Sitiada
pelos fanáticos do sr. Guilherme Boulos, líder do MTST, a Câmara dos Vereadores
não conseguiu votar o Plano Diretor da cidade por falta de quórum. Os ditos
“militantes” estão acampados em frente ao prédio e dizem que lá permanecerão
até que suas reivindicações sejam aceitas. Vocês querem saber o que significa,
na prática, o famigerado Decreto 8.243, da presidente Dilma Rousseff? É isso
aí. O MTST quer que suas invasões sejam legalizadas no novo Plano Diretor e que
sejam criadas facilidades para outras ocupações. Ainda que possa haver rusgas
aqui e ali, o sr. Boulos é só uma das franjas mais ativas do petismo. O
movimento alega que havia nove mil militantes por lá. A estimativa da Polícia
Militar é que havia mil pessoas reunidas. A cidade de São Paulo tem 8,5 milhões
de eleitores. É assim que uma minoria tiraniza uma maioria.
Entrei
aqui num debate com o Ministério Público dia desses. A associação de promotores
chegou a emitir uma nota bucéfala contra mim, respondendo àquilo que não
escrevi. O MP ameaçava, ou ameaça ainda, recorrer contra o que chamou de
“emendas de última hora” porque, diz, têm de ser submetidas à consulta popular.
É mesmo? Quem é o povo? Os comandados do sr. Boulos? O povo, agora, tem chefe?
O
líder do MTST, consta, está reunido com o governador Geraldo Alckmin. Alguns
leitores cobram a minha opinião a respeito. É a mesma que expressei quando a
presidente Dilma se encontrou com ele. Acho um absurdo e um despropósito. Pode
dialogar? Pode! Mas não enquanto ele mantém cercada a Câmara de Vereadores e
tenta tirar dos parlamentares eleitos o direito legítimo de votar segundo a sua
própria consciência e, sim, as bases que representam. Daqui a pouco, Boulos vai
se transformar no Quarto Poder da República. Fico sabendo que sua pauta de
reivindicações inclui até procedimentos que deveriam ser adotados pela PM.
Tenham a santa paciência!
É
assim que se vão criando esses monstros da desordem, que não representam
ninguém. A farra começou com o Palácio do Planalto, não é mesmo? Recebeu
arruaceiros do Movimento Passe Livre em meio à desordem, como se
representassem alguém, além da própria estupidez e do seu sectarismo
doidivanas. Gilberto Carvalho tentou estatizar até os “rolezeiros”, lembram-se?
Ontem, ficamos sabendo que o homem, ora vejam!, dialogou com os black blocs.
Agora, Alckmin conversa com Boulos.
Reitero:
não há mal nenhum na conversa, desde que esse senhor retire a sua tropa da
Câmara e permita o pleno funcionamento do Poder Legislativo. Ele não representa
a população de São Paulo. Caso se candidate a vereador, terá quantos votos? É
evidente que estamos diante de uma das consequências da campanha eleitoral do
sr. Fernando Haddad em 2012 e de sua eleição. Essa gente constituiu uma das
linhas de frente de sua campanha e, agora, cobra um preço.
Daqui
a pouco, sabem qual será o grande negócio para as construtoras em São Paulo?
Comprar terrenos na periferia e esperar que o MTST os invada para que o Poder
Público se veja obrigado a desapropriá-los ou para que possam ser vendidos ao
MTST em regime de urgência — onde serão erguidas casas com dinheiro público.
Guilherme Boulos logo será o maior incorporador do país, com a ajuda das três
esferas do Estado brasileiro.
Por Reinaldo Azevedo
Nenhum comentário:
Postar um comentário