Lula
está assanhado de novo. E, como de hábito, resolveu usar a imprensa para…
atacar a imprensa. Sabe que funciona. O Supremo também não escapou de uma
observação indecorosa. Já chego lá.
O
ex-presidente concedeu uma entrevista ao Correio Braziliense. Depois de dizer,
na semana passada, que “está no jogo para a desgraça de alguns”, agora afirma
querer ser a “metamorfose ambulante” de Dilma. Nas suas palavras:
“Eu não quero estar na coordenação, eu quero ser a metamorfose ambulante da Dilma. Estou disposto. Se ela não puder ir para o comício num determinado dia, eu vou no lugar dela. Se ela for para o Sul, eu vou para o Norte. Se ela for para o Nordeste, eu vou para o Sudeste. Isso quem vai determinar é ela”.
Aquele
que, na aparência, se faz de militante raso, humilde, que só quer colaborar,
continua a se colocar, na verdade, como tutor da presidente. Também respondeu
ao buchicho de que ainda pode vir a ser candidato. E o fez assim: “Se houver alguém que se diz lulista, e
não dilmista, eu o dispenso de ser lulista. Eu não estou pedindo que as pessoas
gostem dela. Eu quero que as pessoas a respeitem na função institucional e
saibam que o PT está lá para apoiá-la.” Não sei se as pessoas devem
procurar se proteger mais das críticas ou dos elogios de Lula. Definitivamente,
o Apedeuta tem um modo muito próprio de demonstrar apreço e admiração, não é?
Se não gostam, que, ao menos, a respeitem… Entenderam?
Lamentou
que o PSB tenha saído do governo, mas deixou claro que não considera
irreversível a candidatura de Eduardo Campos. Deu uma cutucadinha em Marina
Silva, reconhecendo que ela tem o direito de criar sua legenda: “ Tem de ter coragem de dizer que é
partido, não tem de inventar outro nome, dizer que não é partido, é uma rede. É
partido e vai ter deputado, como todo partido”. Até ele pode, de vez em quando,
dizer uma coisa certa.
O
indecoroso
A fala mais indecorosa ficou mesmo reservada ao Supremo Tribunal Federal. Disse que, com as informações que tinha à época, indicaria os nomes que indicou. Mas… Leiam: “[hoje] Eu teria mais critério. Um presidente recebe listas e mais listas com nomes”. Já é um disparate que um ex-presidente da República comente a composição da corte suprema do país. Mais estúpido ainda é que dê a entender que hoje faria de modo diferente.
Vamos
ver. Quatro dos ministros indicados por Lula seguem na Corte: Joaquim Barbosa,
Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski. Nomeou outros que já se
aposentaram: Eros Grau, Cezar Peluso, Ayres Britto e Menezes Direito (morto).
Desses quatro, um participou apenas do comecinho do julgamento do mensalão
(Peluso), e outro, de boa parte dele (Britto). Grau e Direito não deram motivos
para chateação. Quando o chefão dá sinais de arrependimento, certamente não
está se referindo a Dias Toffoli e a Ricardo Lewandowski. Por que estaria? Deve
considerá-los dois gênios da raça. As restrições, então, só podem valer para
Cármen Lúcia (mas não muito) e, obviamente, Joaquim Barbosa, considerado um
“traidor”, mesma pecha que os petistas usam para classificar Britto, já
aposentado, e Luiz Fux (este já nomeado por Dilma), feito agora o relator dos
embargos infringentes. Ministro bom no Supremo é aquele que diz “sim, senhor!”.
Com
a boca torta de sempre, voltou a classificar o processo do mensalão de um
“linchamento feito pela imprensa brasileira”. E por intermédio de qual
instrumento Lula diz e populariza as suas bobagens? Ora, por intermédio da…
imprensa brasileira!
Eis
aí. O Nhonhô Supremo da República já começou seu trabalho de boca de urna.
Por
Reinaldo Azevedo
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