sábado, 12 de setembro de 2009

TCU que se cuide... o lulismo está à espreita!

Lula recebeu representates de dez das maiores empreiteiras do país. No encontro, estabeleceu-se uma aliança inusitada.

Presidente e tocadores de obras públicas se uniram contra os órgãos que fiscalizam os gastos públicos no país –TCU, Ministério Público e Ibama, por exemplo.

Combinou-se o seguinte: as empresas formularão um pacote de sugestões para flexibilizar os rigores da malha de controle do Estado.

Cogita-se inclusive alterar a lei 8.666, que regula as licitações no âmbito do serviço público.

A turma da grande empreita foi levada a Lula pelo ministro Alfredo Nascimento (Transportes).

Participaram da reunião executivos das seguintes empreiteiras: Camargo Corrêa, Odebrecht, Queiroz Galvão...

...OAS, Andrade Gutierrez, CR Almeida, Mendes Junior, Delta, Carioca e Via Engenharia.

A conversa foi noticiada no
Blog do Planalto. Há ali uma pequena entrevista com o ministro Nascimento (assista lá no alto).

“A gente precisa fazer realmente alguma coisa para melhorar o desempenho das nossas obras”, disse o titular da pasta dos Transportes.

Na visão do ministro, das empresas e também de Lula, “melhorar o desempenho das nossas obras” é sinônimo de baixar a crista dos órgãos fiscalizadores.

Para usar o linguajar edulcorado do blog oficial: “Desobstruir gargalos causados pelo excesso de precauções de agentes públicos...”

Agentes como “...auditores do Tribunal de Contas da União e fiscais de defesa do meio ambiente”.

Alfredo Nascimento disse que “o país vive uma nova realidade. As obras oferecidas são em volume muito maior hoje, no país inteiro”.

Afirmou que, mercê dos “excessos” da fiscalização, o governo “começa a ter problema para aparecerem empresas para executar obras”.

Anunciou que as sugestões flexibilizadoras das empreiteiras serão levadas a Lula “em alguns dias”. Depois, serão debatidas pelo governo.

Os tocadores de obras não foram a Lula por acaso. O presidente é, hoje, o maior crítico dos órgãos públicos de controle.

Já se queixou dos “bagres” que retardaram a execução de uma hidrelétrica. Reclamou da “perereca” que provocou atrasos no cronograma de uma ponte.

Repetiu inúmeras vezes que, se fosse submetido às regras atuais, Juscelino Kubitschek não teria construído Brasília em cinco anos.

Não são negligenciáveis as chances de êxito da aliança anti-fiscalização. As empreiteiras tem em comum duas peculiaridades:

Além de grandes tocadoras de obras públicas, são, todas elas, borrifadoras de verbas em arcas eleitorais.

Supondo-se que suas “sugestões” resultem em projetos de alteração de leis, o Congresso terá, por assim dizer, um milhão de razões para aprová-las.

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