terça-feira, 31 de maio de 2011

PIADA NOVA: Senado ‘apaga’ da história o impeachment de Collor

Fábio Pozzebom/ABr

A história, como se sabe, é senhora seletiva. Só o fato notável sobrevive ao corredor frio da posteridade.

No Senado, há um ‘Túnel do Tempo’. Cruzam-no os visitantes. Atravessam-no os senadores, no caminho entre os gabinetes e o plenário. As paredes do tal túnel são ornadas com painéis que retratam episódios marcantes da vida republicana.

Pois bem. Sob a presidência de José Sarney, o Senado decidiu reescrever um pedaço da história. Arrancou das paredes os painéis que retratavam o impeachment de Fernando Collor. Por quê? Ouça-se Sarney:

“...Talvez esse episódio seja apenas um acidente que não devia ter acontecido na história do Brasil...” “...Mas não é tão marcante como foram os fatos que aqui estão contados, que foram os que construíram a história e não os que, de certo modo, não deviam ter acontecido”.

Ou seja, do ponto de vista de Sarney, 1992, o ano em que o Senado aprovou o impeachment, deve ser passado na borracha porque não deveria ter acontecido.

Hoje senador, Collor não merece enxergar as imagens de “um acidente” fortuito penduradas no túnel que é compelido a cruzar.

Em parte, Sarney tem razão. A história está repleta de fatos que não deveriam ter acontecido. Sua tetrapresidência no Senado é um deles. O diabo é que, ao tentar esconder o inescondível, Sarney rende-se à política do avestruz. Enfia a cabeça do Senado no inaceitável.

Cabe a pergunta: os demais senadores vão permitir? Por ora, não se ouviu palavra.

E é lógico que senadores vão ficar calados. Todos tem medo do Coronel Sarney, o todo-poderoso, dono do Maranhão e agora, do Brasil. O petismo entregou os anéis para não perder os dedos...

Isto é Brasil! Todos reclamam, mas os larápios continuam a rir da cara dos eleitores palhaços!


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