Vice-presidente
da Câmara, André Vargas (PT-PR) sempre nadou de braçada. É do tipo que fala
duas vezes antes de pensar. Esculachou as sentenças do mensalão, debochou de
Joaquim Barbosa, tachou de ‘inábil’ o staff político de Dilma Rousseff… Fez e
aconteceu. Quando todos já pareciam convencidos de que o deputado nascera para
nadador, a Polícia Federal informa que Vargas pode ser um afogado.
A repórter Andréia Sadi apalpou documentos da Operação Lava a
Jato. Lendo-os,descobriu que
o companheiro Vargas tomou emprestado um avião. Usou-o nas férias de janeiro,
para viajar à capital paraibana, João Pessoa. Providenciou a aeronave o doleiro
Alberto Youssef, preso sob a suspeita de lavar R$ 10 bilhões em verbas sujas.
Procurado, Vargas
soou desconexo. Primeiro, disse que conhece Youssef há 20 anos. Depois,
insinuou ter convivido por duas décadas com um estranho. “Eu não sabia com quem
eu estava me relacionando. Não tenho nenhuma relação com os crimes que ele
eventualmente cometeu.”
Vargas pede
compreensão. A PF suspeita que seu caso pode ser de interrogatório. O deputado
chama de “imprudência” o uso do avião. A papelada da PF informa que pode ser
mais do que isso. O deputado aparece no inquérito como suspeito de agenciar
interesses privados do doleiro no Ministério da Saúde.
Vargas nega que
tenha cometido malfeitos. Resta saber se a plateia lhe dará ouvidos. No
momento, o principal problema do brasileiro é que ele é incapaz de reconhecer
seriedade em certos homens públicos. E esses são incapazes de demonstrá-la.
Nada, Vargas, nada.
Josias de Souza
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