Terminou
na madrugada desta sexta (11) o julgamento do fazendeiro Adriano Chafik Luedy.
Responsabilizado por encomendar e participar da chacina que passou cinco
sem-terra nas armas e deixou outros 12 feridos, Chafik foi condenado a 115 anos
de cadeia. A despeito disso, conta o repórter Paulo Peixoto, ele deixou o Tribunal de Júri de Belo
Horizonte em liberdade.
O crime é de 2004. No ano seguinte, o
fazendeiro chegou a ser preso. Mas não esquentou lugar. O STJ mandou soltar.
Como seus advogados manobrassem para enviar o processo às calendas, Chafik
voltou para o cárcere no último mês de agosto. Novamente, o STJ restituiu-lhe o
meio-fio.
Alega-se que o sujeito não vai em
cana agora porque o STJ ainda não apreciou o mérito do seu penúltimo habeas
corpus. Durante o julgamento da noite passada, o juiz quis saber de Chafik por
que ele invadira terras públicas. A resposta veio em duas partes.
Numa, Chafik disse ao juiz que as
terras haviam sido registradas em cartário “com o aval do Estado”. Noutra, ele
arrematou: “Isso aqui é Brasil”. O condenado tem razão. Estamos no Brasil. Um
país onde há a mais nítida possibilidade de criação de um muito inteiramente
novo. Caos não falta.
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