terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A hipermegasuper popularidade é por causa disto?

Em julho de 2008, a SECOM de Franklin Martins contratou por R$ 15 milhões anuais o Grupo CDN, uma das maiores empresas de comunicação do país, para cuidar da imagem do Brasil no exterior.
No lugar de “Brasil”, leia-se “Lula”. Associada à Fleishman-Hillard, outra gigante das relações públicas internacionais, com mais de 80 escritórios no mundo, a empresa contratou sete jornalistas sênior, com salários mensais na casa dos R$ 20 mil,fluentes em inglês, espanhol e francês, com um único objetivo: colocar a marca “Lula” na mídia global.
Nenhum outro líder mundial possui tamanha estrutura de imprensa trabalhando full time para polir a sua imagem e plantar boas notícias no mundo inteiro, com outra diferença.
Quer vir ao Brasil fazer uma reportagem? Lula convida, Lula paga a viagem, Lula abre as portas do Brasil para o fascinado jornalista, inclusive, muitas vezes, com direito a uma “exclusivazinha” para elevar o prestígio.
Este ano, o que prova que grande parte dos R$ 15 milhões está sendo paga lá fora, a CDN cobrou apenas R$ 6,4 milhões do Governo Federal, até novembro. Mas os resultados foram simplesmente espetaculares.
Em 2009, Lula concedeu 114 entrevistas, das quais 43 exclusivas para as maiores redes de comunicação internacionais e para os maiores jornais e revistas, oferecidas tanto no Brasil quanto no exterior.
Frente a tudo isso, fica fácil entender a razão pela qual o premiadíssimo Lula, no ano da grande crise, saiu maior do que o Brasil, em termos de imagem internacional. A pauta era essa mesmo.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Férias


Não foi o PT nem o PSDB, foram os dois

Desde 1996 a linha da melhoria da vida do andar de baixo é contínua, sem inflexões

De Elio Gaspari:

O professor Claudio Salm investigou os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 1996 e 2002 (anos tucanos) e daí a de 2008 (anos petistas). Ele verificou que a ideia segundo a qual Nosso Guia mudou radicalmente a vida do andar de baixo nacional é propaganda desonesta. Estimando-se que no andar de baixo estejam cerca de 50 milhões de pessoas (25% da população), o que se vê nas três Pnads estudadas por Salm é uma linha de progresso contínuo, sem inflexão petista.

Em 1996, quando Fernando Henrique Cardoso tinha um ano de governo, 48,5% dos domicílios pobres tinham água encanada. Em 2002, ao fim do mandato tucano, a percentagem subiu para 59,6%. Uma diferença de 11,1 pontos percentuais. Em 2008, no mandato petista, chegou-se a 68,3% dos domicílios, com uma alta de 8,7 pontos.

Coisa parecida sucedeu com o avanço no saneamento. Durante o tucanato, os domicílios pobres com acesso à rede de esgoto chegaram a 41,4%, com uma expansão de 9,1 pontos percentuais. Nosso Guia melhorou a marca, levando-a para 52,4%, avançando 11,3 pontos.

O acesso à luz elétrica passou de 79,9% em 1996 para 90,8% em 2002. Em 2008, havia luz em 96,2% dos domicílios pobres.

Esses três indicadores refletem políticas públicas. Indo-se para itens que resultam do aumento da renda e do acesso ao crédito, o resultado é o mesmo.
Durante o tucanato, os telefones em domicílios do andar de baixo pularam de 5,1% para 28,6%. Na gestão petista, chegaram a 64,8% das casas. Geladeira? 46,9% em 1996, 66,1% em 2002 e 80,1% em 2008.

O indicador da coleta de lixo desestimula exaltações partidárias. A percentagem de domicílios pobres servidos pela coleta pulou de 36,9% em 1996 para 64,4% em 2008. Glória tucana ou petista? Nem uma nem outra. O lixo é um serviço municipal.

Nunca antes na história deste país um governante se apropriou das boas realizações alheias e nunca antes na história deste país um partido político envergonhou-se de seus êxitos junto ao andar de baixo com a soberba do tucanato.

A crise militar tem nome e endereço! Mas a frouxidão...

O governo despertou a crise nos meios militares, criada após os posicionamentos do ministro da Justiça e do titular da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, além de, obviamente, da titular da Casa Civil da Presidência da República.
A Secretaria Nacional dos Direitos Humanos publicou um decreto, assinado pelo Presidente da República, que instituía uma Comissão Nacional da Verdade, para investigar crimes contra os direitos humanos cometidos durante o regime militar.
Os militares aceitaram a criação desta Comissão, desde que o texto não ficasse restrito a apuração de violações ao governo militar. Deveria também, serem investigadas as organizações terroristas de esquerda.
O acordo com os militares foi rompido. E por quê?
Oras, somos conhecedores que a atual ministra da Casa Civil, pré-candidata do PT à Presidência pertenceu a uma organização terrorista, a VAR-PALMARES (Vanguarda Popular Revolucinária); o titular da Secretaria Nacional de Direitos Humanos pertenceu a Ação Libertadora Nacional (ALN), que divulgava seu Manual da Guerrilha (quem não se lembra, é só pesquisar seu idealizador, Carlos Marighella), que pregava ataques e ordenava que seus integrantes deviam matar os soldados.
Após a publicação do decreto, o que se viu foi que a tal Comissão só investigaria um lado, ou seja, o lado dos atos praticados pelos militares. “Esqueceram” das organizações terroristas!
Com isto, o governo de plantão, na prática, extingue a Lei da Anistia, mas, somente para um dos lados: o dos terroristas. Assim, estes participantes das organizações que praticavam seqüestros, roubos e outros atos, ficariam impunes. Também pudera, muito deles são integrantes do atual governo!
Mas o que chama a atenção, mais ainda, em tempos de eleições é que o ato foi praticado por quem? Pela titular da Casa Civil! Uma das funções deste ministério, senão a principal, é a elaboração e a chancela de atos publicados pelo governo, para que o Presidente possa tomar alguma ação: publicar ou revogar.
Será que o Presidente vai dizer “eu não sabia” novamente? Se assim o fizer, foi enganado por sua própria equipe.
É por isso que os comandantes militares resolveram apresentar seu pedido de demissão de suas respectivas pastas.
Resta saber o que o hipermegasuper popular Presidente fará.