Santiago
Andrade é cinegrafista da Band. Na noite desta quinta, ele estava trabalhando.
Cobria o chamado protesto contra o reajuste das passagens de ônibus no Rio.
Reajuste correto e necessário — a menos que você, leitor, acredite que existe
almoço grátis. Marcharam contra a elevação da tarifa, de R$ 2,75 para R$ 3, os
de sempre: partidos de extrema esquerda e, claro, os black blocs. Já não tenho
estômago para ouvir repórteres na TV recitando um textinho de manual: “A
manifestação era pacífica…” Mentira! Nunca foi. Até porque os black blocs
estavam na turma. E eles nunca são pacíficos. São os primeiros a confessar. Um
artefato explosivo atingiu a cabeça de Santiago. Houve afundamento craniano. Já
foi submetido a uma cirurgia e está em estado gravíssimo no Hospital Souza
Aguiar.
Os
veículos de comunicação todos estão reticentes. Dizem não saber se Santiago foi
atingindo por uma bomba de gás lacrimogêneo ou algum outro artefato. Não tinha
visto ainda esta sequência. Agora vi. Desde quando bomba de gás — ou mesmo a de
efeito moral — provoca essa luz? Que história é essa? Há testemunhos de que
manifestantes — leia-se, no caso, bandidos — lançaram vários morteiros ou
sinalizadores durante os confrontos com a polícia. A luz avermelhada registrada
ali e os restos da explosão são, obviamente, compatíveis com morteiro ou
sinalizador. Ainda que seja alguma outra coisa, não se trata de bomba de gás ou
de efeito moral.
E a Polícia Militar só carrega
essas duas. Os demais explosivos são levados para as ditas manifestações pelos
arruaceiros. Até uma nota oficial da Band fala da hipótese de ser uma bomba de
gás… Desde quando ela causaria aquela luz e provocaria o afundamento de crânio
com a gravidade que está sendo noticiada? Não custa lembrar: um sinalizador,
como aquele que matou o menino boliviano num estádio de futebol, pode atingir
até 300 km por hora.
Associações de jornalistas e
emissoras de TV divulgaram notas de solidariedade, mas se negam a censurar a
violência explícita e organizada desses que são chamados de manifestantes.
Manifestantes defendem ideias, pontos de vista, fazem reivindicação. Não saem
por quebrando e incendiando tudo.
Mais uma vez, aquela turma de
ontem decidiu depredar a Central do Brasil e as ruas do entorno. Partiram para
o confronto com a polícia e hostilizaram, de novo, a imprensa. O jornalismo, no
entanto, prefere olhar para o outro lado e se nega a dizer o nome dos seus
agressores, uma gente que odeia a democracia, a liberdade e o estado de
direito. É mentira! Eles não querem ônibus mais barato porcaria nenhuma! Quem
se impor pela violência e pelo terror.
Por Reinaldo Azevedo
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