E o
brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi mesmo executado na
Indonésia, com um tiro o peito. Ele morria lá, e a máscara da deputada Maria do
Rosário (PT-RS), que foi ministra dos Direitos Humanos do primeiro governo
Dilma, caía uma vez mais por aqui. Aliás, é o que mais acontece com esta
senhora: ser desmascarada. Mas eu a deixo para daqui a pouco.
Começo
com o governo indonésio. Muhammad Prasetyo, procurador-geral, pediu neste
domingo respeito às leis em resposta às críticas recebidas pela execução de
seis réus, o brasileiro entre eles. “Podemos entender a reação do mundo e dos
países que têm cidadãos que foram executados. No entanto, devem-se respeitar as
leis que se aplicam em nosso país”. Ah, tá…
O
que é “respeitar”? Se isso compreender a gente não poder fazer nada a respeito
além de protestar, ok. Se é compreensão que ele busca, aí tem de falar com a
petista Maria do Rosário. Eu não respeito um governo que solta 800 terroristas
nativos em dez anos e que executa forasteiros, ignorando pedidos de clemência.
Então essas tais leis permitem pôr nas ruas celerados que mataram 202 pessoas
num único atentado em Bali, em 2002 — a maioria não era da Indonésia —, mas
condenam à morte, de maneira inapelável, traficantes estrangeiros? É uma
mistura de irresponsabilidade, com autoritarismo e populismo homicida.
Mas,
pelo visto, essa composição não causa repúdio à senhora Maria do Rosário. Aquela
que já foi ministra dos Direitos Humanos resolveu se manifestar a respeito.
Disse ser contra, claro!, a pena de morte, mas considerou, com aquela
inteligência muito peculiar: “Mas que interesse há para onde as cinzas serão
levadas no Brasil? O sujeito não era herói, era traficante.” Imaginem se é o
deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), seu desafeto, a dizer uma boçalidade dessa
qualidade.
Sim,
ele era traficante — ou foi condenado por tráfico. Isso, então, retira de sua
família até o direito de saber para onde vão as cinzas? O governo brasileiro
não deveria se ocupar do assunto? Até onde vai o “humanismo” de Maria do
Rosário? Os torturadores que se livraram de alguns corpos no Brasil pensavam
assim: “Mas que interesse há em saber onde foram jogados os corpos? Não eram
heróis. Eram terroristas”.
A
delinquência intelectual de Maria do Rosário me assombra, embora eu sempre
espere o pior de seu presumível cérebro. Em 2012, Dilma chegou a Cuba pouco
depois de mais um prisioneiro ter morrido em decorrência de uma greve de fome.
Foram perguntar o que Maria do Rosário pensava a respeito. E ela disparou: “A
marca de Cuba não é a violação dos direitos humanos, e sim ter sofrido uma
violação histórica”. Nem todo mundo que morre toca o, digamos, lado humano da
ex-ministra.
Entenderam
por que petistas e regimes autoritários estão sempre de braços dados? Eles têm
uma espécie de proteína que logo os liga a tudo o que não presta. Trata-se de
uma vocação moral.
PS –
Sou contra a pena de morte em qualquer caso e em qualquer país. Para mim, é
questão de princípio, de fundamento organizador da civilização que vislumbro.
Maria do Rosário diz pensar a mesma coisa. Ela só não se imposta com as cinzas
do morto. Afinal, já está morto mesmo, né? E o cara nem era herói, segundo ela.
Maria do Rosário para ministra dos Direitos Humanos do Taleban!
Por Reinaldo Azevedo
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