sábado, 8 de junho de 2013

Na OEA, Paulo Vannuchi não poderá julgar o Brasil

Eleito quinta-feira à noite na Guatemala para ocupar uma vaga da Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), o brasileiro Paulo Vannuchi, atual diretor do Instituto Lula, estará impedido de discutir, avaliar e tomar decisões em assuntos que envolvam o Brasil durante seu mandato, que começa em 1º de janeiro de 2014 e termina em 31 de dezembro de 2017.

Isso significa que, apesar de sua forte ligação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT, ele não exercerá influência sobre a análise dos recursos ao julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) apresentados à OEA, explicou uma fonte do organismo internacional, que tem sede em Washington.

Inflação em 12 meses deve estourar teto da meta do governo em junho

Nice de Paula e Renata Cabral, O Globo

Com forte desaceleração nos preços dos alimentos, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, usado nas metas do governo) fechou maio em 0,37%, informou nesta sexta-feira o IBGE. O resultado veio dentro das expectativas do mercado e bem abaixo dos 0,55% de abril. Foi ainda a menor taxa desde junho de ano passado.

Mas, no acumulado dos últimos 12 meses, a alta chegou a 6,50% exatamente no teto da meta estabelecida pelo governo para este ano, que é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desde março, quando atingiu 6,59%, a taxa em 12 meses está perto do teto da meta. E analistas preveem novo estouro este mês, quando a inflação em 12 meses deve chegar a 6,70%, o pico neste tipo de comparação.

Assassinato de índios aumenta 168% nos governos Lula e Dilma

André de Souza, O Globo

Nos oito anos de governo do ex-presidente Lula e nos dois primeiros da presidente Dilma Rousseff, 560 índios foram assassinados no Brasil — média de 56 por ano. Isso representa um crescimento de 168,3% em relação à média dos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Os números fazem parte de levantamento do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Nos dois primeiros anos do governo Dilma, 108 índios foram assassinados no país, uma média de 54 por ano. Foram 51 mortes em 2011 e 57, em 2012. A média fica um pouco abaixo dos 56,5 homicídios anuais registrados nos dois mandatos de Lula, mas está bem acima do observado nos oitos anos de FH. No governo do tucano, a média foi de 20,9 assassinatos de índios por ano.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Estado de direito em transe: a gravata de Barroso, a foice do MST e as espingardas dos índios. Com que armas se ataca a legalidade?

Publico, abaixo, um post dando conta de como a propriedade está sendo tratada no campo por lideranças indígenas industriadas por ONGs e padres de tacape e pelo MST. O alvo não é só a propriedade privada, porque esta é apenas a dimensão material da questão conceitual, que é mais ampla. O alvo é o estado de direito; o alvo é o regime de leis; o alvo é, em última instância, a ordem jurídica que temos, considerada, como veremos, “reacionária”, razão por que teria de ser mudada pelos iluministas de plantão. O que a muitos escapa e que essas agressões contínuas, permanentes, à legalidade são só a manifestação concreta, material, de uma revolução, esta sim, de natureza conceitual. E ela está em curso menos nas tribos do que nos palácios de Justiça; menos nos acampamentos e invasões do MST do que em ambientes engravatados e eventualmente acadêmicos.

Ontem, a CCJ do Senado sabatinou Luís Antonio Barroso, já ministro do Supremo (só falta a posse), que teve o nome aprovado, em seguida, pelo plenário da Casa. Oposição e situação se uniram num exercício constrangedor de rapapés, a confundir boa educação e lhaneza com subserviência. Ali, o que menos importava era o sentido das palavras. Sim, senhores! Mais de uma vez, nas respostas de Barroso, o que ouvimos foi a metafísica da física das invasões de terras; a metafísica da física, lamento ter de escrever isso (e lamento pelo Brasil, não pelo ministro), da agressão à ordem legal.

Barroso deu a sua versão do que se poderia chamar o bom e necessário ativismo judicial. Como destacou, o Supremo atua quando os demais Poderes deixam de cumprir o seu papel. Entendo. Transcrevo um trecho da reportagem da VEJA.com (em azul):

“Onde faltar uma norma, mas houver um direito fundamental a ser tutelado, o Judiciário deve atuar”, diz. “Quando há manifestação política do Congresso ou do Executivo, o Judiciário não deve ser ativista, deve respeitar a posição política.” Ele também chamou atenção para a culpa dos parlamentares no problema: “A questão da maior ou menor judicialização, no fundo está nas mãos do Congresso”.

Parece tudo bem, mas não está. O aborto de anencéfalos e a união civil homossexual foram usados como exemplos de “falta de norma”. Trata-se de um escândalo intelectual, para dizer pouco. Nesses dois casos, faltava “a norma”??? O Artigo da Constituição que trata da união civil — e a estabelece como a celebrada entre homem e mulher — é o quê? O artigo do Código Penal que especifica as possibilidades do aborto legal — e não prevê o de anencéfalos — é norma ou ausência de norma? Gostaria agora de ver Barroso tentar provar que união civil e aborto constituem “direitos fundamentais” — neste segundo caso, diga-se, o direito fundamental que a Constituição protege é o direito à vida. Trata-se de um questionamento de lógica elementar, que não precisaria — e até nem deveria — ficar restrito aos parlamentares cristãos.

Não passaria

O que se ouviu ontem na CCJ foi a fala de um militante político. Transcrevo mais um trecho de reportagem da VEJA.com:

Luís Roberto Barroso também enfatizou aquilo que, para ele, é um dos principais papéis do Supremo: a defesa de grupos minoritários: “As minorias precisam de tribunais, porque o Congresso é a Casa das maiorias”, afirmou o advogado.
O jurista defendeu uma atuação do estado na redução das desigualdades sociais, afirmou que o debate religioso deve se manter na esfera privada e insinuou ser contra a redução da maioridade penal: “Reduzir maioridade penal aumenta pressão sobre o sistema prisional. É preciso medir as consequências”, disse ele.

Pois é…

Torça, leitor, para que, eventualmente pertencendo a algum grupo que o já ministro Barroso considera “maioria”, não ter de enfrentar no tribunal Sua Excelência a Minoria. Aí você estará lascado de saída. Ele o mandará bater às portas do Congresso: “É lá que você está representado”.

Trata-se de uma concepção torta de direito, que não encontra acolhida em lugar nenhum do mundo democrático. Com uma resposta como essa, um candidato à Suprem Carte Americana ficaria em casa, chupando o dedo. Pra começo de conversa, Congresso não representa nem maioria nem minoria. Representa apenas.

Que tal a gente aplicar essa concepção de mundo aos conflitos agora em curso no campo? Suponho que o doutor considere que “a minoria” que invade as propriedades no Mato Grosso do Sul são os índios. Suponho que o doutor considere que a minoria que toma na porrada a fazenda da Cutrale e depreda o que encontra pela frente é o MST. Então cabe a constatação óbvia: o novo ministro do Supremo tem uma CAUSA ABSTRATA que está acima da causa concreta; o doutor tem uma compromisso que está acima da norma; o doutor tem — e continuará a ter como juiz — uma missão que está acima da lei: fazer justiça com a própria toga, a despeito dos códigos que organizam a sociedade, das garantias que nos unem como nação, dos pactos que estabelecemos como civilização.

Visão escandalosa

Querem ficar derramando elogios a essa visão torta de direito? À vontade! Neste bloguezinho, não cola, não! “Você é irrelevante, Reinaldo”, grita o petralha. Tudo bem! Mas sou, então, um irrelevante que diz “não”. Se a Corte Máxima do país é o Poder das minorias, dado que o Judiciário também tem, em certa medida, o papel de Poder dos Poderes; dado que lhe cabe a função, no mais das vezes, de definir a última palavra, seja como corte constitucional, seja como corte suprema, então só nos resta constatar que, na concepção de doutor Barroso, uma das mais nobres missões do Supremo é ser injusto — desempatando as causas em favor dos “oprimidos” de sempre — para que possa… fazer justiça!!!

As coisas que o doutor disse na CCJ a uma maioria de deslumbrados seriam de pronto rejeitadas mesmo nas sociedades mais igualitaristas — desde que mantidas no escopo da ordem democrática. Isso é o que costumo chamar de “direito criativo”, de feitiçaria legal e constitucional. A cada fala do novo ministro em sua sabatina, abre-se uma freta para o “tudo é permitido” se for para a fazer a sociedade avançar. Não por acaso, em seu livro, ele já havia considerado, em tom de exaltação, que o Supremo Tribunal Federal está mais à esquerda do que o Congresso. E ele acha que estar “mais à esquerda” é, então, uma coisa boa. Vai ver coleciona exemplos, que desconhecemos, do bem que as esquerdas fizeram ao mundo.

Fez outras considerações que merecem reparo. Ainda vou transcrever a sua fala sobre o mensalão e o rigor maior ou menor do STF. Dado que as palavras fazem sentido, o texto é incompreensível. Buscou agradar ao Supremo, mas, pareceu-me, sem se descuidar dos mensaleiros, tratados como aqueles que teriam sido objetos de uma dureza inédita do tribunal, que, não obstante, não teria mudado a sua jurisprudência. Se não mudou, mas houve mais dureza, está se referindo a quê? Às figuras de linguagem adotadas na Corte?

Vamos ver

Barroso pode se tornar um ministro exemplar, e virei aqui para dizer: “Eis um ministro exemplar”! Pode se mostrar um exímio aplicador da lei e da ordem constitucional, e não terei nenhuma dificuldade em aplaudi-lo. Mas não é essa a minha expectativa — de jeito nenhum! Reconheço, não obstante, que tem estilo, formação intelectual e experiência. Ocorre que consegue afetar um ar de sabedoria distante e superior ainda maior do que essas notórias competências, como se suas ideias transitassem num plano empíreo, inalcançável para aquele que o indagavam da planície.

Fosse assim, por exemplo, que pontificou que a religião, como é mesmo? , é algo que deve ficar na esfera privada, como se esta também não reunisse saberes, experiências e valores que estão na raiz da nossa organização. Se é certo que, numa democracia, não se pode impor a ninguém uma crença coletiva ou de estado, não é menos certo que essa mesma democracia pode ter nas religiões uma conjunto de conteúdos que, ao não se submeter à lógica de estado nem ao pragmatismo da política — ou do direito, né, doutor?—, constitui uma reserva de humanismo e de ética que ilumina em vez de obscurecer o debate. E isso significa o óbvio: a crença de cada homem é matéria individual, mas a religião é uma experiência social e está na raiz das culturas.

Eu torço muito para que ele me decepcione. Para o bem do Brasil e da ordem jurídica.


Por Reinaldo Azevedo

Vice-procuradora-geral da República, que pode ser nomeada por Dilma, deu parecer que atende aos interesses de… Dilma!

Muito ruim o desempenho da vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, no Supremo. Ela falou contra a liminar concedida por Gilmar Mendes, que suspendeu a tramitação do projeto de lei que inibe a criação de novos partidos. Até aí, bem.

Ocorre que Roberto Gurgel, o procurador-geral, que está em viagem, já havia se manifestado a favor. É surrealista! Ainda que possa haver procuradores com posições diversas, em casos assim, existe a unidade do Ministério Público, não é? Se o procurador-geral não pôde estar presente, ainda que fazendo as escusas e deixando claro que aquela não era a sua posição (seria desnecessário porque não se trata de expor ali subjetividades), não vejo como a doutora Duprat pudesse fazer outra coisa que não expor o ponto de vista do… procurador-geral! E ela fez o contrário.

Eu ficaria mais tranquilo, institucionalmente falando, se a doutora Duprat não integrasse a lista tríplice de candidatos à Procuradoria-Geral da República, que foi encaminhada à presidente Dilma Rousseff. No caso, ela está em segundo lugar: à sua frente, aparece o subprocurador Rodrigo Janot.

Escrevendo de outro modo: a doutora Duprat, que pode ser nomeada por Dilma, posicionou-se contra uma liminar cuja derrubada é de óbvio interesse de… Dilma! A situação é, no mínimo, constrangedora.

“Ah, mas ela seria obrigada a dizer o que não pensa só porque está na lista tríplice?” A questão, para mim, é anterior. Parece-me que a única coisa razoável a fazer ali, estivesse ela na lista ou não, seria expor o ponto de vista do titular. Integrando, então, a lista tríplice e podendo ser indicada para o cargo pela principal interessada na queda da liminar, não bastava ser independente. Era forçoso parecer independente também.


Por Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Argentina estatiza 8 mil km de ferrovias da brasileira ALL

Janaína Figueiredo e Humberto Gomes Batista, O Globo

O governo da presidente argentina, Cristina Kirchner, informou nesta terça-feira que vai rescindir o contrato da empresa brasileira América Latina Logística (ALL), que desde 1999 tinha a concessão de duas linhas ferroviárias, percorrendo um total de 8 mil quilômetros, e transferir o serviço ao Estado.

Em entrevista coletiva na Casa Rosada, o ministro do Interior e Transportes, Florencio Randazzo, também anunciou a reestatização do Trem da Costa, uma das atrações turísticas da província de Buenos Aires. Em ambos os casos, o ministro argentino alegou “graves irregularidades” por parte das empresas privadas. Randazzo foi ainda mais longe e não descartou futuras estatizações no setor.

Ministro da Integração dá entrevista e você paga

O ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional) concedeu uma ‘entrevista’ sui generis. Levou a Brasília nove blogueiros do Nordeste. Entre eles cinco do seu Estado, Pernambuco –um dos quais de Petrolina, seu reduto eleitoral. Você não soube, caro contribuinte. Mas o dinheiro que pagou a viagem dos entrevistadores do ministro saiu do seu bolso. Coisa de R$ 12.034.

A repórter Andreza Matais conta que a ‘entrevista’ ocorreu em 15 de maio. Foi mantida pelo ministério na clandestinidade. Não foi mencionada na agenda de Bezerra. Nada saiu no site da pasta. Terminada a conversa, todos retornaram para o Nordeste, inclusive o ministro. Ele tinha um compromisso na Bahia. Deu carona a dois blogueiros no jatinho da Força Aérea Brasileira.

A assessoria de Bezerra define a conversa com os blogueiros como um encontro “técnico”. Hã?!? Afirma que o ministro “evitou responder às questões políticas”. Teria falado apenas sobre as obras da transposição do São Francisco. Lorota.
Presente à conversa, o ‘blog da Folha de PE’ informou que Bezerra, filiado ao PSB e apadrinhado pelo governador pernabucano Eduardo Campos, falou sobre Dilma Rousseff. A presidente chegará ao final do ano com a popularidade alta, ele vaticinou. Dilma “ganhará 2013”, acredita.
O signatário do blog também pediu uma entrevista a Fernando Bezerra. A equipe do ministro exigiu que a solicitação fosse encaminhada por escrito. O repórter remeteu um e-mail em 6 de maio. Nesta quinta-feira, o pedido fará aniversário de um mês. E nem sinal de resposta. Pena. Essa entrevista não custaria nada ao contribuinte. E o entrevistador faria questão de formular meia dúzia de perguntas sobre o tema predileto do ministro: as obras da transposição do São Francisco, um dos mais eloquentes fiascos do governo.


terça-feira, 4 de junho de 2013

Em São Paulo, Sem Terras invadem cinco fazendas em 48 horas

José Maria Tomazela, Estadão

Integrantes do MST da Base e do Movimento dos Agricultores Sem Terra (Mast) invadiram quatro fazendas entre a tarde de domingo e a manhã desta segunda-feira, 3, no Pontal do Paranapanema, região oeste do Estado de São Paulo.

Outra área, a Fazenda Santo Henrique, da indústria de suco de laranja Cutrale, em Borebi - no centro-oeste - foi ocupada no domingo por 300 integrantes do MST. Os grupos reivindicam a transformação das terras em assentamentos. O MST da Base, liderado por José Rainha Júnior, é uma dissidência do MST apoiada por sindicatos rurais ligados à Central Única dos Trabalhadores.



segunda-feira, 3 de junho de 2013

Apresentação da Chapa 21. Renovação: Compromisso com a profissão, que concorre às eleições para o Conselho Federal de Psicologia, em 27 de agosto de 2013..


A educação que se dane, por Mary Zaidan

Aloizio Mercadante. Esse é o nome que a presidente Dilma Rousseff sacou para auxiliar na articulação política do governo, que degringola dia após dia, ainda mais depois que o ex-presidente Lula inventou de antecipar o calendário eleitoral de 2014.

Aloizio Mercadante. O mesmo que em 2006 seria o único beneficiário do malogrado dossiê dos aloprados do PT; que três anos mais tarde, como líder do PT no Senado, protagonizaria a inesquecível e hilária cena de renunciar à “renúncia irrevogável” que fizera dias antes.

Que se tornou unha e carne da presidente, auxiliar de extrema confiança, conselheiro

Que deve coordenar a campanha de reeleição de Dilma ou ser candidato do PT ao governo do São Paulo caso os novatos que Lula prefere não ganhem músculos. Que é ministro da Educação.

Isso mesmo. Ministro da Educação.

Ministro da Educação de um País que continua amargando os últimos lugares no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês), realizado com jovens de 15 anos a cada três anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ficando atrás de Trindade e Tobago e Jordânia. Que não oferece ensino médio a quase 50% de seus jovens (Pnad 2010).

Que ainda tem 14,2 milhões de analfabetos. Que vê seu número de leitores caindo todos os anos (- 9,1% de acordo com a edição 2012 da pesquisa Retratos da Leitura da Fundação Pró-Livro), mesmo considerando a leitura de jornais, revistas e internet. Onde só 25% da população sabem ler e interpretar um texto.

Dilma, que discurso sim outro também coloca a educação como prioridade número um de seu governo, nem mesmo esconde que mente como faz a maior parte dos políticos que adora bater na tecla de mais saúde, mais educação.

Prefere que seu ministro da área se junte às atrapalhadas ministras Gleisi Hoffman e Ideli Salvatti, de dedicação exclusiva, na solução do imbróglio do Congresso Nacional, onde a acachapante maioria – uma base de 80% dos parlamentares – insiste em colocar o governo em apuros.

Mercadante dificilmente terá êxito. Até porque o buraco – como os mais experientes já alertaram dúzias de vezes – é mais embaixo. Enterram-se na soberba de Dilma, na humildade zero. Desvios que, dizem, também habitam a persona de Mercadante.

Que Mercadante possa ajudar, talvez.

Mas o que chama atenção é o descuido, pior, o descaso. Dilma confessa que quer o ministro na tarefa político-parlamentar como se a pasta que ele ocupa fosse tão desimportante como boa parte das 39. Com isso a presidente reincide na sua disposição de fazer o diabo para se reeleger. A educação? Essa que se dane.

Mary Zaidan é jornalista. Trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa'. Escreve aqui aos domingos. @maryzaidan