sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Lula é apedeuta também em matéria de liberdade de imprensa

Ai, ai… Lula é apedeuta também em matéria de liberdade de imprensa. Segundo a gente consegue depreender de sua, sei lá, tese, quando se constata alguma irregularidade envolvendo órgãos públicos, o jornalismo deve silenciar sobre a eventual incúria oficial, preocupando-se apenas com os fraudadores. Leiam o que informa Fernanda Krakovics, no Globo Online.

Ao participar do encerramento da 3ª Conferência Global de Combate ao Trabalho Infantil, o ex-presidente Lula criticou, nesta quinta-feira, a imprensa por dar destaque a fraudes no Bolsa Família, mas disse que está acostumado a tomar “bordoada” e tem “casco de tartaruga”. Em seu discurso, Lula saudou o ministro Manoel Dias (Trabalho), que acaba de enfrentar um escândalo de corrupção em sua pasta, como “companheiro de longa data”.

“Você (Tereza Campello) foi criticada agora porque clonaram 80 carnês do Bolsa Família. Em vez de a manchete do jornal ser uma crítica aos clonadores, era uma crítica dizendo que tinha fraude no Bolsa Família. Se tivessem roubado um banco, dizia: ‘assaltante rouba banco’. Como foi assaltante roubando o Bolsa Família, é o Bolsa Família que tem problema. Nós estamos acostumados a tomar bordoada e eles sabem que temos casco de tartaruga, somos teimosos e estamos no caminho certo”, disse Lula.

Lula também criticou a imprensa por supostamente não dar atenção ao tema da conferência, o combate ao trabalho infantil, e se ater a temas “banais e secundários”, muitas vezes de forma “sensacionalista”: “Quero confessar que eu tinha a impressão de que esse evento estava proibido para a imprensa porque um assunto dessa magnitude, com os resultados extraordinários conquistados por muitos países do mundo e pelo Brasil, mereceu menos atenção do que qualquer outro assunto banal do noticiário brasileiro. É uma pena que muitas vezes as coisas sérias não são tratadas com seriedade, é uma pena que as coisas banais, as coisas secundárias, sejam tratadas de forma quase sensacionalista.”

Para uma plateia composta também por estrangeiros, o ex-presidente disse que, no Brasil, há preconceito em relação a políticas de transferência de renda: “O que dá para os ricos é investimento e, para os pobres, é gasto, a ponto de dizerem na minha cara que nós estávamos criando um exército de vagabundos”.

O ex-presidente não quis dar entrevista: “Minha filha, publica o que eu já falei [no discurso]”.


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