Convenham:
não é qualquer governo que consegue produzir uma das taxas reais de juros mais
altas do planeta (hoje, o Brasil deve estar em segundo lugar) e um crescimento
abaixo de 2%, lutando bravamente para a inflação não sair do controle. E não
custa lembrar que já está contratado: depois de 13 anos, o Brasil deverá ter
déficit na balança comercial em 2014. Aliás, não fosse a contabilidade criativa
de Guido Mantega — que fez uma mandracaria, computando como “exportação”
plataformas da Petrobras que nunca saíram do país —, já teria havido um déficit
de US$ 5,5 bilhões em 2013. Mas eles estão aí: reinventando o passado e
senhores absolutos do futuro. Guido Mantega sabe como fazer. Se não for ele, há
o risco de ser Aloizio Mercadante. Jesus! Leiam o que informa a VEJA.com.
Na VEJA.com:
Analistas do mercado financeiro
consultados pelo Banco Central reduziram de 1,90% para 1,79% a expectativa de
crescimento da economia brasileira em 2014, de acordo com pesquisa semanal
Focus divulgada nesta segunda-feira. Para 2015, a estimativa de expansão do
Produto Interno Bruto (PIB) do país recuou de 2,20% para 2,10%. Há quatro
semanas, as projeções eram, respectivamente, de 2,00% e 2,50%.
Já a projeção de inflação
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2014
subiu de 5,89% para 5,93% – bem distante do centro da meta do governo, de 4,5%.
Há quatro semanas, a estimativa estava em 6,01%. Para 2015, a projeção segue em
5,70%. Há quatro semanas, estava em 5,60%. A previsão de inflação para os
próximos 12 meses subiu de 6,00% para 6,05%, conforme a projeção suavizada para
o IPCA. Há quatro semanas, estava em 5,98%.
Nas estimativas do grupo dos
analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da
pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2014 no cenário de médio prazo segue
em 5,86%. Para 2015, a previsão dos cinco analistas se manteve em 5,80%. Há um
mês, o grupo apostava em altas de 6,19% para 2014 e 6,00% para 2015. Entre
todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA em
fevereiro segue em 0,65%. Há quatro semanas, estava em 0,65%. Para março, a
projeção segue em 0,50% há oito semanas.
Ainda que a expectativa de
inflação tenha crescido, os economistas mantiveram inalteradas suas previsões
quanto a taxa básica de juros da economia, a Selic. Os analistas ouvidos pelo
BC esperam a Selic em 11,25% ao ano ao fim de 2014. Para 2015, a mediana segue
em 12,00% ao ano. A taxa está hoje em 10,50% ao ano. A previsão para a taxa na
reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de fevereiro segue em 10,75% ao
ano.
A previsão para a Selic média
subiu de 10,94% para 10,97% ao ano para 2014 e de 11,75% para 11,79% para 2015.
Há quatro semanas, estavam em 10,69% e 11,42% ao ano, respectivamente. No grupo
Top 5 a previsão para a Selic no fim de 2014 segue em 11,75% ao ano. Para 2015,
segue em 12,25% ao ano.
A projeção para o crescimento
do setor industrial em 2014 segue em 1,93%. Para 2015, economistas preveem
avanço industrial de 2,89%, ante 2,95% da pesquisa anterior. Um mês antes, a
Focus apontava estimativa de expansão de 2,20% para 2014 e de 2,89% em 2015
para o setor. Os analistas reduziram a previsão para o indicador que mede a
relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2014 de 34,95% para
34,80%. Há quatro semanas, estava em 34,80%. Para 2015, segue em 35,00% há nove
semanas.
Por Reinaldo Azevedo