Eles
são petistas e não desistem nunca! E ainda não desistiram de cubanizar também
as comunicações no Brasil. Os sedizentes “movimentos sociais e sindicatos” que
integram um tal “Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC)”
fazem nesta quinta um ato na Câmara dos Deputados em defesa da tal
regulamentação da mídia. Querem porque querem uma tal “Lei da Mídia
Democrática”.
Vocês
sabem o que os petistas e esquerdistas menores e ainda mais rombudos entendem
por “mídia democrática”. É aquela que estará sob a censura do partido — ou dos
coletivos.
No
dia 1º de março, o PT divulgou uma resolução “em favor de um novo marco regulatório das
comunicações, tal como proposto pela CUT, pelo FNDC e outras entidades”. E o
que quer o tal Fórum? Leiam um pequeno trecho de sua proposta:
“O
FNDC propõe inclusão, na estrutura das empresas de Rádio e TV, de mecanismos
que estimulem e permitam o controle público sobre a programação, como conselhos
com participação da sociedade, conselhos editorais e serviços de ouvidoria.”
Entenderam?
Formar-se-iam conselhos da companheirada para decidir o que pode e o que não
pode ir ao ar. Se tiverem tempo, mais tarde, sugiro que deem uma olhada na
lista de entidades e grupos que formam o FNDC (aqui).
Lá está, como costuma acontecer com quase tudo o que não presta, o Conselho
Federal de Psicologia. Por que psicólogos estariam interessados na censura? Não
sei! Essa gente quer censurar até propaganda de biscoito. Está no grupo a
Associação dos Engenheiros da Petrobras. Qual é o problema desses engenheiros
com a imprensa livre? Sentem-se, por acaso, incomodados quando se noticia que
os petistas deram uma refinaria de presente para Evo Morales ou quando fica
claro que a empresa teve um prejuízo de US$ 1,204 bilhão comprando uma sucata em Pasadena,
nos EUA? E uma tal FENADADOS (Federação Nacional dos Empregados em Empresas e
Órgãos Públicos e Privados de Processamento de Dados)? Por que trabalhadores de
processamento de dados querem censurar o jornalismo?
Acima,
há o link que remete à lista completa das entidades. Na maioria, são
sindicatos, federações ou confederações de trabalhadores, gente que, em razão
da legislação de origem fascista que ainda regula a atividade sindical no
Brasil, tem seu rico dinheirinho garantido em razão da cobrança de taxas
obrigatórias. Com os cofres cheios, mas sem ocupação, então decidem ter ideias…
A esmagadora maioria é ligada ao PT — sim, a CUT está no grupo.
Há
também as ditas associações culturais. Se vocês forem pesquisar quem compõe a
diretoria, encontrarão lá militantes petistas, ex-jornalistas demitidos dos
grandes veículos por incompetência e que decidiram transformar seu rancor em
ideologia, notórios militantes do PT e do PCdoB.
Controlar
pra quê?
Cabe
uma pergunta, até óbvia demais: por que essa gente quer tanto controlar as TVs
e rádios no Brasil se, na maioria dos casos, elas já estão “controladas”.
Apontem uma só emissora relevante, de rádio ou TV, que não esteja afinada hoje
com os valores culturais da esquerda. Jornalismo, novelas, programas de
entretenimento… Nada escapa!
Eu
estava em Roma enquanto o papa estava no Brasil, mas acompanhei o noticiário.
Uma frase do Sumo Pontífice — “Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa
vontade, quem sou eu para julgá-lo” — bastou para transformá-lo numa espécie de
militante da causa. Dispensou-se uma cobertura simpática à visita de Francisco,
mas notem que ele foi tratado sempre como uma espécie de “liderança
progressista”, aberta aos novos tempos. No dia a dia, os valores ditos tradicionais
são impiedosamente ridicularizados. A campanha em favor da descriminação
total das drogas, por exemplo, virou ponto de honra do, por assim dizer,
establishment jornalístico. Todas as formas de “família” são exaltadas em
horário nobre, menos aquela que ainda é formada por papai-e-mamãe.
Os
ditos “escândalos” que atingem os adversários do PT e das esquerdas —
refiro-me, claro, aos casos Siemens e Alstom — merecem uma cobertura
absolutamente desproporcional ao fato, até porque, até agora, há não mais do
que vazamentos selecionados por “alguém” lá do Cade. Em nenhum momento se
indagou às autoridades federais por que o acordo de leniência, por exemplo, só
se refere à atuação da Siemens em São Paulo. É o tipo de pauta que não
interessa. Os petistas infiltrados nas redações e que exercem severa patrulha
sobre seus chefes não investem no assunto.
Pergunto
de novo: controlar a mídia pra quê? Com alguma ironia, diria até que, sob o
controle do PT, talvez ela fosse, em muitos aspectos, até mais conservadora e pudica
do que é hoje, não é mesmo?
Caminhando
para o encerramento, creio que o controle imaginado por essas entidades — a
maioria delas vive ou de dinheiro público ou da grana que arrancam dos
trabalhadores em razão da legislação vigente na área sindical — não acontecerá.
No fundo, a turma sabe disso e não se importa. O que essa gente quer mesmo é
manter as emissoras sob permanente pressão, forçando-as a aderir à sua agenda.
E, reconheça-se, esses brucutus obscurantistas são bem-sucedidos.
Eu
duvido, para encerrar, que, sob o controle do PT e da CUT, a Globo, por
exemplo, estivesse mais à esquerda do que hoje. Em qualquer área. Podem
escolher o tema. Aquilo que a canalha chama “mídia” involuiu bem depressa do
pluralismo (“todas as opiniões, mesmo as mais exóticas, merecem atenção”) para
o banimento da divergência. Tudo é aceitável, sim!, desde que não possa ser
tachado pelas patrulhas de “conservador” e “reacionário”: a família de
papai-e-mamãe, por exemplo.
Por
Reinaldo Azevedo