Há
certas coisas que dão uma enorme preguiça porque revelam o padrão de sempre —
no fato ou no boato. Comecei a ouvir — atenção! — no dia 18, em pleno domingão,
que a próxima pesquisa Ibope trará números positivos para a presidente Dilma
Rousseff e nem tão bons assim para os candidatos de oposição. Aquela gente que
faz campanha governista e que insiste em se fingir de jornalismo diz que ela
pode ter um subido um pouquinho, e Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) ou
teriam caído um pouquinho ou ficado onde já estavam. Mas seria o suficiente
para indicar, então, que a petista parou de cair, e eles, de subir. Pronto! O
que se quer é noticiar uma reversão de expectativas.
Então
vamos ver. O Ibope, de fato, está em campo. A pesquisa Sensus que indicou que
Aécio havia crescido, e Dilma, murchado foi atacada pelo PT porque a) foi
registrada pelo próprio instituto; b) o registro se deu depois do início do
campo.
Pois
é… A pesquisa do Ibope coincide, e é apenas um fato, com a propaganda do PT no
horário político, as tais peças terroristas em que o medo pretende vencer a
esperança. É a segunda coincidência. A pesquisa que o Instituto fez para a
Confederação Nacional da Indústria teve campo entre 14 e 17 de março. As
inserções publicitárias do PT foram ao ar, segundo o TSE, entre os dias 11 e
18.
Ibope
e trabalha secreto para o Planalto
No dia 20 de outubro de 2013, noticiou o Estadão:
O
Palácio do Planalto firmou dois contratos avaliados em R$ 6,4 milhões para
realizar pesquisas de opinião pública que se estenderão até as vésperas da
campanha eleitoral de 2014. Celebrados com o Ibope Inteligência e Virtú
Análise na sequência das manifestações de junho, os contratos, que preveem
sigilo indefinido dos temas, perguntas e resultados das pesquisas, são os
primeiros dessa natureza celebrados pela Secretaria de Comunicação da
Presidência (Secom) na gestão Dilma Rousseff após a entrada em vigor da Lei de
Acesso à Informação (LAI).
Em
sua cláusula segunda, inciso 10, os contratos dizem que os institutos de
pesquisa deverão manter “irrestrito e total sigilo” sobre os “assuntos de
interesse” do governo. O Estado solicitou o conteúdo das pesquisas
já realizadas com base na Lei de Acesso. A Secom, no entanto, rejeitou o
pedido. O sigilo contraria entendimento do próprio órgão federal responsável
pela transparência, a Controladoria-Geral da União (CGU).
(…)
O Ibope Inteligência ficou responsável pelas pesquisas quantitativas e telefônicas, ao valor de R$ 4,6 milhões. O Virtú Análise, contratada por R$ 1,8 milhão, cuida das pesquisas qualitativas. Em ambos os casos, o período das pesquisas se encerra a poucos dias do início da campanha eleitoral de 2014. O contrato da Virtú Análise foi fechado no dia 1 de julho deste ano e se encerra em 1 de julho de 2014. O do Ibope foi firmado em 27 de junho e também terminam um ano depois. A campanha eleitoral começa no dia 6 de julho de 2014.
(…)
O Ibope Inteligência ficou responsável pelas pesquisas quantitativas e telefônicas, ao valor de R$ 4,6 milhões. O Virtú Análise, contratada por R$ 1,8 milhão, cuida das pesquisas qualitativas. Em ambos os casos, o período das pesquisas se encerra a poucos dias do início da campanha eleitoral de 2014. O contrato da Virtú Análise foi fechado no dia 1 de julho deste ano e se encerra em 1 de julho de 2014. O do Ibope foi firmado em 27 de junho e também terminam um ano depois. A campanha eleitoral começa no dia 6 de julho de 2014.
O
presidente da ONG Transparência Brasil, Cláudio Abramo, afirma que o modelo
adotado pela Secom pode ser aproveitado para fins eleitorais. “São contratos
que parecem ser muito vulneráveis. O formato abre possibilidade de que
pesquisas realizadas às vésperas da eleição possam ser utilizadas durante a
campanha. Além disso, a data do término do contrato, em junho de 2014, é muito
conveniente para que as informações adentrem a campanha com exclusividade para
apenas uma candidatura”, diz.
(…)
(…)
Por Reinaldo Azevedo
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