terça-feira, 11 de dezembro de 2012

MST, finalmente, invade uma área realmente improdutiva e ocupada pelo crime: o escritório da Presidência em SP

Ah, achei que o MST finalmente tivesse promovido uma ação verdadeiramente virtuosa, talvez uma das poucas realmente justas de sua história. Li na Folha o seguinte título: “Grupo ligado ao MST tenta invadir escritório da Presidência em SP”. Pensei cá comigo: “Vejam os sem-terra invadindo uma área realmente improdutiva”.
 
Mas não era bem assim. 
 
Um grupo de agricultores ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e de estudantes tentou invadir na manhã desta segunda-feira (10) o escritório da Presidência em São Paulo. (…) Cerca de 120 pessoas chegaram ao local por volta das 10h e subiram a até o segundo andar do prédio. Não houve confusão, e uma comissão formada por 18 pessoas foi recebida pelo secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência, Rogério Sottile. Nos últimos dois anos, foi a terceira vez que os manifestantes tentaram invadir o escritório. (…)
 
Os agricultores fazem parte do assentamento Milton Santos, que fica em Americana (SP). O assentamento onde vivem 68 famílias é alvo de uma disputa judicial. De acordo com o advogado do grupo, Vandré Paladini Ferreira, uma decisão da Justiça Federal determinou a reintegração de posse do terreno até quinta-feira (13). Eles querem que o governo faça uma desapropriação por interesse social para que possam continuar no assentamento. (…)
 
O governo federal se comprometeu a conversar com o governo estadual para tentar adiar a reintegração de posse. Os manifestantes afirmam que irão resistir à reintegração. “Se eles insistirem, vai ser um conflito aberto. Vai acontecer um novo Pinheirinho”, disse o assentado Rodrigo Lima.
 
Não, não é o que eu imaginava. Segundo entendi, o MST recorreu ao Executivo para que este desaproprie uma área e torne sem efeito uma decisão da Justiça. Segundo entendi, a pessoa que falou em nome do governo federal prometeu fazer coisa diferente: interceder junto ao governo do Estado para que este não cumpra uma decisão judicial, o que não é mera questão de gosto.
 
Achei que o MST havia decidido ocupar uma área improdutiva, que estava dedicada à delinquência criminal mesmo. Mas não! Se as coisas aconteceram como se relata acima, tudo se resolveu com a promessa de uma delinquência política.
 
Por Reinaldo Azevedo

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