quinta-feira, 8 de julho de 2010

Voz do "polvo"


PT cogita vender bonecos de Lula durante campanha

Numa das muitas frases que cunhou para fustigar Dilma Rousseff, FHC chamou a candidata oficial de “boneca de ventríloquo”.

O PT cogita subverter a lógica do chiste. Aproveitando-se da mega-popularidade do “ventríloquo”, planeja transformá-lo em boneco.

Deve-se a informação à seção Painel, editada, na Folha, pela repórter Renata Lo Prete:


- Lula de Bolso: O PT planeja usar nesta eleição instrumento inédito de marketing e arrecadação de fundos: bonecos de Lula a serem vendidos nas lojas do partido e em eventos da campanha.

Levada ao secretário de Comunicação, André Vargas, por um petista de Santa Catarina, a ideia dos "Lulinhas" teve boa acolhida dentro da sigla, que agora estuda como produzi-los em massa.

Feitas de material sintético, as miniaturas medem cerca de 15 centímetros e já existem em duas versões: numa, o presidente está de terno azul e gravata verde e amarela; noutra, veste a camisa 13 da seleção. Os petistas já discutiram até o preço do boneco: R$ 5.
Lula de bolso deve assustar até criancinha.....que coisa mais feia!

Governo pode remanejar até R$ 9 bilhões do PAC

O Globo, por Cristiane Jungblut

O governo conseguiu aprovar na sessão do Congresso Nacional, nesta quarta-feira, projeto que dá mais liberdade para o remanejamento de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) neste ano eleitoral. Pelo projeto, o governo poderá remanejar livremente até R$ 9 bilhões, o que correspondem a 30% do valor total do PAC - fixado em R$ 30 bilhões no Orçamento de 2010.

O governo lutava pela aprovação da proposta porque a regra atual permitia o remanejamento de apenas 25% do valor de cada obra, e não dos recursos globais. A oposição acabou concordando com a aprovação do projeto obtendo a garantia de que a lista de obras do PAC, que podem ser remanejadas, não seja alterada no período eleitoral.

Eleições


Irresponsabilidade petista

Crise fiscal
De Merval Pereira
Seja quem for que ganhe a próxima eleição, vai ter que encarar uma crise fiscal, especialmente se o cenário internacional piorar como está acontecendo. Qual o país do mundo em que o PIB cresce 7%, a receita cresce mais que o dobro disso, cerca de 18%, e o governo consegue gastar ainda mais, pois a despesa do governo cresceu 20%?
Isso quer dizer que os gastos governamentais estão crescendo três vezes mais que o PIB. Notícia perigosa, sobretudo porque esses gastos não são de investimentos, que são benéficos e podem ser controlados no futuro em caso de necessidade.
Mas estamos subindo gastos permanentes, e a receita não crescerá sempre nessa velocidade para sustentar os gastos, embora a candidata oficial Dilma Rousseff baseie suas propostas de reformulação do sistema tributário, com redução da carga tributária, na premissa de que a receita continuará crescendo devido ao crescimento do PIB.
Neste ano, ainda por cima, a receita está crescendo sobre uma base muito deprimida pela crise e, sobretudo, porque no início do ano passado a Petrobras, que é a maior contribuinte de impostos do país, estava fazendo truques contábeis para pagar menos impostos. Estão pagando este ano o dobro do que pagaram ano passado.
Segundo estudo do economista Felipe Salto, da Consultoria Tendências, com o aumento de gastos no governo Lula, a dívida total do setor público no país chegará ao maior patamar dos últimos dez anos.
Em dezembro deste ano, o endividamento chegará ao recorde de R$ 2,2 trilhões, correspondente a 64,4% do PIB. Em 2000, a dívida era de 52,7% do PIB.
A herança do governo Lula para o seu sucessor foi aumentada por "empréstimos" que o Tesouro vem realizando com o BNDES desde o ano passado, por meio da emissão de títulos públicos.
O governo está usando o que considera ser uma permissão para gastar dada aos governos nacionais pela crise financeira que se abateu sobre o mundo a partir de setembro do ano passado, com a quebra do banco Lehman Brothers nos Estados Unidos.
A irresponsabilidade com que o equilíbrio fiscal vem sendo tratado nos últimos tempos parece ter, por parte dos mercados financeiros, uma "licença especial", na certeza de que o próximo governo tomará as providências necessárias.
Um número que passa a ser observado com atenção, mesmo que não afete as estatísticas fiscais, é o da dívida bruta. O Ministério da Fazenda está usando o que o mercado identifica como "um truque" para repassar recursos aos bancos públicos sem aumentar a dívida líquida, este, sim, um número que o mercado financeiro acompanha, especialmente sua relação com o PIB.
Desde junho de 2008, o volume de crédito do BNDES, que era insignificante para as contas públicas, subiu bastante, ficando em torno de 5% do PIB.
A dívida pública bruta passou para 66,5% do PIB, e deve chegar a mais de 70% em 2010 com os novos repasses.
Países que têm investment grade como o Brasil possuem uma dívida bruta em torno de 40% do PIB, embora os Estados Unidos já tenham chegado aos 80%, devido às medidas que tomou por conta da crise.

Início de campanha


terça-feira, 6 de julho de 2010

Transferência de votos


Continuamos sem educação

Reportagem de Marta Salomon e Lígia Formenti, no Estadão:

Além de medir a qualidade do ensino no País, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2009 revela o tamanho do desafio que é mudar a situação de escolas e cidades com desempenho muito ruim. Municípios e escolas com pior desempenho - cujo resultado é divulgado hoje - receberam prioridade nas ações do Ministério da Educação (MEC), mas em muitos casos, nem essa ajuda extra resolveu.
No foco do ministério encontram-se 1.822 municípios com notas inferiores a 4,2 em 2007 e mais 28 mil escolas com notas até 3,8 no mesmo ano. Desde então, mais de R$ 400 milhões foram liberados para as escolas.
Mesmo recebendo um auxílio em dinheiro e suporte técnico, pouco mais da metade dos piores municípios no ranking nacional conseguiu melhorar o indicador no intervalo de dois anos, entre as duas últimas edições do Ideb (2007 e 2009), a ponto de superar suas respectivas metas.
A reportagem do Estado selecionou 155 municípios com notas até 2 na segunda etapa do ensino fundamental (de 5ª a 8ª série). A nota 2 equivale a menos da metade da média nacional (4,6). O levantamento revela que, na avaliação do desempenho, quase a metade (45%), o que corresponde a 70 municípios, ou não conseguiu alcançar a meta ou piorou a nota - nesse universo, 58 municípios (37,4%) evoluíram, mas não alcançaram a nota, e 12 (8%) andaram para trás entre 2007 e 2009. Os outros municípios melhoraram a ponto de, pelo menos, alcançar a meta.
Na amostra das 4.ª séries selecionada pelo Estado, com 47 municípios que tinham nota 2 no Ideb de 2007, 25 cidades, o que dá pouco mais da metade (53,1%), alcançaram a meta. Outros 22 municípios (47%) não alcançaram a meta. As metas variam de escola para escola e de município para município, dependendo do ponto de partida de cada um.
Um exemplo de município que andou para trás é Chaves, no Pará. Em 2007, a educação da cidade recebeu nota 2 até a 4.ª série. Dois anos depois, quando a meta era chegar a 3,2, a nota foi de 1,4. Itatuba, na Paraíba, está na mesma situação: no intervalo de dois anos, a nota piorou, caindo de 1,8 para 1,4, ainda mais distante da meta de 2,6. O Nordeste concentra as piores situações.
Também houve casos de melhora significativa, a ponto de a meta ser ultrapassada com folga. Foi o que aconteceu em Tucano, na Bahia. Em dois anos, a nota mais do que dobrou, de 2 para 5,4, superando a média nacional. A meta para 2009 era 3.
“Os primeiros resultados deverão aparecer a partir do Ideb de 2011″, avalia Maria do Pilar Lacerda, secretária de Educação Básica do MEC.
Nas próximas duas semanas, técnicos do ministério cruzarão dados do Ideb para avaliar o comportamento das escolas e municípios com pior desempenho.
“Reformas educacionais demoram até uma geração, porque há fatores importantes como a escolaridade das mães e a formação de professores”, alega.
Apoio técnico. Maria do Pilar conta que houve dificuldades para definir o apoio técnico e financeiro aos municípios com pior desempenho. O ponto de partida para a ajuda era a apresentação de um plano pelos municípios e escolas. Inicialmente, de cada 10 planos apresentados ao MEC, 7 eram devolvidos, por serem inadequados. “Em um caso, o maior problema era a alfabetização de crianças, mas o plano previa a reforma da cozinha. Isso consumiu o ano de 2008 inteiro. E, no final, apenas um em cada dez planos era devolvido”. Pilar se diz otimista: “Trata-se de uma mudança estrutural, que depende de mobilização, não é pirotecnia.”

Fujona...tá com medo de que?

O Globo informa:
“Desde o dia 10 de junho, a campanha da candidata Dilma Rousseff foi procurada para que ela respondesse a apenas uma pergunta. O convite foi reiterado diversas vezes desde então, mas ela se recusou a responder à pergunta, que seria apenas: ‘Por que quero ser presidente do Brasil?’”
Qual a dificuldade, afinal de contas, de responder a uma indagação tão simples quando se tem um exército de assessores?
Eis o busílis: a proposta do Globo era que o candidato gravasse uma resposta de cinco minutos, sem a interferência de aspones e profissionais de mídia.
Como diria a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da CNA, também o jornal queria “a resposta dos candidatos, não dos marqueteiros”. E aí Dilma pulou fora. Serra e Marina aceitaram gravar a resposta, e o jornal publicou uma síntese do que disseram.

Contradições

De Merval Pereira

Os problemas de uma coligação que é fruto apenas do interesse do PT pelos cinco minutos de propaganda eleitoral gratuita a que o PMDB tem direito, por ter elegido a maior bancada da Câmara em 2006, começaram a aflorar logo no primeiro momento oficial da campanha sucessória, antecipando a instabilidade política de um governo sem definição ideológica homogênea que surgirá de uma eventual vitória da candidata oficial Dilma Rousseff.
A primeira versão do programa de governo que a candidata registrou no TSE contemplava apenas as diretrizes aprovadas pelo PT em fevereiro, quando ela ainda era ministra da Casa Civil, com boa parte das reivindicações das alas mais à esquerda da legenda.
O programa que meses depois o PMDB apresentou à candidata, com o objetivo declarado de neutralizar os radicalismos petistas, foi simplesmente ignorado.
Temas como tributação de grandes fortunas, defesa da jornada semanal de 40 horas imposta pelas centrais sindicais ao PT, o "controle social" dos meios de comunicação, e negociação entre as partes antes da reintegração de posse de propriedades invadidas — todas propostas da esquerda radical do PT em documentos como o da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) ou o Programa Nacional de Direitos Humanos — foram incluídos no programa oficial da candidatura petista, e o PMDB anunciou que não o aceitará nesses termos.
Numa manobra tão rápida quanto o receio de revelar seus verdadeiros propósitos e chocar a parte do eleitorado que ainda acredita que Dilma é tão flexível ideologicamente quanto Lula, o programa foi alterado horas depois, com a retirada de pontos polêmicos como o imposto sobre grandes fortunas.
A verdade, porém, é que mesmo que a candidata oficial Dilma Rousseff alegue que não compartilha essas propostas, elas fazem parte de uma espécie de código genético da ala mais radical do petismo, da qual ela já era figura proeminente antes mesmo de surgir do bolso do colete de Lula para ser impingida ao eleitorado como sua "laranja eleitoral".
Essas ideias estão consubstanciadas na chamada "Carta de Olinda", documento que basearia a candidatura de Lula em 2002 e que só foi abandonado devido à necessidade de vender o personagem "Lulinha Paz e Amor", criado naquela ocasião pelo marqueteiro Duda Mendonça.
Eleito, o governo Lula vem tentando implementar essas medidas desde o primeiro ano do primeiro mandato.