quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Curitiba: PPS formaliza apoio a Gustavo Fruet

Em decisão surpreendente, o PPS declarou apoio à candidatura de Gustavo Fruet, que disputa a prefeitura de Curitiba pelo PDT. Ex-tucano, Fruet mede forças no segundo turno com Ratinho Júnior, do PSC. 

O movimento do PPS surpreende por duas razões. O partido foi às urnas do primeiro turno enganchado à chapa derrotada do prefeito Luciano Ducci (PSB). Líder do PPS na Câmara, o deputado Rubens Bueno foi o vice de Ducci. Derrotado, Ducci e seu padrinho, o governador tucano do Paraná Beto Richa, optaram pela neutralidade no segundo round. Ao tomar posição diversa, o PPS destoa do grupo político ao qual se associara. 

De resto, ao optar por Fruet, o PPS associa-se indiretamente ao PT, partido ao qual faz renhida oposição em Brasília. Em Curitiba, o petismo compõe a coligação de Fruet, que desligou-se do PSDB depois que Beto Richa negou-se a apoiá-lo. 

Deve-se ao casal de ministros petistas Paulo Bernardo (Comunicações) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) o embarque do PT na caravana de Fruet. Os auxiliares de Dilma miram 2014. Senadora licenciada, Gleisi aparelha-se para disputar o governo do Estado. 

Assim, ainda que indiretamente, o proto-oposicionista PPS leva azeitonas à empada do primeiro-casal PT paranaense. Secretário-geral do diretório do PPS no Paraná, Rubico Camargo disse que o eleitor da legenda “quer o melhor para Curitiba, não a comodidade da neutralidade.”

 Douglas Fabrício, deputado estadual do PPS, afirmou que, para ser respeitada, a legenda “tem que ter lado. Sempre tivemos posição e não podemos fugir.” O apoio a Fruet foi formalizado em encontro realizado na nopite desta segunda (15). 

Rubens Bueno, o ex-vice de Luciano Ducci, entregou a Fruet o programa de governo que o prefeito refugado pelos eleitores apresentou em sua malograda campanha. Ao receber a peça, Fruet declarou: 

“Quero iniciar uma grande gestão na prefeitura de Curitiba a partir do ano que vem, com uma boa relação com os vereadores. Enfatizo que não pensamos em 2014.” Não pensamos? Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann não pensam noutra coisa.

Em política, coerência não existe!

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