Ai,
ai… Lula é apedeuta também em matéria de liberdade de imprensa. Segundo a gente
consegue depreender de sua, sei lá, tese, quando se constata alguma
irregularidade envolvendo órgãos públicos, o jornalismo deve silenciar sobre a
eventual incúria oficial, preocupando-se apenas com os fraudadores. Leiam o que informa Fernanda Krakovics, no Globo Online.
Ao participar do encerramento
da 3ª Conferência Global de Combate ao Trabalho Infantil, o ex-presidente Lula
criticou, nesta quinta-feira, a imprensa por dar destaque a fraudes no Bolsa
Família, mas disse que está acostumado a tomar “bordoada” e tem “casco de
tartaruga”. Em seu discurso, Lula saudou o ministro Manoel Dias (Trabalho), que
acaba de enfrentar um escândalo de corrupção em sua pasta, como “companheiro de
longa data”.
“Você (Tereza Campello) foi
criticada agora porque clonaram 80 carnês do Bolsa Família. Em vez de a
manchete do jornal ser uma crítica aos clonadores, era uma crítica dizendo que
tinha fraude no Bolsa Família. Se tivessem roubado um banco, dizia: ‘assaltante
rouba banco’. Como foi assaltante roubando o Bolsa Família, é o Bolsa Família
que tem problema. Nós estamos acostumados a tomar bordoada e eles sabem que
temos casco de tartaruga, somos teimosos e estamos no caminho certo”, disse
Lula.
Lula também criticou a imprensa
por supostamente não dar atenção ao tema da conferência, o combate ao trabalho
infantil, e se ater a temas “banais e secundários”, muitas vezes de forma
“sensacionalista”: “Quero confessar que eu tinha a impressão de que esse evento
estava proibido para a imprensa porque um assunto dessa magnitude, com os
resultados extraordinários conquistados por muitos países do mundo e pelo
Brasil, mereceu menos atenção do que qualquer outro assunto banal do noticiário
brasileiro. É uma pena que muitas vezes as coisas sérias não são tratadas com
seriedade, é uma pena que as coisas banais, as coisas secundárias, sejam
tratadas de forma quase sensacionalista.”
Para uma plateia composta
também por estrangeiros, o ex-presidente disse que, no Brasil, há preconceito
em relação a políticas de transferência de renda: “O que dá para os ricos é
investimento e, para os pobres, é gasto, a ponto de dizerem na minha cara que
nós estávamos criando um exército de vagabundos”.
O ex-presidente não quis dar
entrevista: “Minha filha, publica o que eu já falei [no discurso]”.
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