Uma
das doenças das democracias é a emergência de minorais radicalizadas ou de
grupos sectários que reivindicam o direito de impor à coletividade as suas
vontades. Confundem a tolerância que devem ter os regimes democráticos com uma
ditadura de minorias. Assim, para esses grupos, nada mais natural do que tomar
de assalto as ruas ou as instituições e impor uma decisão na base do berro — e,
se necessário, da violência. Desculpem-me! Eu não posso esquecer que, há coisa
de dois meses, grupinhos de 20 ou 30 pessoas simplesmente impediam o
funcionamento da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, com amplo
apoio da imprensa — o mesmo com que contou o Movimento Passe Livre. Isso que
chamo “fascismo de minoria” é chamado por aí, com impressionante desassombro,
de “direito” e “liberdade de expressão”. Não é um mal exclusivo do Brasil.
Já a impunidade tem a nossa
cara. Está se tornando corriqueira no país a noção de que desrespeitar a lei
para fazer justiça social é mais do que um direito; seria mesmo um dever.
Assim, o Movimento Passe Livre e seus companheiros de extrema esquerda só estariam
querendo o bem dos paulistanos e dos brasileiros. E por que não poderiam,
então, parar a cidade? Afinal, não é isso o que faz, dia sim, dia também, o
MST, sem que se lhe advenha qualquer consequência? Não estão aí os índios, com
o amparo de Gilberto Carvalho, a invadir terras, a incendiar propriedades, a
expulsar proprietários? Outro traço que vai nos definindo como país é a
noção de que o Estado é o grande provedor de tudo. Logo, perguntam, por que o
transporte não pode ser gratuito?
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