sábado, 12 de outubro de 2013

As universidades do Brasil Maravilha são fábricas de lulas com diploma


Em agosto de 2010, no comício de inauguração de quatro prédios da Universidade Federal de Dourados, em Mato Grosso do Sul, Lula também reinaugurou a bazófia que se transformaria, de lá para cá, num dos seus mantras prediletos: “No meu último dia de presidente, eu vou olhar para mim e dizer que não tenho curso superior, mas fui o presidente que mais abriu universidade no Brasil”. Depende do critério utilizado.

Se o que vale é quantidade, o palanque ambulante tem razão. Na última década, o número de matrículas em cursos superiores dobrou. Entre 2011 e 2012, 867 mil brasileiros se formaram por alguma faculdade, pública ou privada.

Baseada no critério da qualidade, adotado por quem tem mais de cinco neurônios, uma reportagem publicada pelo site da BBC acaba de implodir a gabolice do maior dos governantes desde Tomé de Souza.

Sob o título "‘Geração do diploma’ lota faculdades, mas decepciona empresários", o texto enfileira informações estarrecedoras. Uma delas: segundo o Instituto Paulo Montenegro (IPM), vinculado ao Ibope, o índice de analfabetismo funcional entre universitários brasileiros chega a 38%. "Isso significa que quatro em cada dez universitários até sabem ler textos simples, mas são incapazes de interpretar e associar informações", espanta-se o redator da BBC.

“Também não conseguem analisar tabelas, mapas e gráficos ou mesmo fazer contas um pouco mais complexas”, prossegue o desfile de assombros.

“De 2001 a 2011, a porcentagem de universitários plenamente alfabetizados caiu de 76% para 62%. E os resultados das próximas pesquisas devem confirmar essa tendência de queda, prevê Ana Lúcia Lima, diretora-executiva do IPM”.

O desastre é ampliado a cada ano pela parceria entre faculdades federais de quinta categoria e cursos particulares criados pela indústria do ensino, com vagas de sobra para premiar com canudos inúteis a procissão de bolsistas que o governo financia com o dinheiro dos pagadores de impostos. O número de acadêmicos não para de aumentar. A taxa de ignorância no campus também.

Vista de perto, o que o pai do Brasil Maravilha chama de universidade é só uma fábrica de lulas com diploma de doutor.

Guia das novas profissões, por Nelson Motta

Nelson Motta, O Globo

Com 17 anos, meu neto está na idade de escolher uma profissão. Feliz de quem já sabe o que quer fazer para viver, a maioria quase sempre só tem dúvidas, como o avô no seu tempo, que queria mas não tinha talento para ser músico, estudou para ser designer, mas criou as filhas escrevendo letras de música, livros e crônicas de jornal.

Meu neto já fez sua escolha, mas tentei chamar sua atenção para opções mais modernas, que só o Brasil de hoje oferece. Quando eu tentava escolher uma profissão em 1961, ninguém podia imaginar ter uma igreja, mas hoje há até anúncios em jornal de cursos para criar igrejas.

Ser famoso por 15 minutos não é nada, ter sua própria igreja supera a profecia de Andy Warhol, rende e dura mais do que a fama e é tax-free.

Num país onde quase todas as organizações não governamentais vivem de verbas governamentais, ter a sua própria ONG é uma das melhores opções profissionais. Qualquer ONG, com qualquer finalidade, o mais trabalhoso é conseguir as verbas para os “cursos de capacitação”, depois é pagar as comissões e correr pro abraço.

A Alemanha tem 15 sindicatos, mas o Brasil tem treze mil. Aqui é mais fácil abrir um sindicato do que uma empresa, basta o apoio de alguma das várias centrais.

Há dinheiro para todos: o imposto sindical garante um dia de trabalho de cada brasileiro para ser dividido entre eles. Além disso, sindicalista se tornou uma das profissões mais valorizadas do país, com altos cargos e salários em ministérios e estatais.

Um partido político dá mais trabalho para criar do que um sindicato, custa bem mais caro, mas qualquer zé-mané pode fazer o seu. O investimento é grande, mas é uma fábrica de dinheiro e vantagens.

O “militante funcional” é outra carreira em ascensão. Nada de agitar bandeirinha e gritar slogans na rua. Com o aparelhamento de ministérios e estatais, qualquer funcionário, concursado ou não, de qualquer profissão, deve se filiar ao partido no poder para garantir suas promoções e cargos, não como nomeação política, mas como “técnico de carreira”.

Mas não adiantou nada, meu neto quer ser advogado, gosta de justiça e de Direito.

Irmão de advogada do PCC iria ser contratado pelo gabinete de Lewandowski; promotores de SP é que fizeram o alerta

Pois é… Esta é do balacabaco! Leiam o que informam Afonso Benites, Rogério Pagnan e Joznmar Jozino, na Folha:

O Supremo Tribunal Federal barrou a contratação de um assessor depois de ser alertado por promotores paulistas que ele era irmão de uma advogada de chefes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). A decisão de evitar a nomeação do profissional para um cargo de confiança no gabinete do ministro Ricardo Lewandowski foi tomada após alerta ao órgão feito pelo Ministério Público Estadual. Os promotores de São Paulo temiam que a facção criminosa tivesse a intenção de infiltrar uma pessoa no STF. O caso ocorreu em 2010. Embora não tenham comprovado nenhuma ligação do advogado que seria contratado com integrantes do PCC, a condição da irmã dele como defensora do grupo colocou as autoridades em alerta. As informações chegaram à Promotoria durante a maior investigação já realizada contra o PCC em todo o país.

Conforme escutas telefônicas feitas em agosto de 2010, a advogada de Daniel Vinicius Canônico, o Cego, um dos chefes do PCC, disse para ele que o irmão dela trabalharia como assessor de Lewandowski e que isso poderia facilitar em processos. “Meu irmão foi chamado para trabalhar com um ministro, o Lewandowski, aí estava pensando nisso hoje, pra juntar vários pedidos [de progressão de regime] que foram negados, levar pra Brasília e conversar com um ministro, vou ver se consigo”, afirmou a advogada no grampo.

Assim que souberam, os promotores procuraram o então presidente do STF, Cezar Peluso. Segundo esses promotores, o ministro avisou seu colega de corte, que desistiu da contratação. Peluso afirmou que não se lembra do caso. “Passei por tanta coisa no Supremo que não me recordo de tudo”, disse ele à Folha. Lewandowski informou, por meio de sua assessoria, que a contratação do profissional não ocorreu.
(…)


Por Reinaldo Azevedo

Companheiros” nunca conseguiram tomar conta da Receita Federal como gostariam; agora, surge uma grave acusação

Há uma área do Estado brasileiro em que os “companheiros” nunca conseguiram pôr a mão como gostariam: a Receita Federal. É a burocracia mais estável do Estado brasileiro e a mais infensa a interferências de natureza política. Mas sabem como é… Nem ela consegue resistir à caneta presidencial. Caio Marcos Cândido, subsecretário de Fiscalização, deixou ontem o cargo, informam David Friedlander e Mariana Carneiro, na Folha, fazendo uma grave acusação. Em mensagem publicada no correio interno do Fisco, acusou a existência de ingerência externa no órgão. “Há algum tempo estava incomodado com a influência externa em algumas decisões, com prevalência em algumas vezes, sob meu ponto de vista, de posições menos técnicas e divorciadas do melhor interesse. Assim, melhor voltar para casa com a certeza do dever cumprido e de ter combatido o melhor combate”.

Que ingerência seria essa? A reportagem informa:

“A gota d’água teria sido as condições especiais oferecidas às multinacionais brasileiras no pagamento de tributos atrasados, em lei sancionada pela presidente Dilma. As empresas foram autuadas pela Receita para pagar, com multa, o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de lucros obtidos no exterior, mas questionavam a cobrança na Justiça. Ontem, o governo publicou uma lei que perdoa multas e juros dessas empresas, caso paguem à vista. Elas também poderão usar créditos fiscais para quitar suas dívidas. Essas condições, antecipadas pela Folha na semana passada, são consideradas incomuns por auditores e tributaristas. São ainda mais favoráveis do que as oferecidas em 2009, quando a economia brasileira se retraiu em decorrência da crise externa. A medida azedou o clima na Receita, apurou a Folha. Entre tributaristas, ficou a impressão de que o governo está recorrendo a medidas extremas para aumentar a arrecadação a qualquer custo.”

Retomo

A acusação feita por Cândido, ainda que no ambiente dos seus pares, é muito grave. Em países normais, isso logo mobilizaria o Congresso Nacional, em especial a oposição. Em Banânia, tenderá a ficar por isso mesmo. Carlos Alberto Barreto, secretário da Receita, afirmou em nota que Cândido saiu por razões pessoais. “Qualquer ilação de que o pedido de exoneração teria fundamento em supostas ingerências externas à Receita Federal é equivocada e desconectada da realidade.”
Não há ilação nenhuma, secretário! Há uma acusação feita por alto funcionário do órgão.


Por Reinaldo Azevedo

Facção criminosa tenta levar casos do PCC ao STF

Bruno Paes Manso e Marcelo Godoy, Estadão

O crime organizado quer influenciar as decisões do Supremo Tribunal Federal e se infiltrar na corte. É o que demonstram as interceptações telefônicas feitas pelo Ministério Público. A ação dos bandidos foi detectada pela primeira vez em 2010 e envolveu uma articulação entre pelo menos dois integrantes da Sintonia Final Geral, a cúpula da facção, e advogados que trabalhariam para a Sintonia dos Gravatas, o departamento jurídico do PCC.

No dia 28 de agosto de 2010, à 0h46, Daniel Vinícius Canônico, o Cego, conversou com uma advogada identificada pelo MPE como Maria Carolina Marrara de Matos. Ele reclama de que dificilmente um benefício legal é concedido aos detentos da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde está a maior parte da cúpula da facção.

PCC mantém ativa ordem para matar Alckmin; leia e ouça diálogo em que o PCC mandou votar no PT

O PCC tem seus afetos e seus desafetos. Do governador Geraldo Alckmin, por exemplo, o partido do crime não gosta. E agora fica claro que a organização mantém ativa a ordem de matar o governador. E já mandou, em 2006, que seus aliados votassem no PT, mais especificamente em José Genoino. Leiam o que vai no Estadão Online.

Por Marcelo Godoy:

O Primeiro Comando da Capital (PCC) decretou a morte do governador Geraldo Alckmin. Interceptações telefônicas mostram que pelo menos desde 2011 a facção planeja matar o governador de São Paulo. O Estado teve acesso ao áudio de uma interceptação telefônica na qual um dos líderes do PCC, o preso Luis Henrique Fernandes, o LH, conversa com dois outros integrantes da facção. O primeiro seria Rodrigo Felício, o Tiquinho, e o segundo era o integrantes da cúpula do PCC, Fabiano Alves de Sousa, o Paca.

A conversa ocorreu no dia 11 de agosto de 2011, às 22h37. Paca questiona os comparsas sobre o que deveriam fazer. Em seguida, manda seus comparsas arrumarem “uns irmãos que não são pedidos (que não são procurados pela polícia) e treinar”. O treinamento para a ação seria para fazer um resgate de presos ou para atacar autoridades.

No meio da conversa, surge a revelação. LH diz que o tráfico de drogas mantido pela facção está passando por dificuldades. E diz: “Depois que esse governador (Alckmin) entrou aí o bagulho ficou doido mesmo. Você sabe de tudo o que aconteceu, cara, na época que ‘nois’ decretou ele (governador), então, hoje em dia, Secretário de Segurança Pública, Secretário de Administração, Comandante dos vermes (PM), estão todos contra ‘nois’.” Em escutas recentes, a ordem de matar o governador foi novamente mencionada por membros do PCC.

Voltei

Agora vamos ver o dia em que o PCC mandou votar no PT.  José Genoino, então candidato ao governo de São Paulo, recorreu à Justiça para tentar tirar do ar o texto que vai abaixo, publicados por VEJA na edição de 16 de agosto de 2006 e reproduzidos na VEJA.com. Na campanha eleitoral de 2006, o PSDB não levou ao horário eleitoral gratuito as gravações. Bem, é dispensável dizer que eu as teria levado, sim! Afinal, Lula acusava o governo de São Paulo de não cuidar direito da segurança pública. E que se lembre: 2006 foi o ano em que o PCC praticou atentados terroristas em São Paulo.
*
Desde o primeiro ataque massivo do PCC em São Paulo, espalhou-se a notícia da existência de gravações telefônicas que revelariam uma suposta ligação da máfia dos presídios com políticos do PT. VEJA teve acesso a uma série de diálogos entre membros da organização criminosa, interceptados pela polícia, contendo referências ao PT e ao PSDB. Neles, fica evidente a simpatia do PCC pelo PT, bem como a aversão da organização pelo PSDB (foi na gestão tucana, em 2003, que o estado de São Paulo implantou em alguns presídios o temido RDD – Regime Disciplinar Diferenciado, que prevê isolamento rigoroso e é odiado pelos detentos). Nenhuma das conversas às quais VEJA teve acesso, no entanto, comprova a existência de elo entre o PT e o PCC.

“É XEQUE-MATE, SEM MASSAGEM”

Conversa entre dois integrantes não identificados do PCC interceptada às vésperas de um dos ataques em São Paulo

A: A chapa esquentou pra nóis, hein, irmão.
B: Por quê?
A: Olha o salve do dia aqui. Geral aqui, que eu acabei de pegar com o Cara Branca: “Todos aqueles que são civil, funcionário e diretores e do partido PSDB: xeque-mate, sem massagem. E todos os irmãos que se (incompreensível) será cobrado com a vida. Salve geral, dia 12/6?. Peguei ele meio-dia.
B: Fé em Deus. Você tá aí na quebrada, irmão?
A: Tô aqui na quebrada. Vem pra cá que nós vamos puxar esse bando. Eu vou arrumar um menino bom pra nóis derrubar esse baguio aí, tio.
B: Então, é o seguinte, irmão: vou ver se dá pra mim ir hoje praí.
A: Então, se não der, arruma umas ferramentas (armas) aí. Nem que seja uns oitão. Pra gente juntar o baguio aí e sair no bonde aí.
B: Tá. Firmeza

“É PRA ELEGER O GENOINO”

Maria de Carvalho Felício, a “Petronília”, então mulher de José Márcio Felício, ex-líder do PCC, transmite ao preso José Sérgio dos Santos, a quem chama de “Shel”, orientação repassada por um líder da organização sobre as eleições de 2002

Maria de Carvalho Felício: Ele mandou uma missão pro Zildo (piloto-geral de Ribeirão Preto). Vamos ver se o Zildo é capaz de cumprir.
José Sérgio dos Santos: Tá bom. Você quer passar pra mim ou dou particularmente pra ele?
Maria: Não, não. Ele quer festa (ataques) até a eleição. E é pra eleger o Genoíno. E, ser for o caso, ele vai pedir pro pessoal mandar as famílias não irem nas visitas pra votar, entendeu? Ele falou que um dia sem visita não mata ninguém. Ele falou: “Fica todo mundo sem visita no dia da eleição pra todo mundo votar pro Genoíno”.
Santos: Não, mas isso… Acho que todo mundo… A maioria das mulher de preso… Vai votar no Al? Nunca.
Maria: Então, é pra pedir isso. Se, por exemplo, a mulher vai, daí a mãe, a irmã tudo vota pro Genoíno. Se só a mulher que vota, então essa mulher não vai na visita e vota no Genoíno. É pra todo mundo ficar nessa sintonia: Genoíno.
Santos: E é dali que vem, né?
Maria: Isso. É o (incompreensível)
Santos: Tá bom.
Maria: Tá bom, então?
Santos: Tô deixando assim um boa-tarde aí. Se cuida agora. Vai descansar.

Arremato


Por que o PCC quer matar Alckmin e manda votar em petistas? Os bandidos devem ter seus motivos. Abaixo, segue o link em que vocês podem ouvir as gravações. Peço moderação nos comentários.



Por Reinaldo Azevedo

Ameaça de criminosos de matar Alckmin é condecoração para ele


Na linguagem típica dos criminosos, este é um trecho de uma conversa gravada com autorização judicial entre bandidos de alta periculosidade de São Paulo:

– Depois que esse governador entrou aí o bagulho ficou doido mesmo. Você sabe de tudo o que aconteceu, cara, na época que ‘nóis’ decretou ele, então, hoje em dia, secretário de Segurança Pública, secretário de Administração, comandante dos vermes (Polícia Militar), estão todos contra ‘nóis’.

Essa, digamos assim, declaração é de Luis Henrique Fernandes, o “LH”, um dos líderes da principal organização criminosa em atuação em São Paulo, o chamado PCC.

“Esse governador” é o governador Geraldo Alckmin, alvo de uma vasta campanha de “desconstrução” de imagem depois da onda criminosa, determinada de dentro das penitenciárias do Estado, ocorrida no final do ano passado.

A campanha, principalmente pela internet, procurava mostrar que não apenas Alckmin, mas os anteriores governadores tucanos do Estado seriam “moles” com os criminosos, o que os números desmentem.

Ao admitir que as coisas pioraram muito para os bandidos “depois que esse governador entrou aí”, o chefão criminoso na verdade atribui uma condecoração aos esforços de Alckmin e à cúpula da segurança pública de São Paulo no combate ao crime.

Os números desmentem vigorosamente a mentira de que os governadores tucanos foram ineficientes no âmbito da segurança pública. 

Investigações do Ministério Público Estadual mostram que a facção criminosa planejou a morte do governador e de outras autoridades, segundo informa o site de VEJA.

O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso ao áudio de um grande número de interceptações telefônicas, em uma das quais o tal LH conversa Rodrigo Felício, o Tiquinho, e Fabiano Alves de Sousa, o Paca, ambos também integrantes da facção, e admite que, para eles, “o bagulho ficou doido mesmo”.

As investigações dos promotores do Grupo Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado, começaram em 2009 e resultaram na denúncia de 175 integrantes do PCC.





sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Durante 5 horas, Alvorada virou comitê eleitoral

Há uma semana, ao receber Ratinho no Alvorada, Dilma Rousseff contou ao apresentador que não dá moleza ao neto quando ele a visita no palácio residencial. “Não mexe aí, que isso é do povo brasileiro”, ela costuma ralhar. Gabriel, o neto de Dilma, ficaria tiririca se soubesse o que a vovó-presidenta aprontou nesta quinta (11). Em pleno horário de expediente, ela converteu o Palácio da Alvorada em comitê reeleitoral durante cinco horas.

Dilma recebeu o padrinho Lula, o marqueteiro João Santana, o presidente do PT Rui Falcão, o ministro Aloizio Mercadante e o ex-ministro Franklin Martins. Discutiram detalhes da estratégia a ser adotada pela gigante do olimpo no embate contra os anões. Você, caro contribuinte, não foi avisado. Mas pagou a conta do encontro.

Além de financiar o local, o conforto, a água mineral, o suco, o refrigerante, o cafezinho, o lanche, o garçom e o serviço de copa, você pagou os salários de Dilma e Mercadante para eles suspenderem todos os negócios da nação e dedicarem atenção total às mumunhas reeleitorais.

Dilma e seus operadores estão tão preocupados em assegurar ao povo a felicidade de mais quatro anos de presidência petista que esquecem até de maneirar. Correm grande risco. Imagine o menino Gabriel indo ao computador da biblioteca. Suponha que ele passe no google a expressão “lei eleitoral”.

Acabaria esbarrando no artigo 73: é proibido aos agentes públicos “ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.” E quando vovó pronunciasse novamente a frase fatídica –”não mexe aí que isso é do povo brasileiro”– Gabriel reagiria: Fala sério, vovó!

Emprego na indústria tem maior recuo em mais de 4 anos

O número de empregados no setor industrial brasileiro caiu 0,6% entre julho e agosto, o maior recuo desde abril de 2009 (0,7%). Esta é a quarta queda consecutiva nessa base de comparação, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o órgão de estatísticas, também houve queda de 1,3% na comparação com agosto de 2012, o 23º resultado negativo consecutivo, também o mais intenso desde dezembro. Nos oito primeiros meses do ano, o índice de ocupação na indústria acumulou queda de 0,8%.

O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, já descontadas as influências sazonais, caiu 0,7% entre julho e agosto de 2013, também a quarta taxa negativa seguida e a mais intensa desde abril de 2012. Na comparação com agosto de 2012, houve recuo de 1,4% nas horas pagas. De janeiro a agosto, o número de horas pagas na indústria também foi reduzido em 0,9%.  Em termos salariais, o IBGE também apurou recuo de 2,5% nos pagamentos de agosto, em comparação a julho, maior queda desde janeiro. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a folha salarial desses trabalhadores caiu 0,2%, interrompendo 43 meses de taxas positivas seguidas.


Lula é apedeuta também em matéria de liberdade de imprensa

Ai, ai… Lula é apedeuta também em matéria de liberdade de imprensa. Segundo a gente consegue depreender de sua, sei lá, tese, quando se constata alguma irregularidade envolvendo órgãos públicos, o jornalismo deve silenciar sobre a eventual incúria oficial, preocupando-se apenas com os fraudadores. Leiam o que informa Fernanda Krakovics, no Globo Online.

Ao participar do encerramento da 3ª Conferência Global de Combate ao Trabalho Infantil, o ex-presidente Lula criticou, nesta quinta-feira, a imprensa por dar destaque a fraudes no Bolsa Família, mas disse que está acostumado a tomar “bordoada” e tem “casco de tartaruga”. Em seu discurso, Lula saudou o ministro Manoel Dias (Trabalho), que acaba de enfrentar um escândalo de corrupção em sua pasta, como “companheiro de longa data”.

“Você (Tereza Campello) foi criticada agora porque clonaram 80 carnês do Bolsa Família. Em vez de a manchete do jornal ser uma crítica aos clonadores, era uma crítica dizendo que tinha fraude no Bolsa Família. Se tivessem roubado um banco, dizia: ‘assaltante rouba banco’. Como foi assaltante roubando o Bolsa Família, é o Bolsa Família que tem problema. Nós estamos acostumados a tomar bordoada e eles sabem que temos casco de tartaruga, somos teimosos e estamos no caminho certo”, disse Lula.

Lula também criticou a imprensa por supostamente não dar atenção ao tema da conferência, o combate ao trabalho infantil, e se ater a temas “banais e secundários”, muitas vezes de forma “sensacionalista”: “Quero confessar que eu tinha a impressão de que esse evento estava proibido para a imprensa porque um assunto dessa magnitude, com os resultados extraordinários conquistados por muitos países do mundo e pelo Brasil, mereceu menos atenção do que qualquer outro assunto banal do noticiário brasileiro. É uma pena que muitas vezes as coisas sérias não são tratadas com seriedade, é uma pena que as coisas banais, as coisas secundárias, sejam tratadas de forma quase sensacionalista.”

Para uma plateia composta também por estrangeiros, o ex-presidente disse que, no Brasil, há preconceito em relação a políticas de transferência de renda: “O que dá para os ricos é investimento e, para os pobres, é gasto, a ponto de dizerem na minha cara que nós estávamos criando um exército de vagabundos”.

O ex-presidente não quis dar entrevista: “Minha filha, publica o que eu já falei [no discurso]”.


Pegou 115 anos e saiu livre: ‘Isso aqui é Brasil’

Terminou na madrugada desta sexta (11) o julgamento do fazendeiro Adriano Chafik Luedy. Responsabilizado por encomendar e participar da chacina que passou cinco sem-terra nas armas e deixou outros 12 feridos, Chafik foi condenado a 115 anos de cadeia. A despeito disso, conta o repórter Paulo Peixoto, ele deixou o Tribunal de Júri de Belo Horizonte em liberdade.

O crime é de 2004. No ano seguinte, o fazendeiro chegou a ser preso. Mas não esquentou lugar. O STJ mandou soltar. Como seus advogados manobrassem para enviar o processo às calendas, Chafik voltou para o cárcere no último mês de agosto. Novamente, o STJ restituiu-lhe o meio-fio.
Alega-se que o sujeito não vai em cana agora porque o STJ ainda não apreciou o mérito do seu penúltimo habeas corpus. Durante o julgamento da noite passada, o juiz quis saber de Chafik por que ele invadira terras públicas. A resposta veio em duas partes.

Numa, Chafik disse ao juiz que as terras haviam sido registradas em cartário “com o aval do Estado”. Noutra, ele arrematou: “Isso aqui é Brasil”. O condenado tem razão. Estamos no Brasil. Um país onde há a mais nítida possibilidade de criação de um muito inteiramente novo. Caos não falta.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Sindicalismo gay apoiou protesto no Rio. Por quê?

Ri cá comigo ao acompanhar uma das reportagens de TV nesta segunda sobre o protesto no Rio. A jornalista informava que a manifestação era liderada pelos professores, mas contou com o apoio de bancários em greve e do movimento LGTBXYZ (Gays, Lésbicas, Simpatizantes e afins). É mesmo?

Por que o sindicalismo gay participa de um protesto de professores contra o plano de carreira? Mais ainda: por que isso é notícia? Deve-se supor, a partir daí, que todos os gays são favoráveis ao protesto? Deve-se partir do princípio de que, por ser gay, lésbica (ou qualquer outra daquelas letras), o sujeito está proibido de se opor ao movimento? E se um homossexual apoiar o plano de carreira de Prefeitura? Ele passa a ser hétero por isso ou será apenas um traidor da categoria?

Sempre que faço aqui a distinção entre gays e o sindicalismo gay, entre o indivíduo homossexual e o gayzismo, há quem reclame. Eis aí um caso evidente, escancarado. Ocorre-me outra coisa: será que não existem gays conservadores em política, gays de direita? Todos eles são forçados a ser de esquerda, a militar no PSOL do deputado federal Jean Wyllys? Não por acaso, é justamente o PSOL que lidera essa paralisação reacionária, que atenta contra os interesses das crianças pobres. Os ricos da Zona Sul estudam em escola privada, certo?

Que bancários em greve endossem a manifestação, vá lá. Trata-se de categorias profissionais unindo seus respectivos protestos. Mas os gays? Digam-me cá: seria concebível um movimento também de homossexuais e associados contra a greve, ou isso se descarta como absurdo porque se supõe que a condição sexual implica uma ideologia?


Por Reinaldo Azevedo