A caminho de se tornar uma presidente minoritária nas duas Casas do
Congresso, Dilma Rousseff já sofre oposição até do seu próprio partido.
Relatório reservado da assessoria técnica da liderança do PT na Câmara
recomenda a derrubada de um veto da presidente ao projeto que fixava a jornada
de trabalho dos psicólogos em 30 horas semanais.
Eis o que está anotado no documento do PT: “…Em que pese os argumentos
dos ministérios do Planejamento, da Fazenda e da Saúde —sugerimos que a
liderança do partido avalie a conveniência e a oportunidade de encaminhar
favoravelmente à derrubada do veto.”
Foram ignorados pelo petismo os argumentos de Dilma para justificar o
veto. Ela alegara que a redução da jornada dos psicólogos golpearia o orçamento
de estabelecimentos que atendem pelo SUS. Elevaria também os custos do setor
privado.
O parecer técnico da liderança do PT deu de ombros: “Durante a
tramitação da proposição na Câmara dos Deputados, defendemos a tese de que a
redução da carga horária de trabalho favorece a saúde dos trabalhadores e tende
a contribuir para a melhoria na qualidade da assistência aos sistemas de saúde
e de assistêncoa social. Não houve mudança no texto do projeto que justifique o
distanciamento desse ponto de vista.”
O veto à redução da jornada dos psicólogos
constava da pauta do Congresso na sessão da noite de terça-feira (3). Só não
foi votado porque o presidente da Casa, Renan Calheiros, manobrou para derrubar
a reunião. Dilma lamuriou-se em privado, já que desejava a votação do Orçamento
da União para 2015, outro item da pauta.
Seja como for, a presidente petista ganhou tempo para dirigir ao PT uma
súplica à moda de Fernando Collor: “Não me deixem só”.
Por Josias de Souza
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