sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

HOMEM NOVO – Haddad reduz kit entregue a estudantes e corta caneta, lápis e caderno; itens caíram de 41 para 22

Por Fábio Takahgashi, na Folha:

A administração Fernando Haddad (PT) decidiu reduzir a quantidade de material escolar entregue uma vez por ano aos cerca de um milhão de alunos da rede municipal paulistana –dos ensinos infantil e fundamental. Na primeira etapa do fundamental (1ª a 6ª séries), por exemplo, as crianças recebiam 41 itens. Agora, são 22.

Foram retirados materiais como as oito canetas esferográficas e os três cadernos universitários (com espiral). A quantidade de lápis foi reduzida de seis para quatro. O kit do aluno foi criado na gestão Marta Suplicy (PT, de 2001-2004). A lista de materiais para 2014 é a primeira desenvolvida pela gestão Haddad, ex-ministro da Educação. A do ano letivo passado havia sido feita pelo governo Gilberto Kassab (PSD). A atual Secretaria de Educação disse que havia desperdício de materiais na relação de compras anterior.

A pasta citou como exemplo as canetas esferográficas para alunos da 1ª à 3ª séries. Nesta etapa, disse, a prioridade é o lápis. Estudantes da 4ª à 6ª séries, porém, também não levarão caneta para casa. A prefeitura disse ainda que parte dos itens cortada do kit dos alunos será enviada no material a ser utilizado coletivamente nos colégios. Ainda no caso das canetas, serão mandadas 300 para cada escola de ensino fundamental (cem de cada cor). Quase metade dos colégios municipais possui de 800 a 1.500 estudantes.

“Não vejo nenhum projeto pedagógico consistente que justifique esse corte de itens”, afirmou a pesquisadora Angela Soligo, da Faculdade de Educação da Unicamp.

“Você pode até entender que criança pequena não use caneta. Mas diminuíram os lápis. A criança no fim do ano escreverá com o dedo? E é importante ela ter material para trabalhar em casa.”
(…)


Por Reinaldo Azevedo

João Paulo Cunha pede para trabalhar na Câmara

Isabel Braga, O Globo

Em mais um sinal da resistência em renunciar ao mandato, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) - preso na última terça-feira - entrou com pedido na Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Distrito Federal para trabalho externo na Câmara dos Deputados.

Condenado no mensalão, João Paulo começou a cumprir pena em regime semi-aberto, que permite trabalho externo durante o dia. O preso tem que voltar para dormir na prisão. O pedido será analisado pela VEP e a decisão final é da Justiça.

Como vinha conversando sobre isso com amigos e seu advogado, Alberto Toron, deu declarações sobre a intenção do deputado de manter-se no mandato e trabalhar na Câmara durante o regime semiaberto,a questão foi analisada informalmente por técnicos da Casa.

Estudo preliminar feito por consultores da Câmara diz que não seria possível compatibilizar o exercício das atividades com o regime semiaberto pois a Câmara tem atividades em horário incentro.

Corregedoria liga secretário de Haddad a cartel

Estadão

A Corregedoria-Geral de Administração do Estado ligou nesta quinta-feira o secretário de Infraestrutura do prefeito Fernando Haddad (PT), Osvaldo Spuri, ao cartel de trens suspeito de ter atuado em governos tucanos em São Paulo entre 1998 e 2008.

O órgão estadual diz que Spuri era o responsável por documentos de licitações que teriam sumido da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Spuri, que entrou no secretariado na cota pessoal de Haddad, é funcionário afastado da CPTM e foi o presidente da comissão de licitações em concorrência na qual a alemã Siemens diz ter havido formação de cartel.

A covardia de parte considerável da imprensa e dos jornalistas é nauseabunda até quando um cinegrafista, que estava trabalhando, agoniza no hospital

Santiago Andrade é cinegrafista da Band. Na noite desta quinta, ele estava trabalhando. Cobria o chamado protesto contra o reajuste das passagens de ônibus no Rio. Reajuste correto e necessário — a menos que você, leitor, acredite que existe almoço grátis. Marcharam contra a elevação da tarifa, de R$ 2,75 para R$ 3, os de sempre: partidos de extrema esquerda e, claro, os black blocs. Já não tenho estômago para ouvir repórteres na TV recitando um textinho de manual: “A manifestação era pacífica…” Mentira! Nunca foi. Até porque os black blocs estavam na turma. E eles nunca são pacíficos. São os primeiros a confessar. Um artefato explosivo atingiu a cabeça de Santiago. Houve afundamento craniano. Já foi submetido a uma cirurgia e está em estado gravíssimo no Hospital Souza Aguiar.

Os veículos de comunicação todos estão reticentes. Dizem não saber se Santiago foi atingindo por uma bomba de gás lacrimogêneo ou algum outro artefato. Não tinha visto ainda esta sequência. Agora vi. Desde quando bomba de gás — ou mesmo a de efeito moral — provoca essa luz? Que história é essa? Há testemunhos de que manifestantes — leia-se, no caso, bandidos — lançaram vários morteiros ou sinalizadores durante os confrontos com a polícia. A luz avermelhada registrada ali e os restos da explosão são, obviamente, compatíveis com morteiro ou sinalizador. Ainda que seja alguma outra coisa, não se trata de bomba de gás ou de efeito moral.

E a Polícia Militar só carrega essas duas. Os demais explosivos são levados para as ditas manifestações pelos arruaceiros. Até uma nota oficial da Band fala da hipótese de ser uma bomba de gás… Desde quando ela causaria aquela luz e provocaria o afundamento de crânio com a gravidade que está sendo noticiada? Não custa lembrar: um sinalizador, como aquele que matou o menino boliviano num estádio de futebol, pode atingir até 300 km por hora.

Associações de jornalistas e emissoras de TV divulgaram notas de solidariedade, mas se negam a censurar a violência explícita e organizada desses que são chamados de manifestantes. Manifestantes defendem ideias, pontos de vista, fazem reivindicação. Não saem por quebrando e incendiando tudo.

Mais uma vez, aquela turma de ontem decidiu depredar a Central do Brasil e as ruas do entorno. Partiram para o confronto com a polícia e hostilizaram, de novo, a imprensa. O jornalismo, no entanto, prefere olhar para o outro lado e se nega a dizer o nome dos seus agressores, uma gente que odeia a democracia, a liberdade e o estado de direito. É mentira! Eles não querem ônibus mais barato porcaria nenhuma! Quem se impor pela violência e pelo terror.


Por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A impressionante irresponsabilidade de Alexandre Padilha ao tratar de segurança pública em SP. Ou: Então tá! Vamos ver o que o PT produz em matéria de cadáveres

Alexandre Padilha (foto), que acabou de deixar o Ministério da Saúde para assumir a condição de pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, concedeu uma entrevista realmente impressionante a Valdo Cruz e Johanna Nublat, daFolha. É impressionante porque, sei lá, de boa-fé, a gente acredita que há um limite para a irresponsabilidade e para a má-fé. Com alguma frequência, isso é um engano.

Na semana em que um dos filhos do governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi vítima de uma tentativa de assalto ou, sabe-se lá, de sequestro, Padilha aproveita para fustigar a área de segurança pública de São Paulo com um discurso sem números, que apela apenas à retórica terrorista. É de um oportunismo asqueroso. Mas esperar o quê? Essa gente já transformou o câncer em moeda eleitoral duas vezes! Infelizmente, a conversa passou longe dos dados.

O petista disse com todas as letras: “[O PCC] Foi uma criação no governo deles. Vinte anos atrás, quando assumiram o governo, não tinha PCC, agora tem. Falta coragem ao governo de São Paulo para enfrentar o que precisa ser enfrentado. Eu diria que, hoje, a bateria do PSDB de São Paulo acabou.”

Estupefaciente! Ora, vimos há alguns dias o horror em que se transformou o Complexo de Pedrinhas, no Maranhão, estado em que o PT elegeu o vice-governador. O sistema penitenciário desse estado abrigava, em 2012, apenas 4.241 presos. Mesmo assim, é dominado por duas facções criminosas. As decapitações decorrem das disputas entre elas. Em São Paulo, havia em 2012 190.828 presos só no sistema penitenciário. Sem contar as cadeias.

Facções também estão presentes no Rio. Aliás, lá é que teve início o partido de bandidos, quando criminosos de esquerda se juntaram com criminosos comuns, nos anos 1970. E o Rio, que prende muito menos do que São Paulo, tinha apenas 30.906 presos nas penitenciárias em 2012 — 160 mil a menos. As facções, como sabem as UPPs, atacam dentro e fora dos presídios.

Petista tentando dar aula de segurança pública? Por que Padilha não olha para a Bahia, cujos presídios também são dominados por organizações criminosas, embora suas penitenciárias abrigassem apenas 10.251 pessoas no ano retrasado — 5,3% do que havia no sistema paulista? E o que dizer do Distrito Federal, também governado pelo PT?

O DF é mesmo semelhante a SP?

Infelizmente, numa das perguntas feitas a Padilha, afirma-se: “São Paulo enfrenta um problema na segurança, mas o Distrito Federal, governado pelo PT, tem situação semelhante. Não é uma questão nacional e não há omissão do governo federal em atuar com os Estados?”

Epa! O Distrito Federal tem situação semelhante à de São Paulo? Não terá nem nos próximos 10 anos — ou mais. Em 2012, houve 32,1 Crimes Violentos Letais Intencionais por 100 mil habitantes no DF, o que inclui homicídios dolosos e latrocínios; em São Paulo, foram 12,4 — em 2013, deve ter caído. A do DF é 159% maior. E no caso dos latrocínios? 1,8 por 100 mil no DF, contra 0,8 em São Paulo. De novo, a capital administrada pelo partido de Padilha vence: 125%. Que história é essa de “situação semelhante”. Haverá semelhança quando os índices de homicídios do DF caírem 61%, e os de latrocínios, 55%.

Padilha deu outra resposta não menos espantosa:

“São Paulo tem um potencial que não pode ser comparado com nenhum outro Estado. Pelo seu potencial, tem de se comparar com as melhores práticas internacionais, inclusive na área de segurança. Além disso, o governo federal sempre deu demonstrações de oferecer cooperação com o Estado de São Paulo.”

Cooperação? Qual? Quando a Secretaria de Segurança Pública enviou ao Ministério da Justiça um pedido de auxílio para reequipar a PM, ouviu do senhor José Eduardo Cardozo, ministro, que o governo federal não era a Casa da Moeda.

Vejam o que aconteceu com a taxa e com o número de homicídios em São Paulo em 13 anos. Os dados de 2013 ainda não estão aí. São menores. Não há estado com essa performance, e, provavelmente, é hoje a unidade da federação com a menor taxa.

Mas não vamos ficar só no Distrito Federal. E se formos para a Bahia petista, de Jaques Wagner? 40,7 assassinatos por 100 mil — 228% a mais. E se nos fixarmos no pequenino Sergipe, governado pelo PT desde 2007? A taxa de latrocínios é 112,5% maior do que a paulista; a de assassinatos, 222,5%.

E é Padilha, um dos homens fortes do PT, a dar aula de segurança pública a São Paulo? Mais uma vez, ele repetiu a ladainha de que se trata do estado mais rico da federação. É claro que é. Mas também é o mais populoso. De todo modo, mais números. Sabem quanto o Brasil gastou com policiamento em 2012? Com exatidão: R$ 17.557.948.076,05. Desse total, São Paulo desembolsou R$ 7.291.669.213,27. Ou seja: 41% — embora o estado tenha apenas 22% da população. Em 2011, então, respondeu por 55,3% do total.

Alexandre Padilha está chutando. Eu estou lidando com dados, com números, que são endossados pelo próprio governo federal. Todos esses números que cito pertencem ao Anuário Brasileiro de Segurança Pública e está à disposição aqui. Baixe a versão em PDF que facilita a leitura.

O sr. Alexandre Padilha não deveria brincar assim com coisa séria. Se o Brasil tivesse a taxa de assassinatos por 100 mil habitantes que há em São Paulo, 30 mil vidas se salvariam todos os anos. Infelizmente, a eficiência do PT em segurança pública se mede em cadáveres.

Um outra resposta de Padilha chega a quase comover pela arte do ludíbrio. Leiam:

O sr. deve fechar a meta de 13 mil médicos [para o Mais Médicos] com cerca de 75% deles sendo cubanos. Por que vocês não foram mais transparentes e reconheceram que o convênio com Cuba seria a alternativa, sabendo que os médicos brasileiros não iriam se inscrever?

Primeiro porque não tenho bola de cristal. Tenho capacidade de planejamento, de visão de futuro, era um problema que a gente apontava havia muito tempo. Muita gente dizia que os prefeitos não iam aderir ao programa, mas superou a expectativa. Segundo, acreditamos que a forma como foi divulgado, convocado, chamado, era importante para não desestimular a participação dos médicos brasileiros.

Errado!

Em agosto do ano passado, numa entrevista ao programa “Entre Aspas”, Humberto Costa, ex-ministro da Saúde, confessou:

“Esse programa já vem sendo trabalhado há um ano e meio. Boa parte desses cubanos já trabalharam em países de língua portuguesa, não têm dificuldade com a língua. E, ao longo desse um ano e meio, eles vêm tendo conhecimento sobre o sistema de saúde no Brasil, doenças que existem aqui e não existem lá…”

Médicos cubanos confessaram depois que já estavam em treinamento quando nem se falava ainda do programa por aqui. Portanto, a resposta do ministro é o que se chama o oposto da verdade…

Vamos ver o que o futuro reserva a São Paulo. A gente já sabe o que o PT fez com a segurança pública na Bahia, no Distrito Federal ou em Sergipe. No Rio Grande do Sul, Tarso Genro entra no quarto ano de governo com a Polícia Militar mais mal paga do país: R$ 1.375,71 contra R$ 3.023,29 em São Paulo.

Eis aí o que dizem eles e o que realmente são.


Por Reinaldo Azevedo

PT diz que vai interpelar Gilmar Mendes. É mesmo, é? Então vamos ver

Que pitoresco!

O PT anunciou que vai interpelar Gilmar Mendes por conta de algumas indagações que fez o ministro sobre a origem do dinheiro que está sendo “doado” aos mensaleiros pela Internet. Depois de uma sequência de atos debochados de petistas contra o Poder Judiciário — incluindo a própria arrecadação de dinheiro para pagar a multa de criminosos —, Mendes afirmou que é preciso verificar se o procedimento não é uma forma de lavagem de dinheiro.
Os petistas não gostaram. Rui Falcão anunciou que pretende interpelar o ministro com base no Artigo 284 do Código Penal, a saber:

“Art. 144 – Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.”

Certo! O PT, então, como pessoa jurídica, vai alegar “crime contra a honra” por causa de uma pergunta ou de uma hipótese? Isso é só para gerar notícia…

Venham cá: quando João Paulo, José Genoino, José Dirceu, Rui Falcão ou André Vargas acusam um ministro do Supremo de condenar sem provas; de agir com preconceito contra o partido; de não seguir os fundamentos do estado de direito; de ceder à pressão midiática, isso é o quê? Vejam o ato asqueroso, patético, protagonizado por André Vargas numa solenidade oficial. Como definir aquilo?

Ora, juiz que faz essas coisas é, quando menos, um prevaricador, não é mesmo? Se é de crimes contra a honra que estamos falando, quem ofende a honra de quem? Não custa lembrar que acusações dessa natureza estão sendo feitas pelos petistas até em documentos oficiais do partido.

PS: No caso de Mendes, não custa lembrar, adicionalmente, que ele é um dos principais alvos dos blogs sujos, financiados com dinheiro público.


Por Reinaldo Azevedo

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Vice da Câmara faz gesto de petistas presos ao lado de Barbosa

Maria Lima e Isabel Braga, O Globo

 Durante a leitura de parte da mensagem da presidente Dilma Rousseff ao Congresso nesta segunda-feira, na abertura dos trabalhos legislativos de 2014, as provocações do vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR, foto abaixo, à direita), foram alvo de comentários dos colegas e notadas no plenário.

 Sentado ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, Vargas fazia troça com colegas no plenário, hora repetindo o gesto de punho erguido feito pelos petistas mensaleiros na hora da prisão, hora postando ironias nas redes sociais sobre o ministro.

 Em um momento da leitura da mensagem presidencial, quando Barbosa saiu da Mesa e se ausentou do plenário, André Vargas fotografou a cadeira ao seu lado vazia e postou no Instagram com a legenda: “Joaquim sumiu?”.

Pólvora alheia, tiro grande, por Maria Helena RR de Sousa

Confesso que fiquei com pena da família dos mensaleiros ao ler sobre o montante das multas que lhes foram impostas pelo STF como parte da condenação que receberam no julgamento do processo do mensalão.

 José Genoino foi condenado a pagar R$ 667,50 mil. Delúbio Soares a pagar R$ 466,8 mil. Fechei os olhos e tentei imaginar o tamanho dessas notas empilhadas, mas é tanto, tanto dinheiro para nós, cidadãos comuns, que não consegui “ver” a pilha.

 Sei que esse detalhe não tem a menor importância, eu calcular ou não o tamanho do estrago na vida das famílias era o de menos. Só mencionei o fato para explicar melhor minha surpresa ao saber que em menos de duas semanas Genoino conseguiu o dinheiro e ainda com uma sobrinha para recolher o IR sobre doações e um troco para ajudar o amigo de fé, Delúbio.

 Mal sabia Genoino que seu amigo ia lhe dar um banho em matéria de arrecadação de reais: o perito ex-tesoureiro precisava de R$ 466,8 mil e arrecadou R$1 milhão! A sobra de Delúbio – vejam bem, a sobra de R$600 mil - irá para o amigo do peito, José Dirceu, que foi condenado a pagar R$ 971.128,92.

 Com a generosidade de Delúbio, Dirceu só terá que pagar R$371.128,92. Já menciono essa quantia sem pena alguma, pois se os outros dois em poucos dias conseguiram aquela dinheirama, Dirceu com certeza conseguirá uns 2 milhões em poucas horas.

 A não ser que a fofoca que corre solta por aí seja verdadeira, que do Dirceu poucos gostam. Mas eu não acredito nisso. Conheço até uma senhora que é capaz de dar suas pérolas ao Dirceu. Gosto não se discute...

 É nos meses de janeiro e fevereiro que o brasileiro leva uma boa cacetada em sua carteira: IPTU, IPVA (automóveis e motos), renovação da matrícula escolar dos filhos, compra de material escolar, uniformes, matrícula em cursos extras como línguas, dança, cursos voltados para a música, etc.e etc. Além das despesas ordinárias de todos os meses: condomínio, luz, gás, telefone, plano de saúde, comida!

 Pergunto: como cada militante petista conseguiu dispor de sobra em seu orçamento? Já sei, já sei, filho de militante estuda em escola pública, material escolar e uniforme por conta da Viúva, só andam de transporte público e odeiam rolézinhos de qualquer espécie.

 Mas as multas ainda não acabaram. Há outros condenados e haverá mais multas expressivas. O PT será magnânimo com todos? Afinal, quando interessou estavam todos no mesmo barco, não é? Será que agora vão deixar os que não são da patota à deriva?

 Ao final desse processo o Governo Federal vai publicar os nomes dos doadores ou isso vai fazer parte da obnubilada Transparência Brasil?

 São perguntas fruto de uma imensa curiosidade. E de uma intensa vontade de acreditar que isso não foi tiro grande com pólvora alheia, mas a prova de que o Brasileiro, Profissão Esperança, não morreu.


Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005.

 

Braço erguido prova que PT não aprendeu nada

O PT tem um ex-presidente e um ex-tesoureiro, José Dirceu e Delúbio Soares, encarcerados no presídio da Papuda. Tem outro ex-presidente, José Genoino, em prisão domiciliar. E tem um ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha, prestes a ser recolhido ao xadrez. Todos condenados por corrupção pela mais alta Corte do país. Pelo estatuto do partido, deveriam ser expulsos. Em vez disso, recebem solidariedade, proteção e vaquinhas.

 O partido se dividiu: os 90% que erguem o braço e cerram o punho —física ou metaforicamente— dão aos 10% que permanecem mudos e imóveis uma péssima reputação. Nesta segunda-feira, 3, em plena cerimônia de reabertura do Congresso, o vice-presidente da Câmara, André Varbas (PT-PR), repetiu em plenário a
coreografiados detentos. Fez isso ao lado do visitante Joaquim Barbosa, presidente do STF. Uma, duas vezes. Vargas justificou-se vagamente:

 “Muitos se cumprimentam com positivo, sinal de vitória. No PT, é tradicional cumprimentar com L do Lula. E a gente tem se cumprimentado assim [com o punho erguido]. Foi o símbolo de reação dos nossos companheiros que foram injustamente condenados. O ministro está na nossa Casa. Na verdade, ele é um visitante, tem nosso respeito. Mas estamos bastante à vontade para cumprimentar do jeito que a gente achar que deve.”

 O companheiro comete dois erros. Num, trata como sua a Casa do povo brasileiro. Noutro, ignora a opinião dos verdadeiros anfitriões. No final de 2013, o
Datafolhainformou que, para 86% dos brasileiros, Barbosa agiu bem ao mandar prender os mensaleiros em 15 de novembro, feriado da Proclamação da República. Estratificando-se o dado por preferência partidária, verificou-se que o apoio às prisões foi ligeiramente maior entre os simpatizantes do PT: 87%.

 A desenvoltura de André Vargas indica que deve haver, escondida nos subterrâneos do PT, uma escola de desfaçatez com especialização em cinismo. Não é possível que tantos petistas já nasçam com tamanho conhecimento das mumunhas. Quando Lula diz que logo, logo vai explicar a “farsa” do mensalão, quando Rui Falcão, atual presidente do PT, declara que o Supremo julgou sob pressão da mídia golpista, eles não se tornam bons exemplos. Mas viram extraordinários avisos. Avisam que o PT não toma jeito. Quando Dirceu e Genoino se autoproclamam inocentes “presos políticos”, fazem lembrar as virgens de Sodoma e Gomorra.

Ninguém tem o direito de se meter na vida do PT. Mas já que a banda muda do partido não parece disposta e ninguém mais se habilita, por que não procurar alguém alheio à legenda para restabelecer a ordem? Um nome emerge instantaneamente como o mais indicado: Luiz Inácio Lula da Silva. Aquele sindicalista do ABC, muito respeitado por todos, que se lançou na política, foi deputado federal por São Paulo, farejou a existência de 300 picaretas no Congresso e chegou a presidente da República.

 Esse Lula remoto, defensor intransigente da ética, de quem nunca mais se ouviu falar, seria algo de novo no PT. Impossível imaginá-lo recorrendo à compra de apoio político com verbas do contribuinte, ao fisiologismo e a outras práticas pouco assépticas. Ele daria atenção prioritária a um pedido de desculpas do PT, antes que não adiantase mais nada.

O único problema do PT seria descobrir o paradeiro desse Lula e convencê-lo a assumir as rédeas da agremiação. Como se sabe, o personagem desapareceu misteriosamente por volta de 2005, tendo sido substituído por um sósia. Ou o PT encontra o velho Lula ou vai passar à história como único partido do mundo em que os ratos botam a culpa no queijo. E ainda erguem o braço para similar uma revolução.

Recorde – Gastos de publicidade do Ministério da Saúde chegaram a R$ 232 milhões em 2013

Por Johanna Nublat e Gustavo Patu, na Folha:

Antes de deixar o Ministério da Saúde para concorrer pelo PT ao governo paulista nas próximas eleições, Alexandre Padilha promoveu a maior alta dos gastos com publicidade da pasta desde o início do governo petista. As despesas alcançaram no ano passado R$ 232 milhões, com um crescimento de 19,7% acima da inflação sobre os desembolsos de 2012 — que já haviam crescido 18,6% sobre 2011. O ritmo de expansão desse biênio não tem paralelo em uma década, como mostram os dados do próprio ministério. O último registro de uma taxa de aumento expressivo aconteceu no ano eleitoral de 2006, quando os montantes envolvidos eram bem menores que os atuais.
Tecnicamente, quase todos os gastos com publicidade da Saúde são classificados como de utilidade pública. Entre os exemplos tradicionais estão as campanhas de vacinação contra a paralisia infantil e as de prevenção de doenças como a Aids e a dengue. No entanto, essa classificação de despesa também abriga a promoção de programas que estão entre as vitrines eleitorais do governo Dilma Rousseff e de Padilha, como o Saúde Não Tem Preço e o Mais Médicos. O primeiro, lançado no início do governo Dilma, instituiu a distribuição gratuita, nas farmácias, de medicamentos contra diabetes e hipertensão e, a partir de 2012, contra a asma. O segundo, o Mais Médicos, foi lançado em 2013 após batalha pública contra as entidades médicas nacionais, contrárias ao programa. O governo já contabiliza 9.549 profissionais selecionados pelo Mais Médicos — sendo que 77,5% deles são médicos cubanos.
Uma citação aos dois programas foi inserida no pronunciamento que Padilha fez na TV semana passada sobre a vacina contra o HPV, o que gerou críticas da oposição. O Mais Médicos liderou as verbas publicitárias de 2013, com R$ 36,9 milhões, seguido pela prevenção da dengue, que mereceu R$ 33,2 milhões. O Saúde Não Tem Preço recebeu R$ 13,9 milhões. Em nota enviada à Folha, a Saúde afirmou que a expansão dessas despesas está ligada à ampliação dos serviços públicos prestados.
(…)
Por Reinaldo Azevedo