sábado, 12 de setembro de 2009

Artigo da nova lei do estupro beneficia estupradores

Em vigor há um mês, a nova lei do estupro (n°. 12.015) foi recebida sob aplausos generalizados. Festejaram-se sobretudo dois pontos:

1. Aumento em até 50% das penas nos casos graves –quando o estupro é seguido de lesão corporal, morte, gravidez ou transmissão de doença à vítima.

2. Aprimoramento da legislação no que diz respeito aos crimes sexuais praticados contra crianças e adolescentes.

Há na nova lei, porém, um defeito que passou despercebido. Foi identificado por Artur Gueiros, procurador Regional da República, lotado no Rio de Janeiro.

Em representação encaminhada ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, Gueiros refere-se ao defeito como “grave equívoco do legislador”.

O “equívoco” foi introduzido, segundo ele, no artigo 225 do Código Penal, cuja redação foi modificada pela nova lei.

Antes, os casos mais graves de estupro eram considerados “crimes de ação penal pública incondicionada”.

Significa dizer que, uma vez identificado o criminoso, o Ministério Público podia processá-lo independentemente de manifestação da vítima.

Com a nova redação, esse tipo de delito passou a ser definido como crime de “ação pública condicionada à representação”.

Ou seja, o Ministério Público só pode levar o criminoso às barras dos tribunais se houver uma representação da vítima ou de pessoa responsável por ela.

A nova lei dispensou a representação apenas nos casos em que a vítima for menor de 18 anos ou for considerada “pessoa vulnerável”.

A novidade pode resultar na impunidade dos acusados de “estupro qualificado” –os mais graves— cujos processos estão pendentes de julgamento.

Por quê? Quando uma nova lei introduz no ordenamento jurídico regras que socorrem os acusados, o benefício retroage no tempo, em benefício do réu.

No caso específico da lei do estupro, a continuidade dos processos já abertos passou a depender da anuência da vítima ou de seu representante.

O direito à “representação” é regido pelo artigo 103 do Código Penal. Dá à vítima prazo de seis meses para requerer a ação, a contar da data da identificação do criminoso.

Perdido esse prazo, o crime é alcançado pela “decadência”, extinguindo-se a possibilidade de abertura de processo e conseqüente punição.

Para os estupradores que aguardam julgamento, o prazo de decadência será contado a partir do dia em que passou a vigorar a nova lei do estupro.

Foi publicada em 10 de agosto de 2009. Contando-se os seis meses previstos no Código Penal, a decadência se dará em 10 de fevereiro de 2010.

A prevalecer o entendimento de Gueiros, para evitar a impunidade, o Ministério Público teria de localizar as vítimas e instá-las, uma a uma, a protocolar representações.

É algo que o procurador Gueiros considera “impraticável”. Por isso encaminhou a representação ao procurador-geral da República.

No texto, pede que o Ministério Público protocole no STF, “em caráter de urgência”, uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra a nova lei.

Invoca o artigo 1º da Constituição, que inclui entre os fundamentos da República Federativa do Brasil o respeito à “dignidade da pessoa humana”.

Gueiros escreve que, ao exigir “a formalização de representação para a propositura de ação penal” a nova lei “beneficiou os acusados da prática de estupro (e atentado violento ao pudor) qualificados pelas lesões graves [...]”.

Acrescenta: “Ao beneficiar o sujeito ativo do delito, prejudicou, em sentido inverso, o bem jurídico dignidade da pessoa humana, titularizado pelo sujeito passivo do delito sexual, garantido pela Constituição Federal [...]”.

A representação de Gueiros foi à mesa da subprocurador-geral da República Déborah Duprat. É ela quem vai decidir se cabe recurso ao STF contra a nova lei.

Gueiros esteve com Déborah, em Brasília. Explicou a ela suas apreensões. Recolheu da audiência a impressão de que o recurso ao Supremo será formulado.

Dispersos pelo país, os estupradores que aguardam julgamento não foram contabilizados. Sabe-se, porém, que são contados às centenas.

Daí o pedido de Gueiros para que a Procuradoria aja “em caráter de urgência”, sob pena de prevalecer a impunidade em massa.

Fonte: Blog Josias de Souza


TCU que se cuide... o lulismo está à espreita!

Lula recebeu representates de dez das maiores empreiteiras do país. No encontro, estabeleceu-se uma aliança inusitada.

Presidente e tocadores de obras públicas se uniram contra os órgãos que fiscalizam os gastos públicos no país –TCU, Ministério Público e Ibama, por exemplo.

Combinou-se o seguinte: as empresas formularão um pacote de sugestões para flexibilizar os rigores da malha de controle do Estado.

Cogita-se inclusive alterar a lei 8.666, que regula as licitações no âmbito do serviço público.

A turma da grande empreita foi levada a Lula pelo ministro Alfredo Nascimento (Transportes).

Participaram da reunião executivos das seguintes empreiteiras: Camargo Corrêa, Odebrecht, Queiroz Galvão...

...OAS, Andrade Gutierrez, CR Almeida, Mendes Junior, Delta, Carioca e Via Engenharia.

A conversa foi noticiada no
Blog do Planalto. Há ali uma pequena entrevista com o ministro Nascimento (assista lá no alto).

“A gente precisa fazer realmente alguma coisa para melhorar o desempenho das nossas obras”, disse o titular da pasta dos Transportes.

Na visão do ministro, das empresas e também de Lula, “melhorar o desempenho das nossas obras” é sinônimo de baixar a crista dos órgãos fiscalizadores.

Para usar o linguajar edulcorado do blog oficial: “Desobstruir gargalos causados pelo excesso de precauções de agentes públicos...”

Agentes como “...auditores do Tribunal de Contas da União e fiscais de defesa do meio ambiente”.

Alfredo Nascimento disse que “o país vive uma nova realidade. As obras oferecidas são em volume muito maior hoje, no país inteiro”.

Afirmou que, mercê dos “excessos” da fiscalização, o governo “começa a ter problema para aparecerem empresas para executar obras”.

Anunciou que as sugestões flexibilizadoras das empreiteiras serão levadas a Lula “em alguns dias”. Depois, serão debatidas pelo governo.

Os tocadores de obras não foram a Lula por acaso. O presidente é, hoje, o maior crítico dos órgãos públicos de controle.

Já se queixou dos “bagres” que retardaram a execução de uma hidrelétrica. Reclamou da “perereca” que provocou atrasos no cronograma de uma ponte.

Repetiu inúmeras vezes que, se fosse submetido às regras atuais, Juscelino Kubitschek não teria construído Brasília em cinco anos.

Não são negligenciáveis as chances de êxito da aliança anti-fiscalização. As empreiteiras tem em comum duas peculiaridades:

Além de grandes tocadoras de obras públicas, são, todas elas, borrifadoras de verbas em arcas eleitorais.

Supondo-se que suas “sugestões” resultem em projetos de alteração de leis, o Congresso terá, por assim dizer, um milhão de razões para aprová-las.

TEMER: ALUNO DE BOA CEPA...OU, O MAIS APLICADO ALUNO DO LULISMO.

Michel Temer (PMDB-SP), protocolou no STF recurso contra liminar que obrigara a Câmara a entregar à Folha cópias de comprovantes do uso de verbas indenizatórias.

O jornal solicitara à Câmara acesso aos recibos e às notas fiscais referentes a um período específico: de setembro a dezembro de 2008. O pedido foi negado.

A Folha foi, então, ao STF. Valendo-se de um mandado de segurança, o jornal pediu ao tribunal que obrigasse a Câmara a franquear-lhe os dados.

O caso foi à mesa do ministro Marco Aurélio de Mello. No mês passado, ele concedeu uma liminar (decisão provisória) em favor da Folha.

Com isso, a Câmara está obrigada, agora por força de decisão judicial, a abrir os arquivos à reportagem da Folha. Daí o recurso de Temer.

No texto, o presidente da Câmara pede: 1. Que a liminar de Marco Aurélio seja revogada; 2. Que o caso seja julgado pelo plenário do Supremo.

Temer alega que que não tem como cumprir a decisão judicial. Primeiro, por suposta inviabilidade técnica. Segundo porque parte dos dados estaria protegido por sigilo.

O deputado anota no recurso que, para entregar ao jornal os dados relativos a quatro meses, a Câmara teria de tirar cópias de cerca de 70 mil comprovantes.

Afirma que o atendimento à requisição da Folha poderia gerar pedidos em série de outros jornais. O que exigiria o fornecimento de “centenenas de milhares” de cópias.

Algo que, no dizer de Temer, converteria a Câmara numa “gigantesca gráfica”, afastando-a de sua finalidade legislativa.

Temer invoca a suposta natureza sigilosa de parte dos papéis apresentados pelos deputados para comprovar a aplicação da verba indenizatória –R$ 15 mil mensais para casa um.

O presidente da Câmara esgrime a tese de que a divulgação de cópias de notas feriria o direito dos deputados à privacidade e à intimidade.

Temer anota no recurso: “A simples natureza pública dos documentos não os transforma em documentos de acesso irrestrito”.

Constrói uma curiosa analogia com a divulgação ilegal de diálogos captados em grampos telçefônicos.

Escreve, a propósito, que os registros telefônicos dos deputados viriam à tona, já que há entre os comprovantes cópias de contas telefônicas.

De resto, Temer alega que a Câmara já levou ao sítio que mantém na internet, o chamado Portal da
Transparência, informações “detalhadas” sobre o uso das verbas indenizatórias.

Acha que essa modalidade de divulgação é mais democrática do que o fornecimentode dados a órgãos específicos da imprensa.

O recurso de Temer esgrime um leque de meias-verdades. Alega-se que o volume de cópias é muito grande. Lorota.

O jornal pediu para ter acesso aos arquivos. Algo que pode ser feito sem a emissão de cópias.

O deputado invoca o sigilo de notas e recibos. Bobagem. Os gastos são custeados pela Viúva. Vale a regra constitucional que impõe a publicidade.

O presidente da Câmara diz que já expôs as informações na internet. A simples recusa ao fornecimento dos recibos demonstra que os dados divulgados são parciais.
A grande verdade é que os congressistas fogem da transparência como os vampiros se esquivam da cruz.

O SER PETISTA...

Texto de Marcelo Tas

Por não ser petista, sempre fui considerado "de direita" ou "tucano" pelos meus amigos do falecido Partido dos Trabalhadores.

Vejam, nunca fui "contra" o PT. Antes dessa fase arrogante mercadântica-genoínica, tinha respeito pelo partido e até cheguei a votar nos "cumpanheiro".

A produtora de televisão que ajudei a fundar no início da década de 80, a Olhar Eletrônico, fez o primeiro programa de TV do PT. Do qual, aliás, eu não participei.

Desde o início, sempre tive diferenças intransponíveis com o Partido dos Trabalhadores. Vou citar duas.

Primeira: nunca engoli o comportamento homossexual dos petistas.

Explico: assim como os viados, os petistas olham para quem não é petista com desdém e falam: deixa pra lá, um dia você assume e vira um dos nossos.
Segunda: o nome do partido. Por que "dos Trabalhadores"?

Nunca entendi. Qual a intenção?

Quem é ou não é "trabalhador"? Se o PT defende os interesses "dos Trabalhadores", os demais partidos defendem o interesse de quem? Dos vagabundos?

E o pior, em sua maioria, os dirigentes e fundadores do PT nunca trabalharam. Pelo menos, quando eu os conheci, na década de 80, ninguém trabalhava. Como não eram eleitos para nada, o trabalho dos caras era ser "dirigentes do partido".. Isso mesmo, basta conferir o currículum vitae deles.

Repare no choro do Zé Genoíno quando foi ejetado da presidência do partido. Depois de confessar seus pecadinhos, fez beicinho para a câmera e disse que no dia seguinte ia ter que descobrir quem era ele. Ia ter "que sobreviver" sem o partido. Isso é: procurar emprego.

São palavras dele, não minhas.

Lula é outro que se perdeu por não pegar no batente por mais de 20, talvez 30 anos... Digam-me, qual foi a última vez, antes de virar presidente, que Luis Ignácio teve rotina de trabalhador? Só quando metalúrgico em São Bernardo. Num breve mandato de deputado, ele fugiu da raia. E voltou pro salarinho de dirigente de partido. Pra rotina mole de atirar pedra em vidraça.

Meus amigos petistas espumavam quando eu apontava esse pequeno detalhe no curriculum vitae do Lula. O herói-mor do Partido dos Trabalhadores não trabalhava!!!

Peço muita calma nessa hora. Sem nenhum revanchismo, analisem a enrascada em que nosso presidente se meteu e me respondam.

Isso não é sintoma de quem estava há muito tempo sem malhar, acordar cedo e ir para o trabalho. Ou mesmo sem formar equipes e administrar os rumos de um
pequeno negócio, como uma padaria ou de um mísero botequim?

Para mim, os vastos anos de férias na oposição, movidos a cachaça e conversa mole são a causa da presente crise. E não o cuecão cheio de dólares ou o Marcos Valério. A preguiça histórica é o que justifica o surto psicótico em que vive nosso presidente e seu partido. É o que justifica essa ilusão em Paris... misturando champanhe com churrasco ao lado do presidente da França... outro que tá mais enrolado que espaguete.

Eu não torço pelo pior. Apesar de tudo, respeito e até apoio o esforço do Lula para passar isso tudo a limpo. Mesmo, de verdade.

Mas 'pelamordedeus', não me venham com essa história de que todo mundo é bandido, todo mundo rouba, todo mundo sonega, todo mundo tem caixa 2...

Vocês, do PT, foram escolhidos justamente porque um dia conseguiram convencer a maioria da população (eu sempre estive fora desse transe) de que vocês eram diferentes. Não me venham agora querer recomeçar o filme do início jogando todos na lama.

Eu trabalho desde os 15 anos. Nunca carreguei dinheiro em mala.

Nunca fui amigo dessa gente.

Pra terminar uma sugestão para tirar o PT da crise. Juntem todos os "dirigentes", tesoureiros", "intelectuais" e demais cargos de palpiteiros da realidade numa grande plenária.

Juntos, todos, tomem um banho gelado, olhem-se no espelho, comprem o jornal, peguem os classificados e vão procurar um emprego para sentir a realidade brasileira.

Vai lhes fazer muito bem. E quem sabe depois de alguns anos pegando no batente, vocês possam, finalmente, fundar de verdade um partido de trabalhadores.

MARCELO TAS é jornalista, autor e diretor de TV. A ênfase de seu trabalho está na criação de novas linguagens nas várias mídias onde atua.
Entre suas obras destacam-se os videos do repórter ficcional Ernesto Varela; participação na criação das séries "Rá-Tim-Bum", da TV Cultura e o "Programa Legal", na TV Globo. Recentemente, Tas realizou o "Beco das Palavras", um game interativo que ocupa uma das salas mais concorridas do novo Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz, em São Paulo.
E agora dirige o programa CQC na Bandeirantes.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

CNJ cria projeto que pretende fiscalizar sistema carcerário

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou um anteprojeto de lei que cria o Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas.
A proposta segue agora para o Congresso Nacional. Conforme o CNJ, o departamento terá como objetivo monitorar e fiscalizar o cumprimento das resoluções e recomendações do órgão em relação à prisão provisória, prisão definitiva, medida de segurança e internação de adolescentes.
Também deve planejar, organizar e coordenar mutirões para reavaliação das prisões provisórias e definitivas e também as medidas de segurança, internações de adolescentes e o aperfeiçoamento de rotinas cartorárias.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Chegou a hora! Vamos ver no que vai dar...


Relator do processo do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa, do STF, informou a Lula que decidiu ouvi-lo como testemunha
.

O presidente foi arrolado por dois réus: os ex-deputados Roberto Jefferson (PTB) e José Janene (PP). Lula dispõe da prerrogativa de marcar dia, hora e local.

Pode também optar por responder à inquirição por escrito. Além do relator, podem formular perguntas a Lula o Ministério Público e os 39 réus.

É lícito que o Supremo tenha optado por ouvir Lula. Mas, até por economia processual, o tribunal poderia ter dispensado esse depoimento.

Lula, como se sabe, “não sabia” do mensalão. Declarou-se "traído" por auxiliares com os quais, hoje, confraterniza.

Nesse escândalo, o presidente da República escolheu passar à história como o mais culpado dos inocentes. Ou, por outra, o mais inocente dos culpados.

Obrigações...


Institutos de pesquisa terão de usar dados do IBGE

De Piero Locatelli:

Os senadores aprovaram uma emenda ao projeto de lei eleitoral que obriga os institutos de pesquisa a usarem os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Pesquisa, Geografia e Estatística) na elaboração de levantamentos de intenção de voto.

A emenda do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) à reforma eleitoral foi acatada no plenário da Casa na noite desta quarta-feira (9) durante a votação da reforma. O projeto ainda precisa ser votado novamente na Câmara dos Deputados, onde essa emenda sobre institutos de pesquisa pode ou não ser mantida.

Segundo o texto aprovado, os institutos de pesquisas terão de usar o "plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução e nível econômico" na mesma proporção da população fornecida pelo IBGE em suas estatísticas.

Os institutos não terão mais liberdade para fazer entrevistas de acordo com os parâmetros que desejarem. Os pesquisadores, por exemplo, terão de entrevistar a mesma proporção de mulheres da população total em suas pesquisas -o que não ocorre necessariamente entre o número total de eleitores.

Hoje, alguns institutos usam para produzir as suas amostragens também os dados fornecidos pela Justiça Eleitoral, que é o órgão oficial responsável pelo cadastramento dos eleitores no país.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Isso é educação?


Nada como incentivar a famosa "luta de classes"... E o Estado ainda paga por isso. Só no Brasil...
Aliás, o Piauí é governado por quem? De qual partido político? Descubram e terão a resposta para o absurdo da foto!

Pagaremos a conta quando?


Desfile tem até ala chapa-branca

Por Rodrigo Rangel, no Estadão
O governo escolheu a dedo quem iria ocupar as arquibancadas mais próximas do palanque principal do desfile de 7 de Setembro, onde estavam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus convidados. Para entrar, era preciso apresentar um convite oficial - “individual e intransferível” - distribuído pela Presidência da República.

A arquibancada chapa-branca, repleta de admiradores de Lula, tinha militares, funcionários dos ministérios e petistas. Seguranças do Planalto guarneciam a entrada e cobravam a apresentação do convite. Havia ordem para não deixar que jornalistas entrassem, mas o Estado conseguiu furar o bloqueio.

Bem no meio da seleta plateia, a cabeleireira Maria de Jesus de Oliveira, 36 anos, assistia animada ao desfile. Moradora do Cruzeiro, bairro de classe média de Brasília, ela conseguiu um lugar ali graças ao cunhado, motorista da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. “Estou achando tudo muito bom”, dizia ela.

Maria chegou à Esplanada dos Ministérios às 7h30. Além da filha, Yasmin, tinha ao lado oito familiares, uniformizados com camisas distribuídas pelo governo para promover a candidatura do Brasil a sede das Olimpíadas de 2016.

Perto dali, com visão ainda mais privilegiada de Lula e do presidente francês, Nicolas Sarkozy, estava a sorridente Ana Luísa Fonseca, 22 anos. Ela é funcionária do Diretório Nacional do PT e filiada ao partido de Lula há uma década. Foi no PT que ela arrumou os “ingressos”. Ana Luísa assistia ao desfile pelo segundo ano consecutivo, acompanhada de uma amiga, Luanna, e da mãe, Lúcia, que viajou do Ceará a Brasília só para ver a festa.

(…)A estratégia deu certo. Assim que chegou em carro aberto com a primeira-dama, Marisa Letícia, Lula foi aclamado por sua arquibancada de simpatizantes.
Quando desceu do palanque para recepcionar Sarkozy, o presidente brasileiro fez questão de apresentar ao colega francês sua “torcida particular”. Os dois saudaram a claque, que retribuiu com aplausos.