sexta-feira, 24 de maio de 2013

Novo ministro do STF: ‘classe política vive num mundo à parte, de poder e interesses pessoais’


Presidente do STF, Joaquim Barbosa ateou revolta nos meios políticos ao afirmar, há cinco dias, que o Brasil tem “partidos de mentirinha” e um Congresso “inteiramente dominado pelo Poder Executivo.” Indicado por Dilma Rousseff para ocupar uma cadeira no Supremo, o advogado Luís Roberto Barroso, disse coisa muito pior numaentrevista concedida há sete meses à repórter Andrea Michael.

Para Barroso, “a classe política vive em um mundo à parte, de poder e de interesses pessoais.” As alianças partidárias são feitas “sem base ideológica”. O eleitor “vota em candidatos e não em partidos”, num “modelo que está na raiz de boa parte dos problemas políticos brasileiros, inclusive os de corrupção e fisiologismo.”
O novo ministro será sabatinado no Senado nos próximos dias. Depois, assumirá a vaga aberta com a aposentadoria de Carlos Ayres Britto. Chegará em tempo de participar do julgamento dos recursos protocolados no STF pelos 25 condenados no julgamento do mensalão. Na entrevista de outubro do ano passado, Barroso disse: “Minha maior preocupação é com o pós-mensalão.” Ele indagou: “O que o Brasil vai extrair de positivo desse momento ruim para a política?”
Na opinião de Barrroso, manifestada numa fase em que o julgamento ainda não havia encerrado, “mais do que a condenação de pessoas, o processo do mensalão constitui a condenação de um modelo político que não vem de ontem.” Nos últimos 20 anos, disse ele, o Brasil avançou muito. Sob FHC, “conquistamos a estabilidade monetária, que foi um divisor de águas.” Sob Lula, avançou-se na área social, “com a ascensão de milhões de pessoas acima da linha da pobreza.”
A despeito de ter “muito a celebrar”, afirmou o novo ministro, o Brasil também tem o que lamentar. “Nem FHC nem Lula tentaram mudar o modo de fazer política no Brasil.” Como assim? “Para implementar sua agenda política, eles aderiram a esse modelo” viciado. No dizer de Barroso, é preciso “romper com essa tradição”. Uma tradição “que promoveu duas consequências negativas drásticas.”
Uma consequência nefasta “é o decolamento entre a classe política e a sociedade civil, que não se sente identificada com sua representação parlamentar.” A outra é a “criminalização da política.” Afora a “baixa representatividade” dos políticos, disse Barroso, “vivemos um momento em que as notícias são sobre o mensalão mineiro, o mensalão do DEM, o do PT, sempre flagrando casos de corrupção.”
Nessa matéria, Barroso não tem dúvidas: “Há um problema no sistema e, se não enfrentarmos isso, ficaremos sempre à espera do próximo escândalo.” Tomado pelas palavras, o novo ministro enxerga no Legislativo brasileiro uma instituição débil. “Tem-se falado que vivemos um momento de excesso de interferência e de atuação do Judiciário em instâncias antes dominadas pelo mundo político. A meu ver, vivemos um momento de escassez da boa política.”
Barbosa acredita que a solução da encrenca depende do empenho do inquilino do Palácio do Planalto. “Alguém precisa ter coragem e desprendimento para comprar essa briga.” Ele avalia que Dilma Rousseff “poderia ter condições de fazê-lo”. Porém, já desperdiçou a sua primeira hora. Agora, só “no início do próximo mandato.” Por quê? “Digo isso porque no início do mandato é que se tem o maior capital político.”
Do modo como está estruturado, afirmou Barroso, o modelo político brasileiro leva “pessoas de bem, que querem mudar o país”, a “negociar votos [ no Congresso] com aqueles que usam a política para fazer negócios particulares.” O agora ministro do STF acrescentou na entrevista de outubro que o país convive com um sistema político que “joga bons e maus no mesmo pântano.”
O custo das eleições, realçou o ministro indicado, “faz com que ninguém possa ter um projeto político sem um farto financiamento eleitoral. E é aí que o Brasil formal e honesto se aproxima do submundo em que há dinheiro de todas as origens.” De resto, “o sistema eleitoral não contribui para a governabilidade”.
Por que não? Como o presidente eleito sai das urnas sem maioria no Congresso, “o sistema eleitoral e o sistema partidário exigem que, depois da eleição, o ele precise compor essa maioria.” Uma maioria “que não vem do voto, mas da negociação caso a caso.” É quando “se misturam as negociações legítimas com fisiologismo, liberação de verbas e nomeações para cargos públicos que são providos sem concurso no Brasil.”
Evocando o mensalão, Barroso disse que enxerga no julgamento do caso “uma grande denúncia do modelo político-eleitoral brasileiro.” Usou uma metáfora forte: “É um grito por reformas.” Ou são feitas as mudanças ou “não há como entrar para a política sem pactuar com esse modelo baseado no dinheiro.”
Perguntou-se a Barreto o que mudou no entendimento do STF ao longo do julgamento do mensalão. E ele: “O Supremo, que sempre teve uma posição bem liberal e em defesa do acusado, principalmente do princípio de presunção da inocência, revela uma guinada um pouco mais dura e punitiva, superando, inclusive, alguns precedentes, como no entendimento de que não é mais necessário um documento assinado pelo acusado ou um ato oficial dele para que o crime de corrupção seja configurado.”
Prosseguiu: “Minha avaliação é que houve certo endurecimento do STF, talvez como resultado de uma interação com a sociedade. Não acho justa a afirmação de que o Supremo seja pautado pela sociedade, mas ele é permeável aos seus anseios. Há uma mudança de postura. Se isso vai ser bom ou mau, o tempo dirá.”
O tribunal foi técnico ou político? “É impossível um julgamento desse porte, com essas consequências, não ter uma dimensão política”, respondeu Barroso. “Mas os votos têm sido técnicos. No direito em geral, existem extremos em que há a certeza positiva, a significar que algo aconteceu, e há extremos em que há certezas negativas, quando é possível afirmar que algo nao aconteceu.”
Nesse contexto, filosofou o indicado de Dilma, “para o bem e para o mal, entre um extremo e outro, existem muitas possibilidades. E aí as interpretações dependerão da visão de cada um.” O país está ávido por conhecer a interpretação que Barroso dará aos recursos dos condenados do mensalão.

CNJ quer acionar judicialmente autoridades que dispunham de verba e não aplicaram em prisões


O Conselho Nacional de Justiça quer processar autoridades de 11 Estados que, mesmo tendo dinheiro em caixa, deixaram de investir na construção de novos presídios e na reforma de cadeias antigas. Desde 2011, o Departamento Penitenciário Nacional, órgão do Ministério da Justiça, teve de cancelar 39 contratos por falta de utilização das verbas. Voltaram para os cofres da União R$ 103,3 milhões.
O CNJ encomendou a abertura das ações judiciais em ofícios remetidos aos procuradores-gerais de Justiça e ao Ministério Público Federal nos seguintes: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Alagoas, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Tocantins, Goiás e Mato Grosso do Sul.
A decisão de requerer a abertura dos processos foi tomada em sessão plenária do CNJ realizada no último dia 14. Os ofícios seguiram para os Estados na terça-feira (21). E a notícia foi veiculada no site do Conselho nesta quinta (23). O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, foram informados.
Autor do voto que prevaleceu na sessão do dia 14, o conselheiro Jorge Hélio Chaves de Oliveira realçou o paradoxo do desperdício de verbas por Estados que convivem com prisões medievais: “Diante de um cenário tão calamitoso, é incompreensível que tais Estados tenham simplesmente abdicado dos recursos federais para melhoria das condições de vida em seus presídios.”
Presente à sessão, o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF e também do CNJ, espantou-se com a cifra devolvida pelos Estados à União: “R$ 103,3 milhões seguramente resolveriam os problemas de dois ou três Estados. Deixariam [o sistema prisional] em condições civilizadas, pelo menos”, disse, evocando dados que obtivera em viagem que fizera ao Rio Grande do Norte no mês de abril.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Está nascendo, já nasceu!, uma nova minoria superprotegida no Brasil: o drogado!


Está nascendo uma nova minoria superprotegida no Brasil: a dos consumidores de droga. Como não existem pensamento conservador e oposição robusta no país, os progressistas e os idiotas se abraçam e tomam conta do debate, com apoio de setores consideráveis da imprensa. Leiam o que informa o Estadão Online. Volto em seguida.
Por Eduardo Bresciani:

A Câmara dos Deputados aprovou a criação de uma cota em licitações públicas para a contratação de dependentes químicos em processo de recuperação. A medida foi aprovada dentro do projeto que altera o Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas permitindo a internação involuntária de dependentes com base em pedido de familiares ou trabalhadores da área da saúde. O projeto, porém, não teve a votação concluída e falta ainda decisão sobre o agravamento de pena para traficantes envolvidos em organizações criminosas. O tema terá ainda de ser analisado pela Câmara para que siga ao Senado.

A criação de uma cota para a contratação de dependentes em recuperação provocou debate em plenário. O líder do PDT, André Figueiredo (CE), afirmou que a medida poderia prejudicar outros trabalhadores. “Não podemos incentivar o demérito, ou seja, que aquele que nunca usou droga possa ser prejudicado pelo que já usou”. O argumento dos parlamentares favoráveis à proposta é que o acesso ao trabalho é uma parte importante do processo de recuperação do dependente. “Quem trabalha tem um índice de reincidência muito menor”, argumentou o deputado Anthony Garotinho, líder do PR.

A reserva de vagas é de 3% dos empregos em licitações de obras públicas que gerem mais de 30 postos de trabalho. Na votação, a bancada do PT tentou retirar do texto um artigo que retira a possibilidade de emprego por meio da cota a dependentes que tiverem recaídas. O plenário, porém, manteve a exigência de abstinência do uso para ser beneficiado. Além de se manter longe do vício, o dependente em recuperação terá de atender os requisitos solicitados pela empresa, cumprir as normas do empregador e seguir seu plano individual de atendimento.

Comento

Pois é… Há os que querem liberar todas as drogas no Brasil, como vocês bem sabem. E, com maior cara-de-pau, dizem que o sistema público de saúde deve se encarregar dos viciados. Eles ajudam a pôr as drogas nas ruas, e o estado que se vire. Ninguém fala em custo.

Agora vem essa história de garantir cotas a viciados em recuperação. É um acinte à lógica, ao bom senso e mais um sintoma do coitadismo que toma conta do país. Por que não se garante cota a operário que, sei lá, tenha lido ao menos três livros no ano, por exemplo?

Não existe um cadastro de viciados no país. Se o cara estiver “limpo”, nada em sua ficha vai denunciá-lo como um ex-dependente. Garantir emprego a quem, em algum momento, fez uma escolha errada em detrimento de quem não errou é garantir um prêmio ao mau comportamento.

E o PT ainda achou pouco. Queria a garantia do emprego também para o reincidente. Daqui a pouco, os drogados e ex-drogados terão acesso privilegiado ao Bolsa Família, ao Minha Casa Minha Vida, ao caixa do banco… Em breve, mau negócio será ter ficha limpa.

Por Reinaldo Azevedo

Câmara aprova ‘cota’ de 3% dos empregos em obras públicas para os dependentes de drogas


O plenário da Câmara aprovou na noite passada a espinha dorsal de um projeto de lei que modifica a política nacional de combate às drogas. Inclui providências previsíveis (elevação da pena de traficantes), polêmicas (internação involuntária de dependentes químicos) e surpreendentes (destinação de 3% dos postos de trabalho em obras públicas para pessoas submetidas a tratamentos contra o vício).

Após aprovar o texto, os deputados começaram a votar os “destaques”, como são chamadas as emendas que sugerem alterações no projeto. Restando apreciar quatro emendas, a sessão foi suspensa. O processo de votação será concluído na próxima terça-feira (28). Depois, o projeto seguirá para o Senado. Abaixo, algumas das decisões já tomadas pelos deputados.
1. Cota: pelo projeto, 3% de todos os empregos abertos em obras públicas com mais de 30 vagas terão de ser reservadas para dependentes químicos sob tratamento. O texto condiciona a manutenção do emprego à abstinência do beneficiário. Uma recaída mandaria o beneficiário para o olho da rua.

O PDT apresentou emenda para tentar excluir do projeto a cota de 3%. Líder do partido, o deputado André Figueiredo (CE) argumentou: “Não podemos incentivar o demérito, ou seja, que aquele que nunca usou droga possa ser prejudicado em benefício do que já usou.” A emenda foi rejeitada.

Noutra emenda, o PT propôs retirar do texto a pré-condição da abstinência. A deputada Erika Kokay (PT-DF) indagou: “A abstinência é a medalha de ouro, mas por que vamos excluir a medalha de prata, ou seja, punindo [com a demissão] uma eventual recaída?”. Inocêncio Oliveira (PR-PE) respondeu: seria “um estímulo para voltar a usar droga.” Também essa emenda foi rejeitada pelo plenário.

2. Pena: o projeto elevou de 5 anos para 8 anos de cadeia a pena mínima para grandes traficantes vinculados a organizações criminosas. Manteve-se inalterada a pena máxima, que é de 15 anos.

3. Internação involuntária: a proposta prevê dois tipos de internação de usuários de drogas: a voluntária e a involuntária. A segunda modalidade ateou polêmica no plenário. Mas foi aprovada. A internação involuntária será feita preferencialmente mediante autodização da família. Na ausência de familiares, o procedimento pode ser requerido por médico ou assistente social a serviço de órgãos públicos.

Nessa modalidade, a internação terá prazo máximo de duração. Autor do projeto, o deputado Osmar Terra (PMDB-RS) propusera 180 dias. Relator, o colega Givaldo Carimbão (PSB-AL) reduziu para 90 dias, prazo que acabou prevalecendo. O texto prevê, de resto, que o Ministério Público terá de ser informado sobre a internação e a alta num intervalo de 72 horas.
“Avançamos na luta antimanicomial, em que a internação compulsória precede a análise de uma junta médica e, agora, qualquer familiar com dificuldade de lidar com a droga vai internar involuntariamente um usuário sem saber se isso é eficiente”, queixou-se o líder do PSOL, Ivan Valente (SP).
Osmar Terra explicou que a proposta via socorrer usuários de drogas que estão na rua, não em ambiente familiar. “São pessoas que não têm família, dormem nas ruas, perderam tudo e não conseguem trabalhar, vivendo apenas à espera dos próximos 15 minutos para usar a droga.” Givaldo Carimbão acrescentou que o alvo principal é o deoendnete de crack.
4. Bebidas alcoólicas:aprovou-se uma emenda do PR de Anthony Garotinho retirando do projeto artigo que enfiava dentro dos rótulos de bebidas alcoólicas advertências sobre os malefícios do produto. As mensagens seriam associadas a imagens –mais ou menos como acontece com os maços de cigarro.

A proposta caiu por 169 votos contra 149. Para o relator Carimbão, o álcool por vezes funciona como porta de entrada para as drogas ilícitas. De resto, ele fez uma analogia com o fumo para enaltecer os efeitos das mensagens gravadas nas embalagens: “Quando isso ocorreu com o fumo, várias pessoas foram esclarecidas e pararam de fumar, o mesmo vai ocorrer com a bebida.”
Contra as teses do relator, esgrimiu-se um argumento empresarial: o desestímulo ao consume de álcool golpearia as empresas do setor. Seria uma “irresponsabilidade com a indústria nacional” de bebidas, disse, por exemplo, Nelson Marquezelli (PTB-SP).

Oposição tenta barrar antecipação de créditos da usina de Itaipu

Maria Lima e Isabel Braga, O Globo 

Os líderes do Democratas, José Agripino Maia (RN), e do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP), estão se mobilizando para tentar derrubar artigo da Medida Provisória 615, publicada segunda-feira passada no Diário oficial da União. Na MP, é criado mais um artificio para burlar o superávit primário e que dá à presidente Dilma Rousseff permissão para usar, antecipadamente, créditos futuros que seriam pagos à Usina de Itaipu pelo Paraguai até 2023. 

A antecipação dessa receita, através da emissão de títulos no valor de R$ 15 bilhões, seria para abastecer a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), administrada pela Eletrobras, para financiar os custos da redução das tarifas de energia elétrica e os gastos pelo uso das termelétricas, para evitar um novo aumento nas contas de luz. Só com a redução da tarifa custará esse ano e 2014 R$ 8,5 bilhões.

TJ-DF mantém censura ao Estadão

Mariângela Gallucci, Estadão 

Os desembargadores da 5ª Turma Cível do Tribunal de Justiça (TJ) do Distrito Federal confirmaram nesta quarta-feira decisão que, desde julho de 2009, impede o jornal O Estado de S. Paulo de publicar notícias sobre a Operação Boi Barrica. Por unanimidade de votos, eles mantiveram a censura prévia imposta pelo desembargador Dácio Vieira a pedido do empresário Fernando Sarney, que é filho do senador José Sarney e foi investigado na Boi Barrica. 

Numa sessão fechada ao público, os desembargadores concluíram que o jornal não pode veicular reportagens sobre o caso porque a investigação é sigilosa. Além disso, eles disseram que uma decisão anterior, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), declarou ilícitas as provas da investigação. 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Casa civil nega acesso à investigação sobre Rosemary

Fausto Macedo e Lilian Venturini, Estadão 

A Casa Civil da Presidência da República negou ao Ministério Público Federal (MPF)acesso às informações da sindicância instaurada no órgão para apurar eventuais ilícitos funcionais envolvendo Rosemary Noronha (foto abaixo). Ex-chefe do gabinete da Presidência em São Paulo, ela foi alvo da Operação Porto Seguro - investigação que apura venda de pareceres técnicos. 

Por meio de ofício enviado em 24 de abril ao Gabinete Pessoal da Presidência, o procurador da República em São Paulo José Roberto Pimenta Oliveira havia requisitado cópia integral do processo administrativo, em versão impressa e/ou digitalizada, para instruir inquérito civil público que trata da suposta participação de Rose em atos investigados pela Porto Seguro, realizada pela PF e pelo MPF.

Aprovada MP que isenta IR sobre participação nos lucros até R$ 6 mil

O Globo 

O plenário da Câmara aprovou a medida provisória (MP), que disciplina a tributação exclusiva na fonte do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para as parcelas de participação nos lucros recebidas pelos trabalhadores. A MP assegura a isenção de IR para quem receber participações nos lucros de até R$ 6 mil. Foram rejeitados os destaques e a MP ainda deve ser votada pelo Senado. 

O texto aprovado é o relatório da comissão mista que analisou a MP, elaborado pelo deputado Luiz Alberto (PT-BA). O texto mantém a tabela original da MP, que assegura a isenção de IR para quem receber participações nos lucros de até R$ 6 mil.

Quando a Comissão da Verdade, de Dilma, vai pôr frente a frente Orlando Lovecchio e os terroristas acusados de arrancar a sua perna? Ou essa acareação não interessa à Comissão da Mentira Oficial?


A Comissão da Verdade, agora presidida por Rosa Cardoso, que só está lá porque foi advogada da ex-militante terrorista Dilma Rousseff, decidiu fazer barulho na imprensa — que lhe fornece o megafone. Ontem, acusou a Marinha de ter omitido supostos documentos que comprovariam a morte de 11 militantes políticos dados como desaparecidos. Escrevi a respeito. Em nota oficial, a Força negou que esteja omitindo informações. Desde o princípio, os revanchistas queriam chegar aos militares da ativa. Maria Rita Kehl chegou a dizer que as Forças Armadas mancharam “as suas honras (sic)”. Rosa achou pouco. Falando em nome da grupo, disse que a Comissão vai, sim, recomendar, contra a Lei da Anistia e contra a Lei que a instituiu, que os agentes do estado anistiados sejam criminalmente responsabilizados. Já há uma decisão do Supremo contra a revisão da Lei da Anistia. Rosa não está nem aí. Na sua concepção de verdade, não cabe a legalidade do estado democrático e de direito.

A comissão, nós já vimos há alguns dias, quer fazer sessões púbicas, promover acareações, submeter, enfim, os depoentes a um simulacro de julgamento e condenação sumários — mesmo que não possa realizar, ela mesma, a persecução penal.

Então volto agora a Lovecchio. Como já lhes contei em maio do ano maio do ano passado, no dia 19 de março de 1968, o então jovem Orlando, com 22 anos, estacionou seu carro na garagem do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, em São Paulo, onde ficava o consulado americano. Viu um pedaço de cano, de onde saía uma fumacinha. Teve uma ideia generosa: avisar um dos seguranças; vai que fosse um reator com defeito… É a última coisa de que ele se lembra. Era uma bomba. A explosão o deixou inconsciente. Dias depois, teve parte da perna esquerda amputada.

Depoimento de um dos presos, Sérgio Ferro, indicou que o atentado havia sido praticado pela VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e que seus autores seriam os terroristas Diógenes Oliveira e Dulce de Souza Maia. Muitos anos depois, Ferro afirmou que ele próprio participara do ataque terrorista; que ele era, na verdade, obra da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização liderada por Carlos Marighella, não da VPR, e que Diógenes e Dulce não participaram da ação.

Lovecchio, coitado!, se preparava para ser piloto. Marighella — ou Carlos Lamarca (que chefiava a VPR) — não deixou porque, afinal, queria mudar o mundo, como rezam os mistificadores. A Comissão de Anistia já fez uma homenagem ao líder terrorista e decidiu indenizar a sua família.

Não se sabe, com certeza, se foi a ALN ou a VPR que arrancou a perna de Lovecchio. O certo é que ele recorreu, sim, à Comissão da Anistia. Deram-lhe uma pensão mensal de… R$ 500!!! Marighella, no entanto, assumiu o panteão dos heróis. Não só isso: não se sabe também se o tal Diógenes participou ou não. Mas é fato que foi um dos terroristas que, no dia 26 de junho de 1968, lançou um carro-bomba com 15 quilos de dinamite contra o Quartel General do II Exército, em São Paulo. A explosão fez em pedaços o soldado Mário Kozel Filho, que tinha, então, 18 anos. Sim, a família de Kozel pediu indenização. Em 2003, a Comissão da Anistia decidiu pagar R$ 330!!! Esses valores, hoje, foram corrigidos.

Mas e Diógenes, que, comprovadamente, participou do assassinato de Kozel e de muitos outros crimes, restando a suspeita de que atuou também no atentado que mutilou Lovecchio? Ora, ele recorreu à mesma comissão que deu R$ 500 mensais por uma perna e R$ 330 pela vida de um jovem soldado e passou a ter direito, em 2008, a um mensalão de R$ 1.628. E ainda levou uma bolada de R$ 400 mil a título de atrasados.

Uma pergunta básica: quando é que a Dona Rosa, a Dona Khel e o Paulo Sérgio Pinheiro vão confrontar, num mesmo depoimento, Orlando Lovecchio, o que perdeu a perna, com Sérgio Ferro, o ex-terrorista que virou artista plástico de renome e diz ter praticado o atentado, e Diógenes Oliveira, apontado inicialmente como autor? Quando é que as vítimas, ou suas respectivas famílias, dos terroristas vão ser postos cara a cara com seus algozes? Em uma de suas viagens ao Brasil, Ferro disse que ajudou a pôr aquela bomba no consulado americano porque era contra as violências nos EUA no… Vietnã. Convenham: um brasileiro podia muito bem pagar com a própria perna a vontade que ele tinha de protestar contra os EUA, certo?

Atenção! A Comissão da Verdade não vai nem mesmo se dedicar a apurar, afinal de contas, se foi a VPR de, Carlos Lamarca, ou a ALN, de Carlos Marighella, que arrancou a perna de Lovecchio. Não vai porque os dois passaram a ser “anistiados”, com direito a reparação. Lovecchio, a família de Kozel e de outras 118 pessoas mortas pelos terroristas que se danem!

Às vezes, fico com a impressão de que a democracia brasileira é obra da VPR, da VAR-Palmares, da ALN, do Colina, do PC do B e de outras organizações terroristas que decidiam, em seus “tribunais revolucionários”, quem deveria viver ou morrer.

Vejam estre vídeo.
 

O corajoso cineasta Daniel Moreno, hoje com 37 anos, fez um filme a respeito, intitulado “Reparação”. Acima, vai um trailer. Fica fácil saber quem é Lovecchio. Falam, entre outros, o professor Marco Antonio Villa, do Departamento de História da Universidade de São Carlos (o que afirma que tanto a esquerda como a direita eram golpistas), e o sociólogo Demétrio Magnoli, o que lembra que uma significativa parte da esquerda “ainda não aprendeu que Stálin era Stálin”.

Esses são apenas fatos.

É mais uma contribuição à Comissão da Verdade!

É mais um alerta contra o photoshop da história!
 
Por Reinaldo Azevedo

terça-feira, 21 de maio de 2013

O curso superior de Medicina do MST… Ou: Vamos combater vírus, bactérias e fungos com discurso socialista!


O Ministério da Saúde vai importar médicos de Cuba, como já está claro. Atuarão no país sem qualquer crivo, exame, nada. Não poderão participar de determinados procedimentos, mas quem se importa, não é mesmo? Também se fala em trazer médicos da Espanha e de Portugal para tentar, hipocritamente, tirar o caráter de exceção do caso cubano.

O mais tragicamente engraçado nisso tudo é que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou, no dia 22 de março, a suspensão de 100 novos cursos de direito. Alegou questão de qualidade. Para obter o diploma, os estudantes terão agora de fazer estágio em órgãos públicos ou escritórios privados de advocacia que atuem em órgãos públicos. A OAB concordou. Seria uma forma de qualificar os formandos e evitar a reprovação em massa no exame da ordem. É só uma medida autoritária e irrelevante, mas que passa a impressão de que algo está sendo feito…

É claro que advogados com formação deficiente podem fazer mal a seus clientes e coisa e tal, mas convenham: raramente são um caso de vida ou morte. Já com os médicos… Pois é.
Não só os médicos de Cuba virão ao Brasil como, é evidente, os brasileiros que foram cursar medicina na Ilha da Fantasia voltarão ao país.

Alguma dúvida sobre os critérios de seleção empregados? Acho que não. Em breve, tudo indica, teremos centenas, quem sabe milhares, de médicos preparados para combater vírus, bactérias, fungos, perebas, malária, desnutrição, dengue e melancolia com… discurso socialista. 
Por Reinaldo Azevedo

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Crise provoca corrida aos psicanalistas na Espanha

População recorre à terapia para lidar com queda no padrão de vida 

Priscila Guilayn, O Globo 

Sem trabalho, com uma ordem de despejo, dois filhos para manter, as consequências de uma separação para administrar e o temor de que o ex-marido tente, novamente, o suicídio, Marta procurou uma psicanalista e pediu socorro. 

Como não tinha dinheiro para as sessões, contou seu drama e ofereceu, em troca do tratamento, seu serviços de contadora, cuidando, entre outras coisas, da declaração do Imposto de Renda da terapeuta. 

Marta, assim como o ex-marido, arquiteto, que vem sendo atendido pelos serviços de saúde pública, nunca tinha pensado na possibilidade de, um dia, entrar no consultório de um psicólogo, que, até pouco tempo, era chamado pelos espanhóis de loquero (“que trata loucos”). 

Se consideravam, conta Marta, “gente com as ideias claras e com a vida resolvida”. Mas o caso dela não é isolado. A mudança de perspectiva é geral. Nestes cinco anos de crise econômica, os consultórios encheram.