Na reportagem publicada pela VEJA no dia 24 de outubro, já
havia a informação de que Lula, pessoalmente, havia ordenado que José Sérgio
Gabrielli desse um “cala-boca” — isto e, pagasse propina — a uma agência de
publicidade que ameaçava botar a boca do trombone e denunciar o esquema de
roubalheira na Petrobras. A informação, como deixou claro a revista, era parte
do conteúdo da delação premiada negociada pelo doleiro Alberto Youssef.
Pois
é. Reportagem publicada nesta quinta pelo Estadão traz à luz e-mails que parecem
reforçar a denúncia de Youssef. Leiam o que informam Ricardo Brandt, Fausto
Macedo e Mateus Coutinho.
*
A Polícia Federal está de posse de uma sequência de e-mails que reforçam a suspeita de que a agência de propaganda e marketing Muranno Brasil recebeu R$ 1,7 milhão do esquema de corrupção e propina na Petrobrás. Essa nova linha de investigação da Operação Lava Jato pode atingir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente da estatal petrolífera José Sérgio Gabrielli, citados pelo doleiro Alberto Youssef como ordenadores do pagamento à Muranno. Os e-mails que a PF analisa foram trocados entre o empresário Ricardo Villani, dono da agência de propaganda, o ex-gerente de Comércio de Álcool e Oxigenados da Petrobrás Sillas Oliva Filho e outros funcionários da estatal, entre 2006 e 2009.
*
A Polícia Federal está de posse de uma sequência de e-mails que reforçam a suspeita de que a agência de propaganda e marketing Muranno Brasil recebeu R$ 1,7 milhão do esquema de corrupção e propina na Petrobrás. Essa nova linha de investigação da Operação Lava Jato pode atingir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente da estatal petrolífera José Sérgio Gabrielli, citados pelo doleiro Alberto Youssef como ordenadores do pagamento à Muranno. Os e-mails que a PF analisa foram trocados entre o empresário Ricardo Villani, dono da agência de propaganda, o ex-gerente de Comércio de Álcool e Oxigenados da Petrobrás Sillas Oliva Filho e outros funcionários da estatal, entre 2006 e 2009.
A
Muranno foi apontada por Youssef como uma agência contratada pela Petrobrás com
dinheiro não contabilizado. Credora de cerca de R$ 7 milhões, a Muranno teria
pressionado o governo Lula para receber valores atrasados. O doleiro está
fazendo delação premiada junto à força-tarefa de procuradores da República que
investigam a Lava Jato. Em 2010, segundo o doleiro, o dono da empresa teria
ameaçado denunciar os esquemas de corrupção e propina na estatal controlado
pelo PT, PMDB e PP e que abasteceu também o PSDB e o PSB.
Youssef
afirmou que Lula soube da ameaça, na época, e teria determinado a Gabrielli que
usasse o dinheiro “das empreiteiras” – denunciadas na Justiça Federal por causa
das obras da refinaria Abreu e Lima – para resolver a pendência. O
ex-presidente da Petrobrás teria procurado por Costa, que determinou a Youssef
o pagamento. Segundo o doleiro, que aceitou dizer o que sabe em troca de
redução de pena, foi ele quem pagou R$ 1,7 milhão à Muranno entre dezembro de
2010 e janeiro de 2011, a pedido de Costa.
No
radar
A Muranno era alvo da Lava Jato desde agosto quando foi aberto um inquérito específico para apurar qual o envolvimento da agência no esquema de caixa-2 nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A agência de propaganda aparecia nos pagamentos registrados na contabilidade pessoal das empresas de fachada de Youssef e na quebra de sigilo bancário das empresas investigadas nas obras da Abreu e Lima.
No
dia 9 de setembro Villani foi ouvido pela PF e confirmou que prestou serviços
sem contrato entre 2006 e 2009 para a Petrobrás. Ele disse que em 2004 Oliva
Filho o aconselhou a abrir uma empresa para fazer o marketing da Petrobrás em
provas de corrida de automóvel nos Estados Unidos. Segundo ele, a Muranno foi
criada especificamente para esses serviços, divulgação do etanol nas provas da
Fórmula Indy.
Villani
afirmou que tinha R$ 7 milhões a receber. Segundo ele, depois de se reunir
pessoalmente com Paulo Roberto Costa – ainda diretor de Abastecimento da
Petrobrás –, foi procurado por Youssef, que se identificou como “Primo” e
providenciou os pagamentos de parte da dívida. Disse que procurou Costa depois
que ele deixou a estatal, em 2012. Villani, que está sob suspeita da PF,
afirmou ter recebido só uma parte do montante e que não procurou a Justiça para
cobrar a Petrobrás porque nunca fez um contrato formal. Em 29 de outubro,
confirmou ao Estado ter valores a receber, mas negou que era referente à
propina. Disse que eram atrasados dos serviços prestados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário