quarta-feira, 4 de maio de 2011

O peleguismo renovado

A luta contra líderes e sindicatos pelegos, atrelados ao regime militar de 64, foi um dos motivos da afirmação política de Lula no início dos anos 80 e da fundação em seguida do próprio Partido dos Trabalhadores

O peleguismo vinha de longe. A expressão tornou-se corrente nos anos 30 quando o ditador Getúlio Vargas baixou a Lei de Sindicalização, submetendo ao Ministério do Trabalho os estatutos dos sindicatos.

Era chamado de pelego o sindicalista de confiança do governo. Que servia mais aos interesses do governo do que aos interesses dos trabalhadores.

O novo sindicalismo empurrou Lula rampa acima do Palácio do Planalto em 2002. E quatro anos depois subiu a rampa quando Lula foi reeleito.

A nomeação de José Lopes Feijó, vice-presidente da CUT, para assessor do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, só confirma que o novo sindicalismo deu lugar ao novo peleguismo.

O PT e a CUT sempre foram contra o imposto sindical - o equivalente à remuneração de um dia por ano de cada trabalhador com carteira assinada.

O imposto era distribuído entre os sindicatos (60%), as federações (15%) e as confederações (5%). O governo ficava com os restantes 20%.

No segundo mandato de Lula, o governo cedeu para as centrais sindicais metade do que embolsava com a cobrança do imposto. Somente no ano passado, o bolo total do imposto superou R$ 1 bilhão.

A CUT ainda insiste em dizer que é contra a cobrança do imposto. Nem por isso abriu mão da fatia que lhe coube no ano passado - quase R$ 32 milhões. Juntas, as centrais sindicais abiscoitaram R$ 102,2 milhões.

O dinheiro é usado por elas a seu gosto. Ou melhor: ao gosto dos seus dirigentes. Que não precisam prestar conta do que fazem com o dinheiro. Não há lei que os obrigue a isso.

Karl Marx, o filósofo alemão pai do marxismo, alertou certa vez que a História não se repete a não ser como farsa.

Em alguns casos não é bem assim.

Fonte; Blog do Noblat

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