quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Alheio a protestos, Renan gasta R$ 22 mil em spa antiestresse

Maria Lima e Flávio Ilha, O Globo 

Isolado do barulho dos protestos nas ruas de cidadãos que nesta quarta-feira cravaram 1,48 milhão de assinaturas na internet pedindo seu impeachment, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), relaxa com a mulher, Verônica, desde a semana passada no spa do Kurotel, em Gramado (RS), um dos dez melhores spas médicos do mundo, e que tem em sua clientela mais cativa milionários e políticos brasileiros. 

Por R$ 22,2 mil, o casal Renan comprou o pacote antiestresse e ficou hospedado até hoje numa das quatro suítes mais caras, localizada num andar exclusivo com elevador privativo, espaço com business center, DVD, sala de massagem, serviço de abrir mala, lençol de algodão egípcio, cobertor de pluma de ganso e menu de travesseiros.

Vai lá povo: votem neste excelente exemplar de marajá. Vamos depositar algum na conta dele, pra poder pagar essas coisas aí. Ele ganha tão pouco....

Carvalho apoia fim do financiamento privado de campanha

Tânia Monteiro, Estadão 

O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, defendeu a proposta de reforma política com o fim do financiamento privado das campanhas políticas como uma das formas de combater a corrupção no País. 

Gilberto Carvalho elogiou o fato de o novo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coêlho, ter pregado um engajamento político coletivo pela reforma política durante discurso na cerimônia de lançamento da Campanha da Fraternidade 2013 da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que tem por tema "Fraternidade e Juventude". 

"Não basta a gente combater as consequências. É importante ir às raízes. Eu considero que financiamento privado de campanha tem sido uma fonte e uma ocasião importante de corrupção", declarou Gilberto Carvalho em entrevista, após também participar do ato na CNBB. Para ele "só com a mobilização de entidades como OAB, CNBB [Confederação Nacional dos Bispos do Brasil] e toda a sociedade, acredito que nós teremos força e condição de fazer uma verdadeira reforma política no País".

Esse ministrozinho defende é que o povo dê todo seu dinheiro aos políticos.... Sem vergonha!

Agora as falanges do PT querem acabar com a delação premiada; ela só era boa quando punia seus adversários!

Que país exótico! 

A delação premiada fez uma bomba explodir no DEM. Foi a concessão do benefício, com redução da pena, que transformou Durval Barbosa — lembram-se dele? — no algoz do então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Barbosa, como se sabe, também cometeu uma penca de crimes. Nem eu nem você, leitor amigo, o queremos como professor de Educação Moral e Cívica. Eu mesmo já escrevi aqui sobre inconvenientes desse expediente, especialmente quando o delator continua, como Durval continuou durante algum tempo, a fazer política. Mas daí a tentar declarar a prática ilegal ou inconstitucional? Ora, tenham a santa paciência! 

Sigamos. Enquanto a delação premiada servia para fazer picadinho de um partido político da oposição, a “consciência jurídica” da nação se calou, não é? Agora, advogados de mensaleiros, como Antônio Carlos de Almeida Castro e José Luiz de Oliveira Lima, defensores, respectivamente, de Duda Mendonça e José Dirceu, decidiram atestar a sua suposta amoralidade. Dizem que nem mesmo aceitariam advogar para clientes que a ela recorressem. 

Entendi 

A concessão de um benefício como esse a Marcos Valério, então, nem pensar, certo? Ainda que ele pudesse revelar tudo o que ainda não sabemos sobre a tramoia do mensalão. Enquanto a delação serviu para quase destruir o DEM, com seus óbvios efeitos eleitorais, tudo parecia um grande movimento de moralização da nação. Agora, passou-se a considerar a prática o sumo da amoralidade. 

O próprio presidente da OAB, informa a Folha, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, afirma que vai propor que a Ordem discuta se o expediente é ou não constitucional. Huuummm… É… Se dois advogados de mensaleiros demonstram seu inconformismo tardio, é mesmo o caso de debater, né? Ai, ai… Perguntem no que teria dado a Operação Mãos Limpas, na Itália, que tirou de circulação um bando de bandidos, sem a prática. Como a Constituição não são cartas de Tarô, cujo sentido depende bastante de quem as lê, o presidente da OAB poderia dar uma dica de quais artigos da Carta alimentam a sua dúvida. 

Esse debate é ridículo. É claro que nem toda delação é aceitável e que é preciso que venha acompanhada de algumas exigências: a) que o delator já tenha parado de delinquir; b) que seja necessariamente punido, porque também criminoso, ainda que com pena menor do que se não tivesse colaborado; c) que preste informações fidedignas e relevantes ao esclarecimento do caso, sem selecionar alvos, o que poderia concorrer para encobrir crimes, não para solucioná-los. 

Satisfeitas essas condições, é evidente que se deve considerar a delação premiada entre os instrumentos para investigar e punir crimes. Os juízes, diga-se, na fase da dosimetria, já fazem, à sua maneira, uma espécie de “delação premiada”: a colaboração do réu é contada entre os elementos que minimizam a pena. 

Situação das cadeias 

Os petistas e seus prepostos são mesmo pessoas notáveis. As três gestões do PT (duas de Lula e a de Dilma, em curso) jamais deram bola para a situação dos presídios brasileiros, por exemplo. Nada! Bastou que surgisse a possibilidade de alguns companheiros irem em cana, e então os patriotas se lembraram das agruras em que vivem os presos. Num rompante, José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, chegou a dizer que preferiria o suicídio a ficar numa cadeia no país. Ele se tranquilize. Dirceu certamente ficará numa cela confortável e não é do tipo que possa tirar a própria vida, constrangido pela vergonha. 

Se um petista vier a cometer matricídio, aparecerá uma “jurista” para dizer que a gente não deve se meter na sagrada relação entre mãe e filho…

Por Reinaldo Azevedo