quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Um governo incompetente - Infraero investiu só 4% do previsto no Galeão

Números da União revelam que boa parte dos R$ 650 milhões de investimentos anunciados ainda está no ar e não pousou no Aeroporto Internacional Tom Jobim. 

Dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) e da portaria 23/2011 do Ministério do Planejamento, obtidos pelo gabinete do deputado Otávio Leite (PSDB/RJ), mostram que, de 2008 e até agosto deste ano, dos R$ 452.088.588 de dotação para compra de equipamentos e obras nos dois terminais de passageiros, apenas R$ 96.681.679 (21%) foram efetivamente usados. 

Em relação a 2011, a situação é ainda pior: da dotação atual de R$ 163.333.797 para investir nos terminais 1 e 2, somente R$ 7.080.910 (pouco mais de 4%) foram gastos até 31 de agosto. 

Para investir nos aeroportos do país, a Infraero tem um orçamento de R$ 2,28 bilhões este ano. No entanto, até 31 de agosto, gastou 17,5% (R$ 388 milhões). 

Desde sábado, O GLOBO tem mostrado os problemas de infraestrutura do Galeão. Lentidão de obras preocupa deputado e entidades 

Para Otávio Leite, que é membro da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, o grande problema do aeroporto não é falta de dinheiro, mas sim de gestão. O deputado lembra que a Infraero (empresa que administra os aeroportos do país), já teve cinco presidentes em quatro anos: “A Infraero continua tendo recursos. Mas a empresa se mantém sem velocidade para executar as obras que planeja. Não houve avanços, apesar de o Rio ter sido escolhido para sediar vários eventos mundiais. O modelo de gestão da Infraero tem se mostrado ineficiente”, diz Leite, lembrando que o Galeão ficou de fora do primeiro pacote de aeroportos a serem concedidos à iniciativa privada (Guarulhos, Viracopos e Brasília).”O Tom Jobim entrou num labirinto administrativo e não há possibilidade de serem apresentadas outras soluções.

TCU: na posse, ministra sinaliza posição pró-governo

Tomou posse no TCU a ex-deputada Ana Arraes (PSB-PE). No discurso inaugural, disse a que veio.

Ao lado do filho, o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB), Ana falou para uma plateia que incluía Dilma Rousseff. Repisou a tese segundo a qual a fiscalização do TCU não pode resultar na paralisação de obras. "O controle deve servir para aperfeiçoar a gestão dos governos e não para paralisá-la, quando não inviabilizando-a, pois é fugaz o tempo de quem governa." Para os ouvidos de Dilma, as palavras da ministra soaram como música.

O governo trava, desde a gestão Lula, uma batalha contra o TCU. Sempre que suas auditorias detectatam irregularidades graves em obras, o tribunal recomenda ao Congresso o bloqueio dos pagamentos. Sob críticas de Lula e Dilma, à época gerente do PAC, o Legislativo levou em conta as recomendações do tribunal, determinando a paralisação de várias obras. Entre elas a refinaria Abreu e Lima, empreendimento da Petrobras assentado no Estado governado pelo filho da nova ministra. 

Lula lidava com as paralisações de duas maneiras: criticava o TCU e exercia o seu poder de veto, restabelecendo o fluxo financeiro das obras. Assim, na base do vai ou racha, o ex-soberano tocou suas obras. Mesmo aquelas que o TCU considerava rachadas. 

Com a posse de Ana Arraes, o governo ganhou voz no plenário do TCU. “O controle não pode estar dissociado do compromisso com as políticas públicas", disse ela. Acha que a tarefa primordial do tribunal é "aproximar o tempo do controle do tempo da gestão", seja lá o que isso signifique. 

Significa imoralidade, pilantragem!