sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Rebelião na Penitenciária Central do Estado – PCE




Os jornais noticiaram tantas versões sobre os motivos que ocasionaram a rebelião que muitas soam desencontradas.

A Gazeta do Povo chegou a dizer que foram os seguintes motivos, conforme consta em seu site: “Os presos informaram que querem melhoria na comida, no serviço de atendimento psicológico e mais tempo para o banho de sol. Alguns detentos ainda solicitam transferência para outras regiões do estado e também para fora do Paraná.”

A OAB, através da secretária da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, Isabel Kugler Mendes, afirmou “que os presos foram impedidos de tomar banho de sol e circular após a retirada dos PMs, que teria sido ordenada na segunda-feira e executada na terça-feira. No entanto, ontem os presos voltaram a poder circular, o que teria propiciado a rebelião. Sem os PMs, ficam apenas no máximo 30 agentes penitenciários fazendo a segurança de 1,5 mil presos em 13 galerias que compõem o complexo de 40 mil metros quadrados de área construída”.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública pronunciou-se: “Nota em repúdio às declarações da presidência do Sindicato dos Agentes Penitenciários. A Secretaria da Segurança Pública repudia veementemente as declarações do presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná, Clayton Agostinho Auwerter, que afirmou, em entrevista, que a transferência de policiais militares, que faziam guarda na Penitenciária Central do Estado teria ocasionado a rebelião, que teve início na noite de quinta-feira (14).A Secretaria reitera que essa informação não é verdadeira, já que os policiais que faziam a guarda da PCE foram transferidos para fazer o policiamento nas ruas, porque estavam subutilizados naquela unidade. O real motivo da rebelião, como já foi divulgado anteriormente, foi confronto entre presos de facções criminosas rivais. Qualquer outro motivo que seja divulgado como o fator que iniciou a rebelião é incorreto e inverídico”.

Assim, vários fatos foram as origens de tal rebelião, que não foi mais grave e duradoura porque os presos viram que não havia muito o que negociar, uma vez que estão sendo custodiados e mantidos isolados do convívio social por ordem judicial, absolutamente dentro dos padrões que reza a legislação vigente.

O que leva um jornal do porte da Gazeta do Povo a colocar a “culpa” em fatos que não são verdadeiros? Por exemplo, a afirmação de que é necessário um “melhor atendimento psicológico”. O que quer dizer com isto o repórter do referido jornal?

Só a título de ilustração, o Estado do Paraná consta como o melhor estruturado na área penitenciária. Os psicólogos que trabalham no sistema penitenciário são capacitados para tal ação e desenvolvem, muitas vezes, com o ideal e dedicação, seu trabalho, que envolve atendimentos individuais, grupais, aconselhamentos, avaliações psicológicas, etc. Para quem não conhece a rotina de trabalho desta categoria profissional dentro das penitenciárias, é bom entrar em contato com os profissionais e se inteirar de suas ações.
É certo que ainda a categoria tem número reduzido de profissionais atuantes dentro das penitenciárias. Mas o que lá estão, são verdadeiros e incansáveis defensores dos direitos humanos e exercem sua prática profissional de forma ética e cidadã.

Espero que o Conselho Regional de Psicologia repudie este tipo de notícia, que denigre uma categoria profissional. Espero que saia de sua omissão histórica e defenda a classe profissional que justifica sua existência.

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