Antes de viajar, Lula já havia tachado de “irresponsável” a criação da CPI da Petrobras.
No domingo passado, de passagem pela Arábia Saudita, Lula voltou às críticas.
Em entrevista coletiva, disse: "Eu até agora não sei o que está por trás disso”. “Possivelmente alguns que assinaram estavam querendo tirar das suas costas todo esse debate que a imprensa está fazendo sobre o Senado”; “Outros, possivelmente, estejam preocupados com o processo eleitoral de 2010”.
Lula tem todo o direito de questionar a conveniência da abertura da CPI petroleira. É do jogo. Nunca na história desse país presidentes digeriram bem as CPIs. Mas o presidente homenageria a lógica se trabalhasse com uma terceira hipótese.
Há malfeitos na Petrobras. A estatal tem no seu encalço a PF, a Procutadoria e o TCU. A Constituição brasileira atribui ao Congresso poderes para realizar investigações. O tucanato levou ao pano verde um pedido de CPI. Amealhou 32 apoiadores. Se arrastasse seis nomes para fora da lista, o Planalto teria enterrado a coisa. Mexe daqui, coopta dali o governo só conseguiu produzir duas deserções.
No jogo parlamentar, os presidentes perdem e ganham. Lula perdeu. Não lhe resta senão engolir a petroinvestigação. Se tiver juízo, a oposição vai à CPI com o ânimo de produzir uma apuração técnica. Exagerando na raiva, desmoraliza-se sem que Lula precise dizer coisa nenhuma. Quanto à Petrobras, se estiver limpa, saírá lavada do Senado. Havendo sujeira, como parece haver, que se explique.
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