Josias de Souza
A equipe econômica do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) convocou os
refletores nesta terça-feira (6) para informar que não dispõe de dinheiro para
pagar os salários dos servidores do Distrito Federal em janeiro. Apeado do
poder pelo eleitor, que lhe sonegou a reeleição, Agnelo Queiroz (PT) deixou as
arcas da Capial em petição de miséria.
Hoje, o GDF tem em caixa ridículos R$
64,2 mil. Fechará o mês no vermelho. Orombo estimado é de
R$ 3,5 bilhões. O fisco local deve arrecadar algo como R$ 2 bilhões. Numa conta
que inclui salários atrasados de médicos e professores, as despesas inadiáveis
serão de R$ 2,4 bilhões. Sem contar a dívida deixada por Agnelo: R$ 3,1
bilhões. A conta não fecha.
De pires na mão, o GDF pediu ao governo federal uma antecipação de R$
400 milhões. Dinheiro do chamado fundo constucional, como é chamada a verba que
a União é obrigada a repassar ao governo de Brasília, para que ele funcione
como uma espécie de síndico da Capital, ligando as fornalhas diariamente e
zelando para que as coisas (segurança, saúde, educação) funcionem
corretamente na sede dos três Poderes.
Em tempos de ajuste fiscal, o xerife Joaquim Levy leva o pé à porta.
Alega-se na Fazenda que há dúvidas de natureza legal. Contra esse pano de
fundo, a única pessoa que está verdadeiramente tranquila é Agnelo Queiroz, que
saiu em férias depois de levar a Capital da República à breca. A pergunta é:
vai ficar por isso mesmo?