sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Comparações


Mais uma mentira governamental

Durante discurso em Goiânia, nesta sexta, o presidente Lula ressaltou que a imagem do Brasil melhorou muito e que hoje o país é um respeitado interlocutor global, fazendo parte de vários grupos internacionais. “Por isso que o Brasil é importante no G20, é importante no G8, é importante no G3, é importante no G4. Cria um G que o Brasil está dentro. Não tem país mais preparado para encontrar o ponto G que o Brasil”, disse.

Como o ponto G não existe cientificamente, fica comprovado que o atual governante mente. Explora o imaginário popular com uma habilidade incrível, que beira a “cara-de-pau”!

Afinidades


domingo, 7 de fevereiro de 2010

Governo federal intensifica negócios com empreiteiras

DEU NA FOLHA DE S.PAULO


Cinco maiores construtoras negociam com BNDES, Petrobras e fundos estatais
Candidata à Presidência, Dilma Rousseff vê "com bons olhos" as transações, que envolvem notórias doadoras de campanhas eleitorais

No ano eleitoral, o governo federal intensificou parcerias e transações bilionárias com as cinco maiores empreiteiras do país. Notórias doadoras de campanhas, elas vêm negociando com BNDES, Petrobras e fundos de pensão de estatais.
Os movimentos avalizados pelo Palácio do Planalto coincidem com a consolidação da candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à sucessão do presidente Lula. As construtoras foram as maiores doadoras de campanha do PT nas duas últimas eleições.
Entre dezembro e janeiro, a Petrobras anunciou a injeção de R$ 2,5 bilhões na petroquímica Braskem (controlada pela Odebrecht), o BNDES repassou um terço do capital votante da Cemig para a Andrade Gutierrez, e a Casa Civil deu aval à Camargo Corrêa para comprar o controle da Neoenergia e da Eletropaulo e AES Sul.
Em março do ano passado, a Invepar, administrada pela OAS, recebeu aporte de R$ 719 milhões da Funcef (fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal) e da Petros (Petrobras), o que viabilizou a compra do Metrô do Rio de Janeiro e da concessão da rodovia Raposo Tavares.
Há vários outros grandes negócios recentes das empreiteiras com a participação, direta ou indireta, do governo.
No caso das ações da Cemig, o BNDES as detinha por conta de uma dívida de R$ 2,1 bilhões (em valores atualizados) contraída pela americana AES, inadimplente havia seis anos, para a compra de 33% do capital votante da companhia energética.

Comícios? Não, apresentações de governo. E com a benção do TSE


Este TSE está se transformando numa piada de mau-gosto! Vários pesos e ´várias medidas, dependendo de quem você é.
Se for um prefeitozinho qualquer, é cassado!
Se for um governador sem popularidade, lâmina em seu mandato!
Agora, se for algum governante com uma megahipersuperpopularidade, tudo fica bem. Nada lhe atrapalhará. Só falta o TSE comparecer aos "programas de governo"!

Poder Executivo deve ultrapassar 100 mil novos cargos

De Raquel Landim:
Quando chegar ao fim de seu segundo mandato, em dezembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá contratado cerca de 100 mil pessoas apenas para o Poder Executivo. É um exército de auditores, pesquisadores, analistas, advogados, professores, entre outros profissionais, que começaram a trabalhar nos diversos órgãos do governo nos últimos oito anos.
Para ter uma ideia da dimensão desse contingente, corresponde a mais de duas vezes o quadro de 45 mil funcionários da mineradora Vale, segunda maior empresa brasileira. Também é praticamente igual aos 110 mil empregos gerados por todas as montadoras de carros instaladas no Brasil.
Dados do Ministério do Planejamento mostram que, entre dezembro de 2002 e outubro de 2009, aumentou em 63.270 o número de servidores públicos civis, para 549 mil. O valor exclui aqueles que substituíram funcionários aposentados. O Orçamento autoriza a criação de mais 46.151 vagas este ano, mas o governo não costuma utilizar tudo que está previsto. Como 2010 é ano eleitoral, os concursos só ocorrem até junho.
As contratações de Lula praticamente compensaram o enxugamento feito no governo anterior e reverteram uma política de corte de funcionários públicos iniciada em 1990. Com mais folga no Orçamento, graças ao crescimento da economia e à reforma da Previdência de 2003, o Executivo tem hoje o mesmo número de servidores que em 1997.

Sem medo do passado

O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que, se a oposição ganhar, será o caos.

Por trás dessas bravatas está o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. Houve quem dissesse "o Estado sou eu". Lula dirá: "o Brasil sou eu!" Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.
Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?
A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita honra para um pobre marquês...). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições.
Como desconstruir o inimigo? Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.
Na campanha haverá um mote — o governo do PSDB foi "neoliberal" — e dois alvos principais: a privatização das estatais e a suposta inação na área social.
Os dados dizem outra coisa. Mas, os dados, ora os dados... O que conta é repetir a versão conveniente.
Há três semanas, Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobras, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal.
Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e, junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e recuperados para a execução de políticas de Estado.
Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao país.
Esqueceu-se dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e desenvolvimento no país.
Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de "bravata" do PT e dele próprio.
Esqueceu-se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando fomos obrigados a pedir socorro ao FMI — com aval de Lula, diga-se — para que houvesse um colchão de reservas no início do governo seguinte.
Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados, mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores.
Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto "neoliberalismo" peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista.
Vejam o que disse o atual presidente do partido, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010:
"Se eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando foi quebrado o monopólio, a Petrobras produzia 600 mil barris por dia e tinha seis milhões de barris de reservas. Dez anos depois produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes é bem diferente da idealização que a gente faz dela".
O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a economia.
Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo.
De 1995 a 2002, houve um aumento real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real.
Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa Família), vendidos como uma exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito Federal, estenderam-se para estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo.
O Bolsa Escola atingiu cerca de cinco milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras seis milhões, já com o nome de Bolsa Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.
É mentira, portanto, dizer que o PSDB "não olhou para o social". Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da Aids tornou-se referência mundial; viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família, pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa "Toda Criança na Escola" trouxe para o ensino fundamental quase 100% das crianças de 7 a 14 anos.
Foi também no governo do PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de três milhões de idosos e deficientes (em 1996, eram apenas 300 mil).
Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas, se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.

Fernando Henrique Cardoso é ex-presidente da República

PNDH