir. Pronto! O que se quer é noticiar uma reversão de expectativas.

Então vamos ver. O Ibope, de fato, está em campo. A pesquisa Sensus que indicou que Aécio havia crescido, e Dilma, murchado foi atacada pelo PT porque a) foi registrada pelo próprio instituto; b) o registro se deu depois do início do campo.

Pois é… A pesquisa do Ibope coincide, e é apenas um fato, com a propaganda do PT no horário político, as tais peças terroristas em que o medo pretende vencer a esperança. É a segunda coincidência. A pesquisa que o Instituto fez para a Confederação Nacional da Indústria teve campo entre 14 e 17 de março. As inserções publicitárias do PT foram ao ar, segundo o TSE, entre os dias 11 e 18.

Ibope e trabalha secreto para o Planalto

No dia 20 de outubro de 2013, noticiou o Estadão:

O Palácio do Planalto firmou dois contratos avaliados em R$ 6,4 milhões para realizar pesquisas de opinião pública que se estenderão até as vésperas da campanha eleitoral de 2014. Celebrados com o Ibope Inteligência e Virtú Análise na sequência das manifestações de junho, os contratos, que preveem sigilo indefinido dos temas, perguntas e resultados das pesquisas, são os primeiros dessa natureza celebrados pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) na gestão Dilma Rousseff após a entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Em sua cláusula segunda, inciso 10, os contratos dizem que os institutos de pesquisa deverão manter “irrestrito e total sigilo” sobre os “assuntos de interesse” do governo. O Estado solicitou o conteúdo das pesquisas já realizadas com base na Lei de Acesso. A Secom, no entanto, rejeitou o pedido. O sigilo contraria entendimento do próprio órgão federal responsável pela transparência, a Controladoria-Geral da União (CGU).
(…)
O Ibope Inteligência ficou responsável pelas pesquisas quantitativas e telefônicas, ao valor de R$ 4,6 milhões. O Virtú Análise, contratada por R$ 1,8 milhão, cuida das pesquisas qualitativas. Em ambos os casos, o período das pesquisas se encerra a poucos dias do início da campanha eleitoral de 2014. O contrato da Virtú Análise foi fechado no dia 1 de julho deste ano e se encerra em 1 de julho de 2014. O do Ibope foi firmado em 27 de junho e também terminam um ano depois. A campanha eleitoral começa no dia 6 de julho de 2014.

O presidente da ONG Transparência Brasil, Cláudio Abramo, afirma que o modelo adotado pela Secom pode ser aproveitado para fins eleitorais. “São contratos que parecem ser muito vulneráveis. O formato abre possibilidade de que pesquisas realizadas às vésperas da eleição possam ser utilizadas durante a campanha. Além disso, a data do término do contrato, em junho de 2014, é muito conveniente para que as informações adentrem a campanha com exclusividade para apenas uma candidatura”, diz.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

terça-feira, 20 de maio de 2014

Decisão de Teori expõe perfil lotérico da Justiça

Ao mandar soltar os 12 presos da Operação Lava Jato e suspender os oito inquéritos decorrentes da investigação, o ministro Teori Zavascki, do STF, escancarou uma das faces mais perturbadoras da Justiça: o seu perfi lotérico. Fica-se com a impressão de que aquela senhora da estátua ficou velha. Em vez da espada, segura uma agulha. Meio tantã, faz tricô com o novelo de suas próprias contradições.

Provocado pela defesa de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Teori Zavascki decidiu levar o pé ao freio por entender que o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, invadiu o terreiro do Supremo. No miolo da encrenca estão três deputados federais mencionados na operação policial: André Vargas (ex-PT-PR), Luiz Argôlo (SDD-BA) e Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Donos de mandatos eletivos, os deputados só podem ser investigados e processados no STF. Ciente disso, o juiz Moro determinou à PF e à Procuradoria o desmembramento da investigação, enviando para Brasília os achados referentes aos parlamentares. E seguiu em frente.

No seu despacho, Zavascki reconheceu: a jurisprudência mais recente consagra a linha segundo a qual o STF julga apenas os detentores de prerrogativa de foro. Os outros acusados devem ser processados na primeira instância do Judiciário. Porém, escorando-se em decisões pretéritas de dois colegas, o ministro argumenta que caberia ao STF, não ao doutor Mouro, decidir sobre “os contornos” do desmembramento.

Corta para o Caso Demóstenes Torres. Em março de 2012, o ministro Ricardo Lewandowski determinou a abertura de inquérito para investigar a ligação do então senador do DEM com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Quebrou inclusive o sigilo bancário do investigado.

Advogado de Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, sustentou na época que as provas recolhidas contra Demóstenes eram “ilegais”. Por quê? Segundo ele, a PF grampeara o então senador desde 2008, sem autorização do STF. A Procuradoria e a PF alegaram que investigavam Cachoeira, não Demóstenes. Nessa versão, a polícia escutou a voz do senador nos grampos graças a “um encontro fortuito”. É precisamente o que alega agora o juiz Sérgio Moro em relação a Vargas, Argôlo e Vaccarezza. Investigava-se o doleiro Alberto Youssef, não os parlamentares.

No caso Demóstenes, um ministro do Supremo mandou um então senador à grelha sem bulir com o pedaço da investigação que corria na primeira instância contra Cachoeira e sua quadrilha. No Caso Lava Jato, outro ministro do mesmo STF abre as cadeias e suspende todos os inquéritos antes mesmo de se debruçar sobre os indícios contra deputados.

Há quatro meses, em fevereiro, outro ministro do STF, Marco Aurélio Mello, decidiu uma questão análoga relacionada ao caso do cartel que fraudou licitações do metrô e trens de São Paulo. O ministro decidiu que responderiam às acusações no STF apenas os detentores de mandatos, três deputados federais aliados do governador tucano Geraldo Alckmin. Não interrompeu o trabalho que a Justiça Federal realiza na capital paulista nem avocou para Brasília a íntegra dos inquéritos envolvendo outros acusados. De novo: casos similares, soluções diferentes.

A velha tantã já havia espetado sua agulha noutros processos. No mensalão do PT, decidira que o STF deveria julgar todo mundo, com ou sem mandato. No mensalão do PSDB mineiro, optara por devolver ao primeiro grau da Justiça, em Belo Horizonte, a responsabilidade pelo julgamento dos réus sem mandato. Mantivera na grelha do Supremo apenas o ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e o senador Clésio Andrade (PMDB-MG). Na bica de ser julgado, Azeredo aproveitou-se desse entendimento e fugiu da sentença pela porta da renúncia.

Afora a insegurança jurídica que o vaivém provoca —o caso Lava Jato pode ficar para as calendas— fica a impressão de que a velha é tão cega quanto a senhora da estátua. Mas que olfato!

Por Josias de Souza

segunda-feira, 19 de maio de 2014

A falácia da limitação do financiamento de campanha (Editorial)

O Globo


Levantamento feito pelo GLOBO e publicado terça-feira dimensiona o peso descomunal da contribuição de empresas para as campanhas eleitorais. Considerando que a proibição do financiamento de pessoas jurídicas a políticos e partidos, decidida mas ainda não proclamada pelo Supremo, só entre em vigor no próximo pleito, o municipal de 2016, empresas, com destaque para grandes empreiteiras, serão a fonte de mais de 70% do dinheiro gasto na campanha deste ano. Pelo menos, foi esta a estrutura de arrecadação em 2010.

É muito dinheiro. Os três principais concorrentes na luta pelo Planalto — PT, PSDB e PSB — calculam um gasto total, este ano, de meio bilhão de reais, aproximadamente o dobro da despesa em 2010.

Artigo do economista Gil Castello Branco, da ONG Contas Abertas, também na edição de terça, informa que, nos últimos quatro anos, a política movimentou R$ 9,5 bilhões, de forma legal, no “caixa 1”. Mais que os R$ 8,1 bilhões orçados para as 45 obras de mobilidade urbana previstas pelo projeto da Copa, compara Castello Branco.

O economista cita o Instituto Kellog como fonte do cálculo de que, em geral, cada um real gasto por empresas em campanhas eleitorais rende R$ 8,50 em contratos com o poder público. Talvez só o tráfico de drogas consiga competir com esta taxa de lucro.

Diante de tudo isso, a mais sensata conclusão é que se trata de medida ilusória a supressão legal das pessoas jurídicas do financiamento de campanhas. Seu peso é tão grande nas finanças da política que elas continuarão a fazer este “investimento” por meio do “caixa 2”, como era no passado. Sem qualquer constrangimento de lado a lado, políticos e financiadores.

A proibição baixada pelo STF, numa decisão tomada a partir de ação de declaração de inconstitucionalidade movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), inspira discursos de saudação do retorno à moralidade — e tudo continuará na mesma. Uma “aplicação” tão rentável como esta estimula a que fornecedores clássicos de bens e serviços a governos continuem a bancar candidatos e partidos, só que por baixo do pano. Cassada a permissão a que pessoas jurídicas contribuam para a política, concedida em nome da transparência, volta-se à obscuridade do passado.

Seria melhor aumentar a transparência e dar mais poderes à Justiça e Ministério Público eleitorais para punir abusos. No final das contas, ganha quem, como o PT, deseja limitar o financiamento privado de campanhas, para viabilizar a estatização absoluta das finanças da política, mais um peso sobre o já assoberbado contribuinte.

O financiamento público total se encaixa à perfeição ao voto em lista fechada — pois passa a ser possível quantificar com exatidão o número de candidatos —, outro ponto da agenda petista, cujo resultado é ampliar o poder das caciquias partidárias. Trata-se de uma antirreforma política.







PT faz sua segunda “Virada Cultural” em SP e produz o segundo espetáculo de incompetência e desorganização

O PT fez a sua segunda “Virada Cultura”. Mais um desastre! Infelizmente! A boa sorte não costuma acompanhar a incompetência. Para que os leitores de outros Estados e de outras cidades tenham uma informação básica: a iniciativa começou em 2005, no primeiro ano da gestão de José Serra à frente da Prefeitura da maior cidade do país. E já nasceu como um sucesso de público. A ideia era promover 24 horas de atividades culturais nos mais variados pontos da cidade. Aqui e ali, ocorriam pequenos problemas, mas nada muito significativo.

No ano passado, a coisa já não andou bem: duas pessoas foram assassinadas. Neste 2014, no segundo evento organizado pela gestão petista, a sensação foi de fiasco. O tempo, claro, não ajudou. Mas a incompetência foi pior do que a chuva. E, para piorar tudo, a violência.

Houve nada menos de 18 arrastões na madrugada de sábado para domingo. Há quaro pessoas internadas em estado grave, duas delas feridas a bala e duas outras a faca. A Polícia Militar, que teve muito trabalho, estima em 13 mil o número de abordagens feitas. Houve mais de cem detenções.

Em 2013, a gestão petista já foi criticada por ter concentrado os eventos na região central da cidade — quando a ideia original da Virada era justamente levar eventos para a periferia. Neste ano, houve ainda menos palcos, atraindo menos público, embora o evento tenha custado 13% a mais — estima-se em R$ 13 milhões.

O tempo ruim, a desorganização e a violência forçaram o cancelamento de diversas apresentações. O grupo Demônios da Garoa, um patrimônio da cidade, cancelou a sua participação acusando desrespeito e falta de condições. Segundo o produtor da turma, eles foram impedidos, sem qualquer justificativa, de instalar a sua própria mesa de som. Sergio Rosa, o Pimpolho, desabafou à Folha: “De repente o cara te joga dentro da Cracolândia. Não é o fato de estar na Cracolândia. Mas ali perto do palco tinha um mau cheiro, um negócio degradante. Você acha que a gente iria até lá e não ia querer fazer o show se tivesse condições?”

A banda de rap Pollo, agendada para as 4h da madrugada deste domingo, também cancelou sua apresentação. Rafael de Melo, produtor, narrou à Folha: “Cheguei com a equipe por volta de 1h30 para montar o show. Mas, por volta das 2h, houve uma briga, e as coisas saíram do controle. Começaram a saquear uma loja, subiram no palco, invadiram os camarins”.

Contra todas as evidência, no entanto, Juca Ferreira, secretário de Cultura da cidade de São Paulo, viu um sucesso danado e diz que a virada vai continuar.

Existem picaretas em São Paulo

Um pouco de memória, vamos lá. Já escrevi a respeito, mas volto ao assunto. Quando surgiu na capital, em 2012, o tal movimento “Existe Amor em SP”, tirei um sarrinho aqui. Era gato escondido com o rabo de fora. Estava na cara, ou no rabo, que era gato. Tratava-se apenas de mais um “movimento popular”, ou “organização espontânea”, ligada ao PT. Informação para o leitor que não é na cidade: o tal grupo se dizia “apartidário” e interessado apenas em impedir a eventual eleição de Celso Russomanno (PRB). Estranhei e ironizei porque não nasci ontem. Esse negócio de “movimento apartidário” contra um candidato em particular era coisa por demais suspeita, especialmente quando o dito-cujo, como era o caso, havia conquistado fatias do eleitorado tradicionalmente petistas. Assim, era evidente que atacá-lo beneficiava o nome petista na disputa, Fernando Haddad.

Criar grupos “apartidários” para intervir no debate público é uma prática que remete aos primeiros dias do partido. Conheço isso como a palma da mão. A rigor, a prática não difere muito da relação que a legenda mantém com os sindicatos que estão sob a sua orientação. Os sindicalistas, nesse caso, não estão principalmente dedicados à defesa da categoria que representam. Ao contrário: podem até lutar contra os interesses objetivos do grupo se, num dado momento, os interesses do partido o exigirem. O PT não está sozinho nessa prática. A UNE, por exemplo, desde a sua refundação, é um feudo do PCdoB. Os sucessivos comandos da entidade estão se lixando para os interesses dos estudantes. O PSOL, bastante presente nas universidades públicas, age do mesmo modo com os centros acadêmicos ou diretórios centrais que conquistam.

Com o advento das redes sociais, emprestar caráter “popular” àquilo que é partidária e ideologicamente orientado se tornou ainda mais fácil. Por quê? Porque a antiga militância, e sei bem do que falo, exigia tempo, dedicação, aplicação à causa. As reuniões só podiam ser feitas com a presença física dos mobilizados. Hoje em dia, não! Basta estar conectado à rede. Dez ou 15 profissionais do partido, pagos pra isso, conseguem criar o movimento de opinião na Internet e marcar uma concentração em algum ponto da cidade a que podem comparecer centenas e até alguns poucos milhares de pessoas. Ou por outra: era mais difícil arregimentar idiotas úteis no passado. Hoje em dia, é moleza.

Pois bem… O tal movimento “Existe Amor em SP” foi tratado pela imprensa paulistana — onde tinha muitos amigos e porta-vozes informais — como uma espécie de “nova voz da cidade”, como uma expressão genuína das ruas. É mesmo?

Pois é… No ano passado, o que fez Haddad? Contratou toda a turma! E ela que responde hoje pela organização da Virada Cultural e pelo seu segundo ano de desastre.

Eis aí: existem incompetentes em São Paulo. E picaretas também!


Por Reinaldo Azevedo

Rosemary acusa Gleisi e Gilbertinho, diz Veja

A ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, indiciada pela Polícia Federal pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção em 2013, ameaçou envolver autoridades do governo Dilma Rousseff, entre elas, os paranaenses Gleisi Hoffmann e Gilberto Carvalho – no escândalo para obter recursos que lhe garantissem o pagamento de advogados e até para investimentos em seus negócios privados, como a compra de uma franquia de escola de inglês, segundo denúncia publicada na edição desta semana da revista Veja. As informações são da Agência Globo.

A reportagem mostra mensagens de celular trocadas por Rose Noronha com interlocutores fazendo as ameaças de envolvimento de autoridades do governo Dilma, como o secretário geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e o chefe de gabinete de Dilma, Beto Vasconcelos, entre outros. Tudo começou em 2013, no auge das investigações contra ela, quando ainda lutava para provar sua inocência no inquérito desenvolvido pela PF sobre uma quadrilha que vendia facilidades no governo. Ela foi flagrada atuando com a quadrilha, quando foi demitida e indiciada. Temendo ser presa e abandonada pelo PT, Rose tentou envolver os antigos amigos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sempre a protegeu, não atendia mais suas ligações. E o ex-ministro José Dirceu estava mais preocupado em salvar a própria pele no caso do mensalão no Supremo Tribunal Federal.

Segundo a revista, Rose concluiu que a única maneira de chamar a atenção dos antigos parceiros era ameaçar envolver figuras importantes do governo no escândalo do qual era alvo. Mensagens de celular trocadas por Rose com pessoas próximas mostram como foi tramada a reação da ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo. Numa das conversas em abril do ano passado, ela ameaça envolver a então ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann.

Rosemary: “Tão chamando a ministra da Casa Civil (Gleisi Hoffmann) de Judas!!! Ela bem que merece!!”. Interlocutor: “Ela vazou a porcaria toda. Vamos em frente”. Eles se referiam ao vazamento da investigação feita pela Controladoria-Geral da União. Rose acreditava que o próprio Palácio do Planalto estava por trás das revelações sobre o desfecho da sindicância contra ela. A “porcaria toda” incluía o seu enriquecimento ilícito no cargo em São Paulo.

Como estava cada vez mais encrencada, Rosemary resolveu arrastar junto figuras centrais do governo, se possível a própria presidente da República, Dilma Rousseff. A estratégia era a de constranger os antigos colegas de governo, pressionando-os a depor no processo que tramitava na Controladoria-Geral da União.

Rosemary: “Beleza. Quero colocar o Beto (Vasconcelos, chefe de gabinete da presidente) e a Erenice Guerra (ex-ministra da Casa Civil do governo Lula)”. Interlocutor: “Você quer estremecer o chão deles?”. Rosemary: “Sim”. Interlocutor: “Porque vai bombar. Gilberto Carvalho (ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência) também?”. Rosemary: “O.K.”. Interlocutor: “Vai rolar muito stress. Vão bater na porta da Dilma. Vão ficar assustados”.

O plano de Rose tinha por objetivo reestalecer as suas ligações com “Deus”, como a ex-secretária costuma se referir ao ex-presidente Lula. Em outra troca de menagens de celular, um interlocutor diz à Rose que, com a indicação das testemunhas – Gilberto Carvalho, Beto Vasconcelos e Erenice Guerra – no processo da CGU, “o momento é oportuno para aproximação com Deus”. Mas ela se mostra cética. “Vai ser difícil. Ele está com muitas viagens. Não posso depender dele”, diz Rose em outra mensagem à qual Veja teve acesso.

Mas acabou dando certo a estratégia de Rose, ao ponto de Paulo Okamoto, diretor do Instituto Lula e um dos mais próximos assessores do ex-presidente, ter cuidado pessoalmente de algumas necessidades da família de Rose durante o processo na CGU. Além de conseguir ajuda para bancar dezenas de bons advogados, a ex-secretária reformou a cobertura onde mora em São Paulo e conseguiu ingressar no mundo dos negócios. Comprou uma franquia da rede de escolas de inglês Red Balloon. Para evitar problemas com o Fisco e a PF, colocou a franquia no nome das filhas Meline e Mirelle, além do ex-marido José Cláudio Noronha. Tudo para despistar as autoridades, que, no entanto, já haviam apreendido em 2012, no início das investigações, documentos que revelavam o projeto de compra da franquia.

O negócio com a franquia foi avaliado em R$ 690 mil, dinheiro que Rose e a família não tinha. A revista pergunta como o dinheiro foi obtido à Meline Torres, a filha de Rose. Ela disse que tinha economias. “Eu trabalhei muito durante a minha vida (ela tem 29 anos). Trabalho desde os 18 anos com registro em carteira e tenho poupança. Meu pai também está me ajudando com recursos dele, aliás, do trabalho de uma vida”, explicou Meline à Veja. Rose não quis se pronunciar.