Se
há coisa que não é solitária no Brasil é a estupidez. O relatório do senador
Roberto Requião (PMDB-PR), que proíbe doação de empresas privadas a campanhas
eleitorais, foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (leia post
anterior). Também no Supremo, por enquanto ao menos (ministros ainda podem
mudar de ideia), já há uma maioria de seis votos contra as doações privadas.
Muito bem! Agora pensem na
Petrobras e em Paulo Roberto Costa, o ex-diretor que está preso. Será que ele
mantinha o seu esquema na estatal apenas para o enriquecimento pessoal? Não! As
anotações de sua agenda evidenciam que se tratava também de um esquema para
alimentar partidos. Será que é diferente nas outras estatais sujeitas a
nomeações políticas?
Que sentido faz proibir as
doações legais quando o problema está nos mecanismos existentes para as doações
ilegais? É um acinte e uma estupidez que uma tese como essa prospere no Supremo
e na CCJ do Senado quando vem a público parte das entranhas da Petrobras.
Ah, claro! O PT dá início em
maio à sua campanha em favor da reforma política. Um dos pilares é justamente a
proibição de doações privadas. Campanhas eleitorais seriam financiadas, na lei
ao menos, apenas por um fundo público, tese que hoje beneficiaria o partido. O
que impedirá, no entanto, que as estatais continuem a ser plataformas de financiamento
ilegal de campanha? Nada! A tese hoje majoritária no Supremo e na CCJ do Senado
tem o condão de aumentar a roubalheira.
Por Reinaldo Azevedo
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