sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O que Lula espera para falar sobre Rose?

Blog de Augusto Nunes 

Diante de plateias amestradas, que ovacionam até ponto, vírgulas e reticências, ninguém é mais falante do que Lula. Cercado por devotos genuflexos, todos exibindo a cara deslumbrada de presidiário transferido sem escalas da cela para o set de um filme pornô, ninguém fabrica mais bravatas por minuto do que o ex-presidente. 

Reverenciado por bajuladores vocacionais, que começam a gargalhar antes do início da piada, ninguém é mais valente do que o inventor do Brasil Maravilha. Só havia gente assim na festa organizada pelo PT para celebrar os 10 anos da chegada ao poder. E o palanque ambulante sentiu-se como pinto no lixo. “Todas as coisas que eles pensaram em fazer nós fizemos melhor”, caprichou na abertura do cortejo de bazófias. 

“Eles”, como sabem os ouvintes castigados pela discurseira interminável, são Fernando Henrique Cardoso, a elite golpista, a mídia reacionária, os granfinos paulistas, os loiros de olhos azuis e todos os demais viventes que se negam a engrossar a seita lulopetista. “As coisas” são boas ideias do governo FHC prostituídas pelo Bolsa Família, o maior programa oficial de compra de votos do mundo. 

Em seguida, como faz desde 1976, o animador de comício desdenhou da oposição: “Eles estão inquietos, sem valores e sem propostas”. (De valores e propostas Lula entende, sobretudo quando envolvem contratos com a base alugada). Depois, atacou o senador Aécio Neves, gabou-se de eleger qualquer poste e, claro, criticou FHC ─ sem se atrever a soletrar em voz alta a sigla que está para o SuperLula como a kriptonita verde para o Super-Homem. “Vou dizer apenas que a resposta que o PT deve dar a eles ─ e eles podem se preparar, podem juntar quem quiserem ─ é a reeleição da presidente Dilma em 2014”. 

As salvas de palmas animaram o campeão da gabolice a cruzar a fronteira da prudência. “Nós não temos medo da comparação, inclusive no debate da corrupção”, escorregou na areia movediça o recordista mundial de escândalos por mandato. Risonhos na plateia, os mensaleiros José Dirceu, José Genoíno e João Paulo Cunha aplaudiram com especial intensidade a ousadia do chefe. Mas os três sabem com quem estão lidando. É possível que Lula faça duas ou três visitas dominicais à cadeia que hospedará os companheiros condenados pelo Supremo Tribunal Federal. Mas antes disso terá esquecido o que disse na festa do PT.

Senado aprova requerimento de Collor para TCU investigar Gurgel

Maria Lima e Carolina Brígido, O Globo 

Em votação-relâmpago e simbólica, o senador Fernando Collor (PTB-AL) conseguiu aprovar nesta quinta-feira requerimento de sua autoria pedindo que o Tribunal de Contas da União (TCU) faça uma auditoria especial para investigar a participação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, na compra de 1.200 tablets. 

Em sua cruzada contra Gurgel, Collor o acusa de ter comandado uma licitação direcionada , no valor de R$3 milhões, no final de 2012. Gurgel nega que houve direcionamento na compra e não descarta que o pedido de investigação seja um tipo de retaliação ao seu trabalho. 

Aproveitando o plenário praticamente vazio, Collor pediu que o presidente da Mesa no momento, Jorge Viana (PT-AC), colocasse seu requerimento em votação, o que foi feito. Além de Collor e Viana, quatro senadores estavam em plenário - Ana Amélia (PP-RS), Eduardo Suplicy (PT-SP), Wellington Dias (PT-PI) e Garibaldi Alves (PMDB-RN) . Como não houve manifestação em contrário, o requerimento foi aprovado. Agora o pedido será encaminhado ao TCU.

Parabéns aos alagoanos, por eleger esta monstruosidade chamada Collor. Um cara que sofreu impeachment, fez um péssimo governo, agora quer ser o paladino da ética e da moral. 

Bem, aliado ao lulopetismo e aos mensaleiros, é bem capaz que vire presidente de novo....

Presos ordenam ataques, agora em Rondônia

A insustentabilidade dos presídios brasileiros não é mais um problema social ou administrativo. É matemático. Chegou-se a um ponto em que 110% das cadeias são inviáveis. Veja-se, a propósito, o que sucede no eixo Florianópolis-Porto Velho. 

Em combinação com o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) providenciou a transferência de presos da capital de Santa Catarina para uma cadeira federal da capital de Rondônia. 

Pois bem. Junto os encrenqueiros, viajaram as encrencas. Mal os novos hospedes da carceragem federal chegaram e começaram a arder nas ruas de Porto Velho incêndioscriminosos. 

Na madrugada de quarta (20), a bandidagem ateou fogo em seis carros. Nesta quinta (21), a polícia a logrou deter outros atentados, entre eles o incêndio de um ônibus. As autoridades policiais informam que as ordens partem de dentro de uma cadeia chamada Urso Branco. Quer dizer: o Estado enxuga gelo.



Pois bem: os presos só estão fazendo o que aprendem com o governo, nada mais. Exercem seu poder e danem-se os outros. Aqui é Brasil!

PT exige que o terrorista de estimação discurse na tribuna da Câmara

Blog de Augusto Nunes 

Em meio à discussão do requerimento encaminhado pelo DEM ao Ministério da Justiça, reivindicado medidas que garantam a segurança da blogueira Yoani Sánchez, o deputado acreano Sibá Machado, vice-líder do PT na Câmara, resolveu explicar o que o partido acha da ditadura dos irmãos Castro ─ e da visita ao Congresso da perigosa cubana. Seguem-se três dos melhores-piores momentos do besteirol em dilmês silvícola: 

“Nós somos favoráveis, é a posição do nosso partido, ao governo cubano. É um governo e um partido que têm procurado uma relação diplomática com todos os países do mundo, inclusive o Irã e a Coreia do Norte, chamando para o caminho da paz e para a solidariedade”. 

“Todos os regimes e sistemas de governo e econômicos do mundo têm os seus ‘a favor’ e ‘contra’, mas não se está desestabilizando nem a democracia cubana, e muito menos a brasileira”. 

“Uma pessoa que discorda do governo de Fidel Castro chega ao nosso país e vira motivo de festa para o PSDB? Desculpe, mas isso é mesquinhez, baixaria, é puxar para baixo e crescer que nem rabo de cavalo na política brasileira”. 

 Feito o que chamou de “esclarecimento”, Sibá completou o monumento à cretinice com mais uma pirueta mental: ele acha que o convite a Yoani Sánchez foi um erro que só será reparado se a Câmara oferecer uma recepção de gala ao terrorista italiano Cesare Battisti, homiziado no Brasil para escapar da prisão perpétua no país de origem. “Vamos trazer Battisti aqui”, insistiu o porta-voz do PT, que assim justificou a sugestão: 

Que ele venha também, deem direito também até ao espaço de tribuna para a gente falar sobre esse assunto. Se for para falar de firulas de matérias internas de outros países, temos matéria de sobra para tratar nesta casa.


Este senadorzinho é um completo idiota: deveria é ser expulso do parlamento, por favorecer assassinos e bandidos....mas, vindo de quem vem, que apoia condenados pelo STF, até é lógico, não?.”


Tesouro repassará verba a banco privado para bancar privatizações de rodovias, portos e etc.

A equipe do ministro Guido Mantega (Fazenda) prepara uma novidade com a cara da polêmica. O repórter Valdo Cruz informa que o governo planeja borrifar verbas públicas nas arcas da banca privada. Para quê? A fim de que os bancos financiem investimentos em programas de concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. 

Quer dizer: a Viúva privatiza os serviços públicos para que as empresas se encarreguem de realizar os investimentos que ela, sozinha com sua bolsa, não é capaz de fazer. Depois, a mesma Viúva cria o bolsa-concessão para financiar parte dos empreendimentos a juros companheiros (TJLP de 5% ao ano). Quem olha de longe fica tentado a perguntar: que vantagem a veneranda senhora leva?

Este é o governo lulopetista: privatizam tudo aos companheiros!

Na democracia petista, os crimes dos companheiros devem ficar sem castigo, e os adversários não têm nem mesmo direito de defesa

Se me pedissem para sintetizar a atuação essencial das esquerdas, no Brasil e mundo afora, eu o faria assim: são correntes de pensamento que se querem donas do progresso e que pretendem impor o seu pensamento ao arrepio da institucionalidade. Para elas, o arcabouço jurídico que garante direitos universais tem de ser rompido pelos grupos que se apresentam como a vanguarda das lutas sociais — elas próprias. Assim, repudiam essencialmente a sociedade de direito em benefício do que entendem ser o direito da sociedade, em nome da qual falam, ainda que não tenham representação para tanto. Como se querem as expressões naturais do povo, a pauta que defendem — o conteúdo propriamente — não tem grande importância; ela é móvel e pode mesmo ser contraditória ao longo do tempo. Isso é irrelevante. Vivem num mundo da legitimidade auto-outorgada. Vamos pensar essa concepção à luz de alguns acontecimentos recentes. 

Há muito tempo eu não via tamanha manifestação de vigarice intelectual e de autoritarismo como a desse rapaz chamado Pedro Abramovay, militante petista — da corrente bom-moço-ilustrado (costumam ser os mais perigosos) — e ex-secretário nacional de Justiça. É aquele rapaz que andou tendo algumas ideias para diminuir a violência no país: descriminar as drogas, deixar soltos os pequenos (?) traficantes e prender menos bandidos… Um gênio! Aos ouvidos de certo jornalismo que não consegue ler estatísticas, isso soa como poesia. Ele se tornou o chefão no Brasil de uma entidade internacional chamada Avaaz, que faz petições online. Aquela contra a eleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) para a Presidência do Senado fez grande sucesso — e por bons motivos. Abramovay se aproveita de um fato como esse para divulgar uma concepção moralmente dolosa do que seja democracia. Formado em direito, ex-titular da Secretaria Nacional de Justiça (!!!), deveria ter a defesa das instituições — e dos caminhos também institucionais para mudá-las — como seu norte. 

Mas não! É um militante de esquerda — ainda que da esquerda chique. É evidente que não defende mais, a exemplo dos seus pares, o socialismo. Isso é coisa do passado também para eles. Os petistas se dão muito bem no mundo do capital. Só não abrem mão de ser os donos da sociedade, de substituí-la, de falar em seu nome — não abrem mão, em suma, da condição auto-outorgada de vanguardistas. E, por isso, que se danem as instituições e as leis, incluindo o direito de defesa de seus inimigos. Abramovay quer demonizar alguém? Basta que se lance uma petição em seu site. Abramovay quer acusar a polícia de São Paulo de ter feito um pacto com o PCC? Basta que estale os dedos, e repórteres aparecem para ouvi-lo — e ele não precisa apresentar provas. Abramovay decide afirmar que quem baixou as taxas de homicídio em São Paulo foi o PCC? Basta que anuncie — e, mais uma vez, sem provas, sua acusação será publicada. E com um requinte adicional: outros “especialistas” serão convocados pelos jornalistas para opinar sobre a sua opinião. 

Não, senhores! Eu não preciso concordar com Silas Malafaia — e não concordo — sobre a possibilidade de reorientar um homossexual. Mas é uma estupidez autoritária que se tente impedi-lo de dizer o que pensa. Na entrevista que concedeu a Marília Gabriela — que se conduziu com extrema correção, diga-se, discordando, sim, do interlocutor, mas de forma respeitosa —, ele não afirmou que a homossexualidade é uma doença (e poderia tê-lo feito sem que isso constituísse crime). Sustentou que essa expressão da sexualidade é de origem comportamental. Acho que ele está errado. Mas ele não é o único no Brasil e no mundo a pensar assim. Não se tem notícia de um movimento para cassar o registro profissional de um psicólogo por expressar essa convicção. Isso, sim, é uma violência absolutamente inaceitável. Mas bastou para que surgisse lá no Avaaz uma petição nesse sentido. A evidência de que se trata de intolerância e de perseguição a alguém tido como adversário está no fato de que Malafaia nem exerce a profissão; é pastor evangélico. O que se quer, no entanto, é espezinhá-lo, agredi-lo, atacá-lo. 

Uma petição pública em favor de questões que dizem respeito ao público, vá lá. Pegue-se o caso de Renan. De fato, ser ele presidente do Senado ou não concerne a todos os brasileiros; é uma questão pública. E há outras boas na Avaaz. O vereador de São Paulo Andrea Matarazzo (PSDB), por exemplo, está propondo que o prefeito Fernando Haddad reveja a doação de um terreno para o Instituto Lula (uma das heranças benditas — para o PT — de Kassab) e que a área seja doada para creche. Virou uma petição. Faz sentido de novo! A questão é pública, diz respeito à cidadania. MAS REGISTRO PROFISSIONAL??? Ora, isso envolve também questões de natureza técnica. Quando é que se vão fazer petições tentando impedir “jornalistas incômodos” de trabalhar? É uma questão de tempo. 

A petição em favor da cassação do registro de Malafaia permanece no ar, aberta a adesões, mas aquela contrária à punição foi retirada. Abramovay a considerou um “lobby”. Ainda que fosse, pergunto: a que pede que a punição do pastor é o quê? ENTENDAM: NA VISÃO DE MUNDO DE ABRAMOVAY, NÃO EXISTE DIREITO DE DEFESA — a não ser, suspeito, para mensaleiros… Ele está convicto de que pode dar curso a uma petição dessa natureza, mobilizando a máquina do site e sua rede de influências na imprensa sem que o outro dê um pio — não no Avaaz, ele reiterou! 

Trata-se de uma manifestação absurda de assédio moral. Nos EUA e em boas democracias do mundo, Abramovay seria processado. Perderia até as calças. Se o Avaaz abriga as assinaturas de quem quer cassar o registro de Malafaia, por que não acatar, em outro documento, as dos que não querem? Nada disso! Abramovay jogou no lixo quase 70 mil manifestações porque a “comunidade”, disse ele, por maioria “democrática”, decidiu que assim seria. 

Aí voltamos lá ao começo. O rapazola, embora formado em direito, integra aquelas hostes para as quais as instituições têm pouca importância. Ele se considera muito mais relevante do que as leis do país e bobagens como o direito de defesa. Alega o moço que as regras da Avaaz preveem que se retirem do ar campanhas que se opõem a seus princípios. Bem, todas as organizações tem suas regras particulares — incluindo o PCC, a Al Qaeda… A questão é saber se o site de petições se orienta segundo as regras de democracia ou é discricionário como um grupo criminoso qualquer. 

Os mensaleiros 

Na festa dos 10 anos do PT no poder — a coisa é uma indignidade em si —, vimos lá, alegres e fagueiros, os mensaleiros. Tiveram, como é óbvio, assegurado o direito de defesa. Todo o processo se deu ouvindo sempre o contraditório. Os petistas acusam, no entanto, o STF de ter se comportado como tribunal de exceção — porque os condenou; caso contrário, estariam chamando os ministros de grandes patriotas. José Dirceu promove Brasil afora “plenárias” contra o tribunal. Entendo: “O STF é apenas a expressão maior de um Poder da República; trata-se de uma voz meramente institucional, coisa menor. Quem essa gente pensa que é?” Já o Avaaz de Abramovay é diferente. O rapaz quer o site como a voz da sociedade civil, e ele, Abramovay, como chefe, é, então, o chefe da sociedade civil. Por isso decide quem deve viver ou morrer. 

Sugiro que alguém lance no site Avaaz uma petição pedindo que a OAB casse a carteirinha de advogado de Abramovay porque, em seu mundo, inexiste contraditório. Vamos ver se isso também fere os princípios da “comunidade”. 

Por Reinaldo Azevedo

domingo, 17 de fevereiro de 2013

A oposição também é culpada pela decomposição moral do país’

Reynaldo Rocha, Blog de Augusto Nunes 

Acompanhei – e incentivei – o pedido de impeachment de Renan Calheiros feito por petição online na Internet. Como reconheceu o próprio autor da ideia, o ato é mais político que jurídico. As leis de iniciativa popular não abrangem esse tipo de solicitação. 

O que me moveu foi a criação do fato político. Um senador eleito com 840.000 votos em Alagoas consegue mais de 1.500.000 assinaturas pedindo sua renúncia. Melhor, exigindo. 

Resolvi telefonar aos gabinetes de senadores do PSDB para ao menos informa-los do que estava acontecendo na Internet. 

Obviamente, não consegui falar com nenhum dos cinco que escolhi: Aécio Neves, Álvaro Dias, Lúcia Vânia, Aloísio Nunes Ferreira e Flexa Ribeiro (por fazer parte da mesa emporcalhada). 

Tentei os assessores. Os de Aécio estavam almoçando (às 15 horas). Os de Flexa Ribeiro, ausentes. Fui muito bem atendido pelos assessores de Álvaro Dias, Aloísio Nunes Ferreira e Lúcia Vânia. 

Todos solicitaram que enviasse por mail as observações que expus, longamente, nos telefonemas. O de Álvaro Dias até me enviou um mail solicitando o que prometi. 

A todos apresentei algumas questões: será necessária uma petição online solicitando que HAJA oposição no Brasil? Questionei a tibieza e covardia dos que apoiaram o Cangaceiro das Alagoas. 

Expressei minha indignação com o PSDB , que não assume a OPOSIÇÃO REAL que 44% da população do Brasil imaginavam existir. Tratei com TODOS da petição online e da inusitada adesão. 

E de todos os assessores ouvi palavras que variavam do desânimo à revolta. Um me informa que o senador pensa até mesmo em mudar de partido. A pergunta que ambos fizemos foi: para qual partido? 

Outro diz que o chefe foi voto vencido no encontro entre os senadores do PSDB. Todos admitiram que a situação decorrente deste apoio era insustentável. Só um sabia da petição da WEB.

Governos espetaculares fazem espetáculo, por Elio Gaspari

Elio Gaspari, O Globo 

Desde o ano passado, o semiárido nordestino atravessa uma grave seca. Na Bahia, em Sergipe, Alagoas e no Maranhão, 75% dos municípios estão em estado de emergência. No Ceará, são 177 em 184. Lá, as chuvas do ano passado ficaram em metade da média habitual e neste ano estão abaixo do terço (55,1 milímetros contra 161,8). Há 136 municípios dependendo de carros-pipa para atender perto de um milhão de pessoas. Em algumas cidades, as escolas dependem do socorro de vizinhos. 

 Os investimentos feitos na região mostraram-se insuficientes para enfrentar uma calamidade natural que, segundo os meteorologistas, tende a se agravar. Estima-se que as chuvas deste ano serão poucas. 

 A mais vistosa ação do governo federal tem sido um filme de um minuto que a Secom botou nas televisões da região. Nele, Chambinho do Acordeon, feliz e sorridente, anda pela caatinga informando que “a seca sempre vai existir, mas o sertanejo vai poder se defender cada vez mais dela”. Cantando louvores aos investimentos feitos pelo governo, informa que “o sertanejo é um cabra forte, só precisa de apoio, e vai ter cada vez mais”.

Eu digo mais, sr. Gaspari: quem vota nesta cambada de vagabundos, só pode ser trouxa e gostar disso!

Brasil mantém doentes mentais presos ilegalmente

Vinicius Sassine, O Globo 

Num buraco ao lado de uma criação de porcos, da tubulação de esgoto e do resto da comida servida na Casa de Detenção (Cadet), Cola na Cola passa as noites e cumpre sua pena. José Antônio dos Santos não admite mais ser chamado pelo nome, refuta pai e mãe, veste-se com roupas femininas e se considera mulher. Só atende pela alcunha Cola na Cola, uma expressão que ninguém sabe explicar de onde surgiu. 

— Fui eu que mandei fazer essa cadeia. E não estou preso. Fico aqui pelo chamado para acabar com a corrupção — diz ele. 

O Estado nunca diagnosticou seu transtorno mental. Nos últimos dois anos, ele não aderiu a qualquer tratamento psiquiátrico, não tomou uma única medicação nem esteve numa consulta médica. O buraco onde mora está na entrada do presídio, na parte de dentro, onde ficam os porcos, as galinhas e o lixo.

E por onde anda o CFP (Conselho Federal de Psicologia)? 

Deve estar na rua, defendendo os índios, a Dilma, etc