Antes
que vá ao ponto, reproduzido no título, um pouco de memória, sim.
Tomei
aqui algumas porradas por ter antevisto a natureza do jogo. No domingo, dia 22,
escrevi um post com
este título:
E lá se lia:
No
dia 26, dada a fúria dos tolos que disseram que nunca mais leriam o blog (um
favor que me fariam se cumprissem a promessa), escrevi:
E no
corpo do texto:
No
dia 27, voltei à voltei à questão:
Por
que lembrar?
Porque prefiro que os leitores deste blog tenham memória. Tenho compromisso com o que escrevi ontem. Para mim, é impossível afirmar hoje o contrário do que afirmei antes, sem oferecer, quando menos, uma explicação ao internauta. Agora, vamos ao texto a que se refere o título.
*
Pronto! Rodrigo Janot, como sabem, recomendou ao Supremo Tribuna Federal que não abra inquérito para investigar o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB. E fez o mesmo com a presidente Dilma Rousseff (PT). Inventou-se uma narrativa em que, na história do petrolão, Aécio e Dilma são iguais: nada têm a ver com o peixe. Mas, por favor, não confundam Rodrigo Janot com um engavetador-geral. Eu preferiria, para ser justo, o epíteto de Absolvedor-Específico. Ou, quem sabe, de pizzaiolo-geral da República.
É
bem verdade que, a qualquer momento, Janot pode encontrar motivos para, ao
menos, pedir que se investigue a conduta da presidente da República. Mas vamos
ser francos, não é, leitor? Nem eu nem você acreditamos que isso vá acontecer.
Afinal, como você já leu neste blog, Janot é aquele que deu graças a Deus por
“ter passado a régua e não ter encontrado nada contra Dilma e Lula”.
De
resto, a delação premiada de Ricardo Pessoa, ex-amigo de Lula e dono da
construtora baiana UTC, não saiu. Parece que ele não aceitou aderir à narrativa
criada para fazer a sua delação. Não gostou do roteirista. Assim, não lhe foi
dada, até agora ao menos, a vantagem. E tudo indica que não saberemos detalhes
de suas doações paralelas ao PT, especialmente à campanha de Dilma, conforme
revelou a revista VEJA.
Nestes
tempos em que houve um barateamento da figura do herói, também devo lembrar
aqui o nome do Grande Ausente de Curitiba: Luiz Inácio Lula da Silva. Nem mesmo
um convite para depoimento, nada! Mais uma vez, um escândalo de dimensões
pantagruélicas é revelado — e, não duvidemos, parcialmente revelado — sem que o
chefe inconteste do partido seja ao menos convidado para prestar
esclarecimentos.
Devemos
nos contentar com a fantasia de que os empreiteiros, todos corruptos ativos,
meteram o pé na porta da Petrobras, ameaçando os diretores nomeados pelo PT:
“Exigimos que vocês recebam a propina que nosso cartel quer lhes pagar”. Os
corruptos passivos, então, distribuíram depois parte da dinheirama suja para
alguns políticos e pronto. Não havia eixo, hierarquia, relações de
subordinação, nada!
Espantosamente,
nem José Sérgio Gabrielli, que presidiu a Petrobras no período em que a empresa
foi à lona, mereceu papel de destaque. No roteiro que se escreve em Curitiba,
ele não disputaria o Oscar nem de ator coadjuvante. Quando muito, seria um
daqueles figurantes que ficam ao fundo, fora de foco.
Sim,
eu senti antes o cheiro sofisticado que vinha do forno de doutor Janot. E
também expressei meu descontentamento com o roteiro que se escrevia em
Curitiba. Num canto, livrou-se a cara de Dilma; no outro, a de Lula.
Cqd.
Como Queríamos Demonstrar.
Por Reinaldo Azevedo
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