Trato
daqui a pouco das considerações que fez o ministro Gilmar Mendes sobre a
infiltração do crime organizado no processo eleitoral, conforme o prometido.
Quero voltar à greve da minoria dos metroviários, que agora assume a face
explícita de uma farsa. Ora vejam: até ontem à noite, a reivindicação do sr.
Altino Prazeres, o dublê de militante do PSTU e de presidente do sindicato, era
a elevação do reajuste salarial. Ele não aceitava nada menos de dois dígitos.
Ou isso ou greve. Julgada a paralisação abusiva, o Metrô começou a fazer
demissões, e aí o tal Altino mudou a reivindicação: agora, para decidir a volta
plena ao trabalho, ele quer que as dispensas sejam canceladas. Qual é a pauta,
afinal, deste senhor? Respondo: fazer política e usar a Copa do Mundo como
instrumento de chantagem.
Nesta
segunda, os grevistas decidiram suspender a greve por 48 horas. Seguindo o
estilo de sempre, Altino acha que está em condições de dar um novo ultimato: se
as demissões não forem revistas, então haverá nova paralisação — aí no dia 12
mesmo, quando começa a Copa do Mundo. Ele, agora, precisa de uma migalha
qualquer para gritar: “Vitória, vitória da minha intransigência, da minha
escolha pela ilegalidade, da minha escolha pela truculência!”.
Não
tenho ideia do que pretendem fazer o governo do Estado e o Metrô. Sei o que eu
faria: deixaria claro a este senhor que ele não está em condições de exigir
nada! A volta ao trabalho é condição primeira para que o Metrô pare de demitir.
Até porque, estou certo, a lista de demissíveis é muito maior. Fica muito fácil
saber quem não compareceu ao trabalho, mesmo depois de declarada a greve
abusiva, porque não pôde e quem não compareceu porque estava desafiando a lei.
É
importante destacar: os que estão na lista dos 42 são pessoas que atentaram
contra a segurança do sistema, que incentivaram passageiros a pular a catraca,
que investiram contra o patrimônio do Metrô. Ninguém está sendo dispensado
apenas por ter aderido à greve, embora a empresa possa fazê-lo, dado que o
movimento foi declarado abusivo, e os funcionários decidiram manter a
paralisação.
Sei
que a decisão do governo do Estado não é fácil, não é simples. São muitas as
forças políticas que se esforçam pra promover o caos em São Paulo, a começar
daquela que deveria estar mais interessada na ordem: o PT. Uma grande
trapalhada no dia da abertura da Copa do Mundo não seria positiva para a
presidente Dilma Rousseff, por exemplo. E daí? O candidato da CUT à Presidência
é Lula, não Dilma. Se ela se esfarelar, os cutistas estão certos de que o
Babalorixá de Banânia assume o seu lugar como candidato. Não é uma teoria
conspiratória. Trata-se apenas da vida como ela é. Basta raciocinar
logicamente: uma grande confusão em São Paulo não interessa ao PSDB; uma grande
confusão em São Paulo não interessa a Dilma.
A
quem interessa, então? Respondo: à demência de sempre da extrema esquerda e ao
lulismo que sonha com a volta do Dom Sebastião de Garanhuns. Não fosse assim, a
CUT teria emitido uma nota contra a greve, não a favor. “Ah, Reinaldo, isso a
central jamais faria, nem que Lula estivesse no poder.” Eu sei. Mas, estivesse
lá o Babalorixá de Banânia, é claro que os cutistas teriam ao menos silenciado.
Os metroviários nem pertencem à sua base. Como quer que Dilma se dane e
ainda acha que consegue arranhar Alckmin como ganho adicional, então a entidade
dá apoio a um movimento politicamente delinquente.
Que
o governo de São Paulo não ceda e que os demitidos, até agora, sejam apenas os
primeiros 42 caso o sindicato insista em chantagear a sociedade. De resto,
fiquem atentos: daqui a pouco aparecerá algum representante do governo federal
se oferecendo para “dialogar” com o sindicato e com o Metrô, tentando
caracterizar o governador Geraldo Alckmin como “intransigente”. O meu candidato
a ser o ator lamentável dessa pantomima é José Eduardo Cardozo, ministro da
Justiça. Como sempre.
Por
Reinaldo Azevedo
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