Por
Johanna Nublat e Gustavo Patu, na Folha:
Antes de deixar o Ministério da Saúde para concorrer pelo PT ao governo paulista nas próximas eleições, Alexandre Padilha promoveu a maior alta dos gastos com publicidade da pasta desde o início do governo petista. As despesas alcançaram no ano passado R$ 232 milhões, com um crescimento de 19,7% acima da inflação sobre os desembolsos de 2012 — que já haviam crescido 18,6% sobre 2011. O ritmo de expansão desse biênio não tem paralelo em uma década, como mostram os dados do próprio ministério. O último registro de uma taxa de aumento expressivo aconteceu no ano eleitoral de 2006, quando os montantes envolvidos eram bem menores que os atuais.
Tecnicamente, quase todos os
gastos com publicidade da Saúde são classificados como de utilidade pública.
Entre os exemplos tradicionais estão as campanhas de vacinação contra a
paralisia infantil e as de prevenção de doenças como a Aids e a dengue. No
entanto, essa classificação de despesa também abriga a promoção de programas
que estão entre as vitrines eleitorais do governo Dilma Rousseff e de Padilha,
como o Saúde Não Tem Preço e o Mais Médicos. O primeiro, lançado no início do
governo Dilma, instituiu a distribuição gratuita, nas farmácias, de
medicamentos contra diabetes e hipertensão e, a partir de 2012, contra a asma.
O segundo, o Mais Médicos, foi lançado em 2013 após batalha pública contra as
entidades médicas nacionais, contrárias ao programa. O governo já contabiliza
9.549 profissionais selecionados pelo Mais Médicos — sendo que 77,5% deles são
médicos cubanos.
Uma citação aos dois programas
foi inserida no pronunciamento que Padilha fez na TV semana passada sobre a
vacina contra o HPV, o que gerou críticas da oposição. O Mais Médicos liderou
as verbas publicitárias de 2013, com R$ 36,9 milhões, seguido pela prevenção da
dengue, que mereceu R$ 33,2 milhões. O Saúde Não Tem Preço recebeu R$ 13,9
milhões. Em nota enviada à Folha, a Saúde afirmou que a expansão dessas
despesas está ligada à ampliação dos serviços públicos prestados.
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Por Reinaldo Azevedo
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