Por
Daniel Haidar, na VEJA.com. Volto no próximo post.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa voltou por volta de 14h desta sexta-feira para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Ele foi transferido do Presídio Estadual de Piraquara II, na região metropolitana de Curitiba, onde estava desde segunda-feira (28), porque a secretária de Justiça do Estado do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, alegou que Costa poderia ser alvo de um atentado praticado por outros detentos
A
secretária relatou ao juiz federal Sérgio Moro que o ex-diretor da estatal não
estava “seguro” no convívio com outros presidiários de Piraquara. Por isso, o
juiz determinou o retorno para a carceragem da PF em Curitiba. Ele ainda poderá
ser transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas, de segurança
máxima. De acordo com o governo paranaense, a penitenciária possui
atualmente 940 presos. Maria Tereza sugeriu na quarta-feira (30) que Costa
fosse transferido para o Presídio Federal de Catanduvas, o que está sob análise
da Justiça. O advogado Fernando Fernandes, que defende Costa, solicitou à
Justiça que Costa fosse transferido com urgência, ainda na quinta-feira. Mas o
pedido foi recusado. Fernandes argumentou que Costa corria risco “iminente” de
sofrer um atentado e destacou que houve “onze rebeliões nos últimos três meses
no local”.
“Após
vistoria na PEP II na data de hoje, os subscritores notaram que o risco
relatado pela Ilma. Secretária de Estado está ainda majorado, e o clima de
instabilidade dentro da Penitenciária tem crescido em razão da presença de
Paulo Roberto Costa, o que constitui fato novo, urgente e de ordem pública a
permitir a análise por este MM. Juízo do Plantão”, argumentaram os advogados em
petição protocolada na Justiça.
Em
bilhete anexado pelos advogados no processo, Costa reclama da cela “muito suja”
e da ausência de vaso sanitário. Ele relata que passou “frio à noite pois foi
entregue apenas uma manta”. Também se queixou da comida: “não tenho condição de
comer pois é de muita baixa qualidade”. Antes de ser transferido para
Piraquara, o ex-diretor ficou detido na carceragem da PF em Curitiba. Mas
alegou que foi ameaçado por um agente e a Justiça decidiu pela transferência
dele para um presídio estadual.
Costa
foi preso no dia 20 de março porque familiares destruíram provas que seriam
apreendidas na operação Lava-Jato da Polícia Federal. Ele é acusado de lavagem
de dinheiro, participação em organização criminosa e obstrução de investigação.
De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, o ex-diretor
da Petrobras comandou, com o doleiro Alberto Youssef, um esquema de desvio de
verbas da construção da refinaria Abreu e Lima. A polícia suspeita que a dupla
se apropriou de pelo menos 7,9 milhões de reais desviados de contratos da
estatal. Duas filhas de Costa (Shanni e Arianna Bachmann) e os genros (Márcio
Lewkowicz e Humberto Mesquita) também respondem na Justiça pelo crime de
obstrução de investigação, porque ocultaram os documentos que a polícia
buscava.
Por Reinaldo Azevedo
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