quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

A Comissão da Mentira e as bobagens ditas por um ministro do Supremo e pelo — podem rir! — “coordenador nacional da verdade”; nem o stalinismo tinha um desses!

Ai, ai… Quando eu começo assim, leitor, é porque a estupidez desperta em mim certa preguiça intelectual; é quando penso: “Contestar Fulano e Beltrano não é nem certo nem errado, é inútil”. Mas depois vem o senso do dever. Então parto pra briga, também ela intelectual. A Comissão Nacional da Verdade concluiu o seu trabalho. Aponta 434 mortos durante o regime militar, acusa a responsabilidade de 377 pessoas, cobra a revisão da Lei da Anistia e propõe a desmilitarização das PMs — seja lá o que isso signifique. De maneira indecorosa, a comissão ignorou os assassinados por grupos terroristas: há pelo menos 121. Não! Esses cadáveres não contam. Não devem entrar na categoria de carne humana. Também os atos violentos dos grupos terroristas foram banidos da “verdade”. E as besteiras a respeito já começam a vir a público.

Destaco, em primeiro lugar, a fala daquele que tem mais importância: Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo, segundo quem a validade da Lei da Anistia, a 6.683, de 1979, deve ser examinada de novo pelo tribunal. Explica-se: em 2010, o STF declarou a sua vigência plena. De acordo com o § 1º do Artigo 1º, estão anistiados todos aqueles que cometeram crimes políticos ou conexos — logo, anistiam-se todos: à esquerda e à direita; agentes do estado ou não; terroristas ou torturadores. Anistia tem a mesma raiz da palavra “amnésia”: não quer dizer perdão, mas “esquecimento” para efeitos penais. Isso não significa que fatos possam ser apagados da história — como a Comissão da Verdade tenta fazer, diga-se, com as vítimas das esquerdas. A comissão propõe frontalmente que se ignorem a lei e a decisão do Supremo.

Barroso, o mais esquerdista dos ministros da Corte, diz que o Supremo deve rever a decisão tomada pelo próprio tribunal. Sob qual pretexto? Reproduzo o que ele disse à Folha:

“O que é preciso saber é se lei [da Anistia] é compatível com Constituição e qual a posição que deve prevalecer (se do STF ou da Corte Interamericana). Esta situação de haver decisão da Corte Interamericana posterior à decisão do supremo e em sentido divergente é uma situação inusitada”.

É mesmo? Vamos ver. Em primeiro lugar, o Supremo já decidiu que a Lei da Anistia é compatível com a Constituição, sim — sempre lembrando que ela foi aprovada antes da atual Carta Magna, que é de 1988. Fosse hoje, não haveria mais como anistiar pessoas que praticaram tortura, mas também não haveria como anistiar as que recorreram ao terrorismo. As duas práticas, segundo a Constituição, não são passíveis de graça, segundo o Inciso XLIII do Artigo 5º: “a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;”

Ocorre, meus caros, que a Emenda 26, que convocou a Assembleia Nacional Constituinte, tinha como pressuposto a anistia. Vale dizer: o ato fundador da nova Constituição incorporou a anistia por livre e espontânea vontade. Não foi um ato da ditadura, mas de um Congresso eleito de forma livre e soberana. Agora voltemos, então, a Barroso. Como é, ministro? Quer dizer que o Supremo brasileiro conta agora com uma instância revisora, que é a Corte Interamericana? Ora, tenha a santa paciência! Ou por outra: a instância máxima de decisão da República Federativa do Brasil não se encontra mais em solo pátrio? Só pode ser piada.

Não maior do que a contada por Pedro Dallari, que tem a simpática atribuição de “coordenador nacional da Verdade”. Uau! O Brasil não só tem uma verdade oficial como esta verdade tem um “coordenador nacional”. Nem o stalinismo teve um. Disse o rapaz: “Nós defendemos que haja a responsabilização. Se o Poder Judiciário entender que não há necessidade de rever a lei, porque já pode haver a condenação independentemente de revisão, não há necessidade de revisão. Essa decisão será do Poder Judiciário”.

Aí, então, é a jabuticaba das jabuticabas. O próprio Dallari admite que não há como jogar a lei no lixo. Não havendo, ele defende que se dê às palavras um sentido diferente daquele que elas têm.

Que coisa! A Comissão Nacional da Verdade quer nos fazer crer que só agentes do estado praticaram violência; que não houve terrorismo no Brasil; que as pessoas assassinadas pelos terroristas não eram humanas; que a emenda que convocou a Constituinte não foi aprovada por um Congresso soberano; que se pode dar a um texto legal a interpretação que lhe der na telha e que o Supremo Tribunal Federal está subordinado à Corte Interamericana.

E isso tudo, leitores, é apenas mentira!

Por Reinaldo Azevedo

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Jefferson ironiza o triplex de Lula: ‘piada pronta’

Josias de Souza

Em texto veiculado no seu blog, o ex-deputado Roberto Jefferson, mensaleiro condenado do PTB, reagiu com ironia à notícia do repórter Germano Oliveira sobre o novo imóvel de Lula, uma cobertura de três pavimentos à beira-mar. Sob o título 'Lula, o barão das zelites', o delator do mensalão resumiu assim a novidade:

“…A Bancoop, cooperativa que deixou milhares de pessoas na mão devido às fraudes de seu diretor, o tesoureiro do PT João Vaccari (investigado na Lava Jato por atuar na quadrilha do petrolão), está entregando o triplex de Lula. A obra, fiscalizada por Lulinha, fica em área nobre do Guarujá e foi tocada pela OAS (envolvida nos escândalos da Petrobras). Então quer dizer que Lula, paladino dos pobres, recebeu triplex da Bancoop de Vaccari, reformado pela OAS, onde as elites paulistanas passam férias? É a própria ‘piada pronta’.”
O imóvel de veraneio de Lula fica na Praia das Astúrias, reduto da elite paulista no Guarujá, no litoral Sul de São Paulo. Mede 297 m². As chaves foram entregues em dezembro de 2013. Mas só na semana passada foi concluída a reforma que ajustou o apartamento ao gosto da família Silva. Antes unidos apenas por uma escada interna, os três andares foram atravessados por um elevador. O piso ganhou revestimento de porcelanato. E a cobertura foi equipada com um ‘espaço gourmet’, ao lado da piscina.
Lula adquirira o imóvel em 2006, ainda na planta, da Bancoop, a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo. Até 2010, a entidade era presidida pelo atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Que figura como réu em ação penal na qual o Ministério Público o acusa de ter praticado, junto com outros ex-diretores, os crimes de estelionato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Ainda pendente de julgamento, a ação aponta o desvio de verbas da cooperativa para o PT e para dirigentes petistas.
A Bancoop deu o calote em mais de 3 mil famílias, deixando de entregar os apartamentos que comercializara. Para conseguir terminar alguns dos seus empreendimentos, a cooperativa contratou a empreiteira OAS. Foi o caso do Edifício Solaris, onde fica o apartamento de Lula. Na campanha presidencial de 2006, Lula incluiu o triplex do Guarujá na declaração de bens à Justiça Eleitoral. Informou que, até aquele ano, pagara R$ 47,7 mil.

Para terminar a obra, a OAS cobrou de cada morador do prédio de Lula um adicional de R$ 120 mil. Hoje, o imóvel do ex-presidente está avaliado no mercado em cifras que variam entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,8 milhão. É coisa para o bolso de um tipo de elite que Lula costuma praguejar em todos os seus discursos.