sexta-feira, 7 de maio de 2010

ESCOLHA DAS CHAPAS PARA CONCORRER ÀS ELEIÇÕES 2010. OU, COMO LEGITIMAR POSIÇÕES DITATORIAIS

Ocorrem neste ano de 2010 as eleições para gestão dos Conselhos de Psicologia. Será em 27 de agosto, dia do psicólogo a escolha de chapa única, que concorre à reeleição.

Muitas pessoas entraram em contato comigo para que colocasse meu nome à disposição da categoria e, dentre elas, pessoas que fazem parte da gestão atual do CRP. Queriam organizar uma chapa de oposição.
Organizada a chapa a toque de caixa, com pessoas qualificadas e com amplo espectro de representação social, as pessoas que provocaram o processo sofreram intensa pressão para que desistissem da proposta.
Uma das pessoas, logo no sábado à noite, desistiu, dizendo que não poderia mais estar nesse processo, pois sua ligação com pessoas identificadas com a gestão atual a deixaria “impedida”. A outra que desistiu, o fez no domingo de manha, após sofrer intensa pressão.
Absurdamente, estas desistências, que ocorreram entre o sábado e domingo, nos impossibilitaram de completar a nominata exigida e atender o prazo exigido, que era de apresentar a chapa completa no domingo, às 17 horas.
Como sói acontecer, os modos de atuação destes profissionais se assemelhou àquilo que já falamos em 2007 quando criticávamos o “modus operandi” da gestão Cuidando da Profissão, que concorria ao CFP.
A única resposta que fica visível neste processo é a do puro medo de perder o satus quo. Pressionar colegas, realizar ameaças, impor o seu modo de atuação como o único certo é um modelo de ditadura. A ditadura do pensamento único, da chapa única.
Se o medo é tão grande assim, porque pressionaram os profissionais a desistirem do projeto? Por que não encararam a questão sob a ótica da democracia, deixando o processo eleitoral ocorrer?
O medo no ser humano provoca reações incríveis. Pressões, jogo sujo, modos de agir incompatíveis com a ética. Qualquer ameaça ao projeto que, em muitas vezes, é o de se manter perto das benesses do poder, é encarada como uma agressão pessoal.
Acontece que, ao longo caminho que já percorri em defesa da profissão de psicólogo, muitas vezes andando pelo Paraná em finais de semana, em detrimento de minha vida profissional e familiar, o que ouvi é o desejo de democracia, de representatividade, de efetiva ação pela defesa de nossa profissão. E isto não é condizente com a proposta que aí está.
Sejamos realistas. O projeto pessoal não pode ser maior que um projeto coletivo e democrático. Teremos que aguardar mais um tempo para que a sociedade possa fazer valer sua efetiva vontade.