É
um despropósito absoluto o que se passa diante do nariz do Congresso Nacional,
do Poder Judiciário e do Ministério Público. Ou esses entes reagem, ou, então,
seus integrantes podem se candidatar a protagonistas de uma nova série dos
“Bananas de Pijama”. Num post do
dia 21, informei aqui que, a exemplo do que ocorre com os profissionais que
atuam na Venezuela, no Equador e na Bolívia, os médicos continuariam cubanos a
obedecer às ordens do regime cubano. Acusaram-me de estar fantasiando. Eis aí.
A determinação (ver
post anterior) da vice-ministra da Saúde de Cuba, Marcia Cobas, que
proibiu seus escravos de interagir com os demais médicos, mantendo-os
confinados em instalações militares, viola as leis brasileiras. Quem é esta
senhora para vir dar ordens no Brasil. Sim, meus caros: o Brasil, nesse
particular, abre mão de uma prerrogativa soberana. Todo estrangeiro que
ingressa legalmente no país, como é o caso, tem assegurado o seu direito de ir
e vir. Submete-se à lei brasileira, a 6.815 ,
que regula a sua permanência em nosso território. E só. Não cabe ao governo
cubano, sob nenhuma circunstância, meter o bedelho. A tal Marcia Cobas é que
viola a lei.
Que fique claro: essa
ingerência do governo cubano não é temporária; não está sendo praticada apenas
nessa fase Inicial, que marca a chegada dos primeiros médicos. Pelo tempo que
os cubanos ficarem aqui, estarão sujeitos à chefia de representantes da
ditadura. Junto com os médicos, chegam os capitães do mato, chegam os seus
algozes, que os vigiam de perto. Em se repetindo o padrão vigente na Venezuela,
são verdadeiros agentes da polícia política da ilha. Alguns desses
“coordenadores” são médicos; outros não; são burocratas do Ministério da Saúde
de Cuba e do Partido Comunista. Qualquer insatisfação que o governo tenha com
os profissionais, ela terá de ser encaminhada a esses intermediários. Também é
a ditadura que decide quando é hora de um médico sair e de outro chegar. Na
Venezuela, os agentes cubanos retêm os passaportes dos médicos.
O que mais é necessário para
caracterizar trabalho análogo à escravidão, ainda que boa parte dos
profissionais, quando conseguem se expressar, fale como militantes políticos?
Eles não têm saída. Suas respectivas famílias ficaram na ilha. Mesmo que
quisessem desertar, não poderiam. Se decidirem, ainda assim, pedir para ficar
no Brasil, Luís Inácio Adams, o mais novo agente do serviço secreto cubano, já
avisou: serão “devolvidos”. Sim, ele empregou a palavra “devolvidos”. Adams decidiu,
sozinho, exercer o papel do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados, do
Ministério da Justiça e do Poder Judiciário). No Brasil, cubano é “coisa”, não
é gente. Tarso Genro, como vocês se lembram, é um emérito devolvedor de gente
para as ditaduras e um entusiasmado importador de terrorista — o que contou com
o apoio de Adams.
Um escândalo de proporções
inimagináveis está se consolidando, e noto que setores importantes da imprensa
estão deixando de lado a questão essencial para começar a cuidar dos fru-frus
do jornalismo de amenidades. Imaginem um país governado por um partido
considerado “de direita”, que importasse médicos, nessas condições, negociando
com outro governo igualmente de direita. As esquerdas demonstram, assim, o que
entendem por civilização. Esse é o seu devir, esse é o seu horizonte. Na sua
utopia, cada homem é funcionário do estado e faz o que o partido mandar.
Cadê as vozes de protesto?
Restringem-se quase exclusivamente à área médica. Raciocínios indecorosos são
feitos à luz do dia, sem vergonha nem medo de ser feliz. No “Entre Aspas”, o
senador Humberto Costa (PT-PE) anunciou que
o programa já estava em andamento havia um ano e meio. A oposição deveria ter
estrilado na hora, denunciando, então, as mentiras que foram contadas ao país.
Tucanos estão muito ocupados em seu esporte predileto — tiro aos tucanos! —
para se interessar por isso para valer.
E a OAB? Os digníssimos não
viram nada, até aqui, que agrida frontalmente os direitos humanos? Vai ver
alguns dos doutores estão muito ocupados oferecendo proteção aos black blocs
para se ater a um governo que decidiu entrar no comércio de carne humana.
Por Reinaldo Azevedo
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