Por
Rodrigo Rangel, na VEJA desta semana:
A ministra Cármen Lúcia, há sete anos no Supremo Tribunal Federal (STF), é conhecida por não se envolver nas ruidosas contendas que com frequência fazem pesar o ambiente na mais alta corte do país. Mineira, ela corre de confusão. Na quinta-feira da semana passada, por exemplo, enquanto seus colegas Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski discutiam com dedo em riste ao final de mais uma sessão destinada a julgar os recursos dos mensaleiros, a ministra apressou-se em sair da sala contígua ao plenário onde o bate-boca se desenrolava. Agora, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia está diante de um dilema que porá à prova seu hábito de evitar divididas.
Na semana
passada, VEJA revelou que o TSE sumiu com pareceres técnicos que sugeriam a
reprovação das contas do PT no período do mensalão e da campanha da presidente
Dilma Rousseff – e que o desaparecimento de tais documentos ocorreu por
interferência direta de Lewandowski, então presidente do tribunal. A pressão
exercida pelo ministro consta do relatório final de uma sindicância realizada
pelo próprio TSE cujo resultado está nas mãos de Cármen Lúcia. Caberá a ela
decidir o que fazer diante da revelação: adotar providências para passar o
episódio a limpo ou deixar que o caso fique como um estranho
mal-entendido.
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