terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Depoimento de Valério relata ameaças de morte

Felipe Recondo, Alana Rizzo e Fausto Macedo, Estadão
 
Visto como um potencial homem-bomba pelo PT por saber como foi montado passo a passo o mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza disse ter sido ameaçado de morte por Paulo Okamotto, atual diretor do Instituto Lula e amigo do ex-presidente.
 
Se abrisse a boca, morreria, disse o empresário no depoimento à Procuradoria-Geral da República.
 
"Tem gente no PT que acha que a gente devia matar você", teria dito Okamotto a Valério, conforme as duas últimas das 13 páginas do depoimento prestado no dia 24 de setembro pelo operador do mensalão ao Ministério Público Federal.
 
"Ou você se comporta, ou você morre", teria completado Okamotto.
 
Valério disse à subprocuradora da República Cláudia Sampaio e à procuradora Raquel Branquinho que foi "literalmente ameaçado por Okamotto".
 
Procurado, o diretor do Instituto Lula não comentou o caso.
 
Valério relatou que Okamotto o procurou pela primeira vez em 2005, dias depois da entrevista concedida pelo então presidente do PTB, Roberto Jefferson, em que o escândalo do mensalão era revelado. Okamotto disse, segundo Valério, que o procurava por ordem do então presidente Lula. Os dois teriam se encontrado primeiro na casa de Eliane Cedrola. Segundo Valério, uma diretora da empresa de Okamotto. O emissário de Lula teria pedido que Valério permanecesse em silêncio e não contasse o que sabia.
 
A se confirmar como verdade este depoimento, os vagabundos que o ameaçaram deveriam responder processo criminal e irem presos.

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