terça-feira, 1 de abril de 2014

Após nadar de braçada, Vargas virou afogado

Vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR) sempre nadou de braçada. É do tipo que fala duas vezes antes de pensar. Esculachou as sentenças do mensalão, debochou de Joaquim Barbosa, tachou de ‘inábil’ o staff político de Dilma Rousseff… Fez e aconteceu. Quando todos já pareciam convencidos de que o deputado nascera para nadador, a Polícia Federal informa que Vargas pode ser um afogado.
A repórter Andréia Sadi apalpou documentos da Operação Lava a Jato. Lendo-os,descobriu que o companheiro Vargas tomou emprestado um avião. Usou-o nas férias de janeiro, para viajar à capital paraibana, João Pessoa. Providenciou a aeronave o doleiro Alberto Youssef, preso sob a suspeita de lavar R$ 10 bilhões em verbas sujas.
Procurado, Vargas soou desconexo. Primeiro, disse que conhece Youssef há 20 anos. Depois, insinuou ter convivido por duas décadas com um estranho. “Eu não sabia com quem eu estava me relacionando. Não tenho nenhuma relação com os crimes que ele eventualmente cometeu.”
Vargas pede compreensão. A PF suspeita que seu caso pode ser de interrogatório. O deputado chama de “imprudência” o uso do avião. A papelada da PF informa que pode ser mais do que isso. O deputado aparece no inquérito como suspeito de agenciar interesses privados do doleiro no Ministério da Saúde.
Vargas nega que tenha cometido malfeitos. Resta saber se a plateia lhe dará ouvidos. No momento, o principal problema do brasileiro é que ele é incapaz de reconhecer seriedade em certos homens públicos. E esses são incapazes de demonstrá-la. Nada, Vargas, nada.
Josias de Souza



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